“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Trabalhemos todos, pela Unificação do movimento espírita!!

O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendam.”
Allan Kardec (Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI).

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

Falar e Fazer

Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Sobre a expiação e a prova

PERGUNTAS E PROBLEMAS
Sobre a expiação e a prova.
Moulins,8 de julho de 1863.

Senhor e venerável mestre,
Venho submeter à vossa apreciação uma questão que foi discutida em nosso pequeno grupo e que não pudemos resolver por nossas próprias luzes; os próprios Espíritos, que consultamos, não responderam bastante categoricamente para nos tirar da dúvida.
Redigi uma pequena nota, que tomo a liberdade de vos endereçar, nas quais reuni os motivos de minha opinião pessoal, que difere da de vários de meus colegas. A opinião destes últimos é de que a expiação tem lugar mesmo durante a encarnação, apoiando-se sobre o fato de que esta expressão foi empregada em muitas comunicações, e notadamente em O Livro dos Espíritos.
Venho, pois, vos rogar serdes bastante bom para nos dar a vossa opinião sobre esta questão. Vossa decisão será lei para nós, e cada um de nós fará de boa vontade o sacrifício de sua maneira de ver para se alinhar sob a bandeira que plantastes e que sustentais de maneira tão firme e tão sábia.
Recebei, senhor e caro mestre, etc.

"T. T."
'Várias comunicações, emanando de Espíritos diferentes, qualificam indistintamente de expiações ou de provas, os males e as tribulações formando o destino de cada um de nós, durante nossa encarnação sobre esta Terra. Resulta dessa aplicação de duas palavras, muito diferentes em seu significado, a uma mesma ideia, a uma certa confusão, pouco importante, sem dúvida, para os Espíritos desmaterializados, mas que dá lugar, entre os encarnados, a discussões que seria bom fazer cessar por uma definição clara e precisa e explicações fornecidas pelos Espíritos superiores, as quais fixariam este ponto de doutrina, de modo irrevogável.
'Tomando primeiro essas duas palavras em seu sentido absoluto, parece que a expiação seria o castigo, a pena imposta para o resgate de uma falta, com perfeito conhecimento, da parte do culpado punido, da causa desse castigo, quer dizer, da falta a expiar.
Compreende-se que a expiação, neste sentido, é sempre imposta por Deus.
"A prova não implica nenhuma ideia de reparação, pode ser voluntária ou imposta, mas não é a consequência rigorosa e imediata das faltas cometidas.
"A prova é um meio de se constatar o estado de uma coisa para reconhecer se ela é de boa qualidade. Assim, faz-se sofrer uma prova a um cordame, a uma ponte, a uma peça de artilharia, não por causa de seu estado anterior, mas para assegurar-se de que são próprios para o serviço ao qual estão destinados.
"Do mesmo modo, por extensão, chamam-se provas da vida, o conjunto dos meio físicos e morais que revelam a existência, ou a ausência, das qualidades da alma, que estabelecem sua perfeição ou os progressos que fez para essa perfeição final.
Parece, pois, lógico admitir-se a expiação propriamente dita, e no sentido absoluto dessa palavra, ocorre na vida espiritual depois da desencarnação ou morte corpórea; que pode ser mais ou menos longa, mais ou menos penosa, segundo a gravidade das faltas; mas que ela se completa no outro mundo e termina sempre por um ardente desejo de receber uma nova encarnação, durante a qual as provas escolhidas ou impostas deverão dar à alma o progresso para a perfeição que suas faltas anteriores impediram de se cumprirem.
"Assim, pois, não conviria admitir que há expiação sobre a Terra, mesmo que ela possa existir excepcionalmente, porque seria preciso admitir também o conhecimento das faltas punidas; ora, esse conhecimento não existe senão na vida de além-túmulo. A expiação sem esse conhecimento seria uma barbárie sem utilidade e não concordaria nem com a justiça nem com a bondade de Deus.
"Pode-se conceber, durante a encarnação, quanto de provas, porque, quaisquer que sejam os males e as tribulações desta Terra, é impossível considerá-los como podendo constituir uma expiação suficiente para faltas de qualquer gravidade. Pensa-se que um culpado deferido à justiça dos homens se encontraria bem punido se fosse condenado a viver como o menos feliz de nós? Não exageremos, pois, a importância dos males desta Terra para nos fazer um mérito o tê-los suportado. A prova consiste mais na maneira pela qual os males foram suportados do que em sua intensidade que, como a felicidade terrestre, é sempre relativa para cada indivíduo.
"Os caracteres distintivos da expiação e da prova são que a primeira é sempre imposta e que sua causa deve ser conhecida daquele que a suporta, ao passo que a segunda pode ser voluntária, quer dizer, escolhida pelo Espírito, ou imposta pelo próprio Deus, na falta de escolha; além disso, concebe-se muito bem sem causa conhecida, uma vez que ela não é, necessariamente, a consequência das faltas passadas.
"Em uma palavra: A expiação cobre o passado; a prova abre o futuro.
"O número de julho da Revista Espírita contém um artigo intitulado: Expiação terrestre, que parece contrário à opinião emitida acima; no entanto, lendo atentamente, ver-se-á que a expiação verdadeira ocorreu durante a vida espírita, e que a posição que Max ocupou durante sua última encarnação não era senão o gênero de provas que escolheu ou que lhe foi imposto, e do qual saiu vitorioso; mas que, durante toda essa encarnação, ignorante de sua posição anterior, não podia aproveitar nada de uma expiação sem objeto.
"Esta questão, talvez, seja antes uma questão de palavras do que de princípio. Com efeito, foi dito frequentemente: "Não vos ligueis às palavras, vede o fundo do pensamento."
Em todos os casos, convém, para nós, que nos entendamos no meio das palavras, de estar bem fixados sobre o sentido que a elas se dá."
Resposta. - A distinção estabelecida pelo autor da notícia acima, entre o caráter da expiação e o das provas é perfeitamente justa, e, no entanto, não saberíamos partilhar sua opinião no que concerne à aplicação dessa teoria à situação do homem sobre a Terra.
A expiação implica necessariamente a ideia de um castigo mais ou menos penoso, resultado de uma falta cometida; a prova implica sempre a de uma inferioridade real ou presumida, porque aquele que chegou ao ponto culminante, ao qual aspira, não tem mais necessidade de provas. Em certos casos, a prova se confunde com a expiação, quer dizer que a expiação pode servir de prova, e reciprocamente. O candidato que se apresenta para obter um grau, sofre uma prova; se fracassa, lhe é preciso recomeçar um trabalho penoso; esse novo trabalho é a punição da negligência levada no primeiro; a segunda prova torna-se assim uma expiação. Para o condenado a quem se faz esperar um abrandamento ou uma comutação conduzindo-se bem, a pena é, ao mesmo tempo, uma expiação por sua falta, e uma prova para a sua sorte futura; se, em sua saída da prisão, não estiver melhor, a prova é nula, e um novo castigo trará uma nova prova.
Se consideramos agora o homem sobre a Terra, vemos que ele aqui sofre males de todas as espécies e frequentemente cruéis; esses males têm uma causa; ora, a menos de atribuí-las ao capricho do Criador, é-se forçado a admitir que essa causa está em nós mesmos, e que as misérias que experimentamos não podem ser o resultado de nossas virtudes; portanto, elas têm sua fonte em nossas imperfeições. Que um Espírito se encarne sobre a Terra no seio da fortuna, das honras e de todos os gozos materiais, poder-se-á dizer que sofre a prova do arrastamento; para aquele que cai na infelicidade por sua má conduta ou sua imprevidência, é a expiação de suas faltas atuais, e pode-se dizer que é punido por onde pecou. Mas que se dirá daquele que, desde seu nascimento, luta com as necessidades e as privações, que arrasta a existência miserável e sem esperança de melhoria, que sucumbe sob o peso de enfermidades congênitas, sem ter ostensivamente nada feito para merecer uma semelhante sorte? Que isso seja uma prova ou uma expiação, a sua posição não é menos penosa, e isso não seria mais equitativo do ponto de vista de nosso correspondente, uma vez que se o homem não se lembra da falta, não se lembra mais de ter escolhido a prova. É preciso, pois, procurar em outra parte a solução da questão.
Todo efeito tendo uma causa, as misérias humanas são efeitos que devem ter uma causa; se essa causa não está na vida atual, deve estar na vida anterior. Além disso, admitindo a justiça de Deus, esses efeitos devem ter uma relação mais ou menos íntima com os atos precedentes, dos quais são, ao mesmo tempo, o castigo pelo passado, e a prova para o futuro. São expiações nesse sentido de que são a consequência de uma falta, e provas em relação ao proveito que dela se retira. A razão nos diz que Deus não pode ferir um inocente; portanto, se somos feridos, é que não somos inocentes: o mal que sentimos é o castigo, a maneira pela qual o suportamos, é a prova.
Mas ocorre, frequentemente, que, a falta não se achando nesta vida, acusa-se a justiça de Deus, nega-se sua bondade, duvida-se mesmo de sua existência; aí, precisamente, está a prova mais escabrosa: a dúvida sobre a divindade. Quem admite um Deus soberanamente justo e bom deve-se dizer que ele não pode agir senão com sabedoria, mesmo nesse caso que não compreendemos, e que se sofremos uma pena, é que a merecemos; portanto, é uma expiação. O Espiritismo, pela revelação da grande lei da pluralidade das existências,- levanta completamente o véu sobre o que essa questão deixava de obscuro; nos ensina que, se a falta não foi cometida nesta vida, o foi em uma outra, e que assim a justiça de Deus segue seu curso nos punindo por onde nós pecamos.
Vem em seguida a séria questão do esquecimento que, segundo nosso correspondente, dá aos males da vida o caráter de expiação. É um erro; dai-lhe o nome que quiserdes, não fareis que não sejam a consequência de uma falta; se o ignorais, o Espiritismo vo-lo ensina. Quanto ao esquecimento das próprias faltas, não tem as consequências que lhe atribuís. Demonstramos em outra parte que a lembrança precisa dessa faltas traria inconvenientes extremamente graves, em que isso nos perturbaria, nos humilharia aos nossos próprios olhos e aos de nossos próximos; que nos traria uma perturbação nas relações sociais, e que, por isso mesmo, entravaria nosso livre arbítrio. De um outro lado, o esquecimento não é tão absoluto quanto se supõe; não ocorre senão durante a vida exterior de relação, no próprio interesse da Humanidade; mas a vida espiritual não tem solução de continuidade; o Espírito, seja na erraticidade, seja em seus momentos de emancipação, se lembra perfeitamente, e essa lembrança lhe deixa uma intuição que se traduz pela voz da consciência que o adverte do que deve fazer ou não fazer; se não a escuta, é, pois, culpado. O Espiritismo dá, além disso, ao homem um meio de remontar ao seu passado, senão nos atos precisos, pelo menos nos caracteres gerais desses atos que pesaram mais ou menos sobre a vida atual. Das tribulações que sofre, expiações ou provas, deve concluir que foi culpado; da natureza dessas tribulações, ajudado pelo estudo de suas tendências instintivas, e apoiando-se sobre o princípio de que a punição mais justa é aquela que é a consequência de sua falta, pode deduzir disso seu passado moral; suas más tendências lhe mostram o que resta de imperfeito a corrigir em si. A vida atual é para ele um novo ponto de partida; aqui chega rico ou pobre de boas qualidades; basta-lhe,
pois, estudar a si mesmo para ver o que lhe falta, e se dizer: "Se sou punido, é que pequei," e a própria punição lhe ensinará o que fez. Citemos uma comparação: Suponhamos um homem condenado aos trabalhos forçados por tantos anos e nisso sofrendo um castigo especial, mais ou menos rigoroso, segundo sua falta: suponhamos, além disso, que, entrando na prisão, perde a lembrança dos atos que ali o conduziram; não se poderá dizer: "Se estou na prisão, é que fui culpado, porque aqui não se colocam as pessoas virtuosas; portanto, tratemos de nos tornar bons para não reentrar aqui quando dela tivermos saído." Quer saber o que fez? Estudando a lei penal, saberá quais são os crimes que para lá o conduzirão, porque não se é posto a ferro por uma travessura; da duração e da severidade da pena, disso concluirá o gênero daqueles que deveu cometer; para deles ter uma ideia mais exata, não terá senão que estudar aqueles para os quais se sente instintivamente, arrastado; saberá, pois, o que deve evitar doravante para conservar sua liberdade, e nisso será mais estimulado pelas exortações dos homens de bem, encarregados de instruí-lo e de dirigi-lo no bom caminho. Se disso não se aproveita, sofre-lhe as consequências. Tal é a situação do homem sobre a Terra, onde, não mais do que o condenado à prisão não pode estar colocado por suas perfeições, uma vez que ali é infeliz e forçado ao trabalho. Deus lhe multiplica os ensinamentos proporcionais ao seu adiantamento; adverte-o, sem cessar, fere-o mesmo para despertá-lo de seu torpor, e aquele que persiste em seu endurecimento não pode se desculpar sobre sua ignorância.
Em resumo, se certas situações da vida humana têm, mais particularmente, o caráter de provas, outras têm, incontestavelmente, o do castigo, e todo castigo pode servir de prova.
É um erro crer que o caráter essencial da expiação seja o de ser imposto; vemos todos os dias na vida expiações voluntárias, sem falar dos monges que se maceram e se fustigam com a disciplina e a camisa de pele de cabra. Não há, pois, nada de irracional em admitir que um Espírito, na erraticidade, escolha ou solicite uma existência terrestre que o coloque de modo a reparar seus erros passados. Fosse essa existência mesmo imposta, por isso não seria menos justa, apesar da ausência momentânea de lembrança, pelos motivos acima desenvolvidos. As misérias deste mundo são, pois, expiações pelo seu lado efetivo e material, e provas pelas suas consequências morais. Qualquer que seja o nome que se lhes dê, o resultado deve ser o mesmo: a melhoria. Em presença de um objetivo tão importante, seria pueril fazer uma questão de princípio de uma questão de palavra; isso provaria que se liga mais importância às palavras do que à coisa.
Temos o prazer de responder às perguntas sérias e elucidá-las, quando isso é possível.
Tanto a discussão é útil com as pessoas de boa fé, que estudaram e querem aprofundar as coisas, porque é trabalhar para o progresso da ciência, tanto é ociosa com aqueles que julgam sem conhecer e querem saber sem se darem ao trabalho de aprender.

Revista Espírita – Setembro 1863.

Francisco Rebouças

Brasil coração do mundo...

https://youtu.be/_a9tpJnGcbw

Homenagem a Chico Xavier

Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo

Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas

https://youtu.be/Uk7OUvyGCZU



Divaldo Franco

https://youtu.be/OVbstbRFs9M

Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...

Reencarnação é uma realidade

Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter

Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter

Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter

Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter

Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter

Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter

Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter

Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter

Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter

Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter

Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter

Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter

Glória a Kardec

Rádios Brasil

Simplesmente Espetacular!!!

Professora Amanda Gurgel

De Kardec aos dias de hoje

Muitas Vidas

Divaldo Franco

Entrevista com Divaldo Franco

Sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis, e muito mais, confira. 1ª Parte 2ª Parte

Chico Xavier

Chico Xavier (2010) trailer oficial

Página de Mensagens

Nesta página estarei lançando variadas páginas de conteúdo edificante para nosso aprendizado.

Francisco Rebouças.

1-ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

NO CAMPO FÍSICO

"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]

Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progres­so para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.

[1]
- Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.

NISTO CONHECEREMOS

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

DOUTRINAÇÕES

"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)

Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

Livro: Caminho Verdade e Vida.

Chico Xavier/Emmanuel.

FILHOS DA LUZ

FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.

(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.

Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.

Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.

Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.

Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.

Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.

Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.

Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.

Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.

Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

Vinha de Luz

Chico Xavier/André Luiz


QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel