“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Trabalhemos todos, pela Unificação do movimento espírita!!

O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendam.”
Allan Kardec (Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI).

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

Falar e Fazer

Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

NOSSO IRMÃO

Se alguém te fala na rua,
Deitando lamentação,
Não passes despercebido,
Escuta, que é nosso irmão.

Ouviste o parente em casa,
Gritando em voz de trovão,
Não te aborreças por isso,
Tolera, que é nosso irmão.

Transformou-se o companheiro...
Agora, rixa, brigão.
Não te afastes, nem censures,
Suporta, que é nosso irmão.

O amigo a quem mais estimas
Ofendeu-te sem razão...
Não te dês ao derrotismo:
Perdoa, que é nosso irmão.

Padece e chora o vizinho
Problemas em profusão,
Não te demores no auxilio;
Coopera, que é nosso irmão.

Enxergaste o pequenino,
Sem roupa, sem lar, sem pão.
Não permaneças de longe,
Acolhe, que é nosso irmão.

Viste o doente sozinho
No braseiro da aflição;
Não percas tempo em conversa,
Socorre, que é nosso irmão.

Tiveste do adversário
Pedradas de ingratidão...
Calando, segue servindo;
Desculpa, que é nosso irmão.

A quem te peça um favor,
Embora dizendo "não",
Sem grita e sem aspereza,
Atende, que é nosso irmão.

Diante de todo aquele
Que sofre na provação,
O Cristo pede em silêncio:
- "Ampara, que é nosso irmão".

Casimiro Cunha.

Livro: Caridade, cap. 7
Chico Xavier/Espíritos Diversos

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

BRASIL, PÁTRIA DO EVANGELHO

Pedro D´Alcântara

Esta é a Pátria da Eterna Primavera.

Áureo florão da América, celeiro

De abastança sublime ao mundo inteiro,

Nação de que as nações vivem à espera.

 

Enquanto o antigo monstro dilacera

O Velho Mundo em novo cativeiro,

Brilha o palio celeste do Cruzeiro

Na vanguarda de luz na Nova Era!

 

Brasileiros, vivamos a aliança

Do trabalho, do bem e da esperança,

No País da Bondade, almo e fecundo!...

 

Exultai! Que o Brasil, desde o passado,

É a Pátria do Evangelho Restaurado

E o Coração de Paz do Novo Mundo.

 

Psicografia em Reunião Pública Data – 4-5-1945

Local – Centro Espírita Uberabense, na cidade de Uberaba, Minas.

Livro: Através do Tempo

Chico Xavier/Espíritos Diversos.

sábado, 21 de outubro de 2023

Ouvir Jesus para não cair em trevas

“E quando Jesus ouviu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens,
reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me.”

(Lucas 18:22)

É prudente e conveniente atender ao convite de Jesus quando nos diz “Vem e segue-me”.

O Mestre não faz distinção de credo e nem tem preferência, seu convite inclui os justos e injustos, ignorantes e sábios, homens e mulheres. Seu convite é extensivo a todos.

Seguir Jesus é ter o seu Evangelho como norma de vida, proceder como Ele nos solicita, amando a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, fazendo ao outro o que gostaríamos que o outro nos fizesse.

Lembrando de seu aviso que não se pode menosprezar, de que ninguém vai ao Pai senão por Ele, e que não haverá salvação para a Humanidade sem a transformação moral do Homem, visto que a finalidade da reencarnação é a de progredirmos em intelecto e moralidade, desenvolvendo as “asas” do amor e da sabedoria.

Os desafios que enfrentamos em nosso dia a dia são situações de aprendizagem para o Espírito desperto a nos exigir luz nas ações de agora, pois se não procedermos de maneira diferente e cuidadosa, buscando fazer brilhar a nossa luz, prosseguiremos à maneira de cegos e surdos incrustrados nas atitudes sombrias do ontem.

Não nos valerão os títulos de distinção da sociedade, nem os bens que tenhamos conquistados com sacrifício e, sabe-se lá como, o poder que nos outorgava mandos e desmandos, a ilusão de que tudo podíamos comprar com a fortuna do dinheiro creditado em nossa conta bancária etc.

 

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

A verdadeira propriedade

“O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo.

Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura.

(…) Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres. – Pascal. (Genebra, 1860.) (O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB, 112ª edição, cap. XVI, item 9.)

Precisamos ter olhos de ver e ouvidos de ouvir, para discernir com equilíbrio, sinceridade e confiança, para aquilatar o quanto estamos realmente seguindo o contido nas mensagens e exemplos, D’quele a quem dizemos seguir nos caminhos da atualidade e nos dedicarmos a encarar nossas batalhas íntimas no Bom Combate que a Soberana Sabedoria nos propicia exercitar.

O Espiritismo nos aclara a certeza de que estamos reencarnados e precisamos desfrutar com esmero dessa abençoada oportunidade para tirar o melhor proveito, assegurando que é o próprio Jesus que volta propondo-nos novamente aceitar a medicação contina no seu Evangelho como sendo a única capaz de nos livrar da dor e dos dissabores dos sofrimentos.

Urge entender que sem trilharmos o roteiro da humildade, da paciência sob a bênção do trabalho, não alcançaremos a meta que desejamos atingir, porque fácil é falar, mas difícil é fazer, é muito simples a emissão do ensinamento aos outros, mas quanto embaraçoso se torna quando encaramos a indisciplina dos nossos próprios impulsos negativos!

Por esse motivo, não dispomos de credenciais que nos assegurem o direito de exigir dos outros o que ainda não temos sedimentado em nossas ações no trato com nossos irmãos de caminhada evolutiva, porque precioso é servir, e não ser servido.

Cabe-nos esquecer o passado equivocado e enganoso que só nos faz colher os frutos amargos do joio que plantamos outrora, e transformar o presente em abençoada oportunidade de construir um futuro feliz!

Jesus, em sua infinita bondade nos guie e ilumine!

Francisco Rebouças

domingo, 15 de outubro de 2023

Invocações - Livro Justiça Divina, cap. 56 - Alexandre Baroni, Araçatuba/SP.

O futuro promissor que o espiritismo nos descortina!

O futuro promissor que o espiritismo nos descortina! 

Espiritismo prima por nos esclarecer que estamos reencarnados por misericórdia do Senhor, para o grande desafio da vida, que são as aquisições espirituais para a eternidade, representadas pelo desenvolvimento do intelecto, o investimento na aquisição das benesses da moralidade e a auto iluminação.

O homem instruído, moralizado e iluminado é a representação do homem de bem citado no O Evangelho Segundo o Espiritismo, no cap. XVII, item 3, tornando-se entre outras coisas, compreensivo, amoroso, nobre, humilde, exemplo para os demais, combatendo com suas atitudes as sombras das trevas, proporcionando a alegria e a beleza da vida que o Criador nos proporcionou desfrutar.

Claro que para alcançar o nobre objetivo de auto iluminação, segue-se um processo lento e que demanda esforço, trabalho e exige também muita disciplina do pretendente. Assim sendo, não nos esqueçamos da Lei de Causa e Efeito que nos assegura que “colheremos, infalivelmente, aquilo que houvermos semeado, que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória” (Paulo – Gálatas 6: 7 a 9).

Partindo do princípio de que Deus é soberanamente Bom e Justo, não há como esconder o fato de que se estamos em sofrimento, em necessidades diversas, infelizes, etc., é com absoluta certeza porque estamos colhendo os frutos amargos das sementeiras errôneas do passado.

Por esse motivo, devemos ficar muito atentos quanto ao momento presente, para que cultivemos o bom hábito de semear a boa semente do otimismo, da esperança, do amor, para que nossa futura colheita seja os frutos doces da alegria, da felicidade e da paz. Nossa mente está mergulhada na Mente Divina que alimenta o universo.

Nossa mente está conectada com a Mente Superior Universal, que a tudo preside em toda a parte e ao mesmo tempo. Busquemos nos manter em sintonia elevada, unidos a essa Força Infinita, contribuindo para o equilíbrio e a ampliação do bem na Terra, porque o bem jamais será vencido pelo mal, a luz jamais será superada pelas trevas.

“Com efeito, o homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta.

Cabe-lhe desobstrui-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta. Para alimentar essa população que cresce incessantemente, preciso se faz aumentar a produção. Se a produção de um país é insuficiente, será necessário buscá-la fora.

Por isso mesmo, as relações entre os povos constituem uma necessidade. A fim de mais as facilitar, cumpre sejam destruídos os obstáculos materiais que os separam e tornadas mais rápidas as comunicações. Para trabalhos que são obra dos séculos, teve o homem de extrair os materiais até das entranhas da terra; procurou na Ciência os meios de os executar com maior segurança e rapidez. Mas, para os levar a efeito, precisa de recursos: a necessidade fê-lo criar a riqueza, como o fez descobrir a Ciência. A atividade que esses mesmos trabalhos impõem lhe amplia e desenvolve a inteligência, e essa inteligência que ele concentra, primeiro, na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais. Sendo a riqueza o meio primordial de execução, sem ela não mais grandes trabalhos, nem atividade, nem estimulante, nem pesquisas. Com razão, pois, é a riqueza considerada elemento de progresso.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVI, Item 7).

“Incontáveis criaturas supõem que o Evangelho de Jesus tenha por finalidade desenvolver o pieguismo e o costumes das choramingas e lamentações inacabáveis.

Poucos percebem que o Evangelho representa para as almas terrestres o roteiro luminoso para que aqueles que por ele se norteiam possam chegar com acerto e firmeza aos objetivos do Criador.” (Livro: Revelações da Luz, cap. Como Vives? José Raul Teixeira, pelo Espírito Camilo.)

Pensemos nisso com toda seriedade!

Francisco Rebouças

sábado, 14 de outubro de 2023

Ouvir e falar!

Este artigo foi publicado em 2018

Há uma frase que no movimento espírita tornou-se extremamente conhecida, e que qualquer um de nós, espiritistas, já ouviu alguém se referindo a ela em palestras, estudos ou outras atividades do movimento espírita, e que por isso mesmo o ouvinte imediatamente acrescenta ao seu conhecimento de Espiritismo e sai, por sua vez, a espalhá-la multiplicando velozmente seu conteúdo.

Como não gosto de passar à frente algo referente à Doutrina Espírita de que não possa apresentar a fonte de onde se origina minha informação, procurei desesperadamente encontrar a conhecida frase, que se tornou tão comum e que qualquer um, mesmo sem qualquer base doutrinária, hoje em dia se faz portador de sua mensagem passando à frente o Espiritismo, sem qualquer base em seus postulados divinamente codificados pelo digno seguidor do Mestre de Nazaré.

Só então me pude dar o direito de também acrescenta-la em minhas modestíssimas anotações doutrinárias, para então poder tornar-me um divulgador de seu conteúdo, não como sempre ouvi e li, nos diversos meios de comunicação com que tive contato, bem como em palestras, seminários, livros, revistas, programas de rádios etc., mas, sim, como em verdade ela nos foi transmitida por seu criador, o querido benfeitor Emmanuel.

A frase a que me refiro é esta: “a maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua própria divulgação”. Ora, quem procurar essa frase nos livros de Espiritismo ditados por Emmanuel a Chico Xavier, não será bem sucedido em sua busca, pois a tal frase, tão corriqueira no movimento espírita, não está escrita dessa forma nem foi pronunciada pelo citado benfeitor dessa maneira.

A referida citação está contida no livro “Estude e Viva”, ditado pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografado por Chico Xavier e Waldo Vieira, e consta do capítulo 40 da referida obra, intitulado Socorro Oportuno, o que nos mostra como as coisas são alteradas ou modificadas voluntária ou involuntariamente, quando passadas de um para outro interlocutor; senão vejamos como está no livro: “(...) Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação”. (1)  

Em momento algum identifiquei no conteúdo do parágrafo acima que a divulgação do Espiritismo seja a maior caridade que podemos fazer pela doutrina espírita. Penso que a observância e vivência correta dos seus postulados ainda é a grande finalidade da doutrina espírita ao seu sincero seguidor, pois, da forma como ela vem sendo difundida por grande parcela de “espíritas” que não conhecem seus postulados, não é verdadeiramente nenhuma forma positiva de caridade para com ela, e sim um enorme desserviço prestado contra sua digna e elevada mensagem. Isto porque o Espiritismo nos solicita que estudemos a codificação, que é a mensagem do Consolador Prometido por Jesus, tão bem elaborada pelo fiel Discípulo do Mestre de Nazaré, para a vivência da mensagem cristã, contida no evangelho ensinada e exemplificada por Jesus, para só então, sem que seja preciso fazer qualquer alarde, a espalhemos em forma de atitude, na ação da caridade em favor do nosso semelhante, testemunhando com nosso próprio trabalho na plantação da semente do bem para que possa germinar, crescer e dar bons frutos.

A referência de Emmanuel ao estudo das obras de Kardec não é citada, mesmo fazendo parte do mesmo pensamento no assunto enfocado, e que por essa razão não pode ser desprezado ou esquecido como se não tivesse sido pronunciado. É por essa razão que a divulgação da doutrina espírita segue sendo difundida sem qualquer cuidado com a fidelidade doutrinária, que todo e qualquer espírita consciente deve ter como meta primordial; essa é a razão de hoje em dia se aceitar verdadeiros absurdos como sendo obra espírita, quando não passam de ridículas obras mediúnicas, e o pior, são aceitas até mesmo por grande número de “espíritas” que, sem conhecerem os fundamentos da doutrina que dizem professar, mas que não professam verdadeiramente, a elas se referem com entusiasmo, como se estivessem falando do conteúdo da mensagem espírita codificada pelos Nobres Imortais sob a supervisão do próprio Jesus.

Precisamos tomar cuidado com as frases corriqueiras, e prestarmos mais atenção ao conteúdo do que à forma, para que o mais importante das mensagens que nos cheguem ao conhecimento não seja simplesmente aceito sem uma análise mais apurada em todo o seu conjunto, e, sim, que seja devidamente apreciado e absorvido pelo crente sincero da doutrina espírita, e, se for portador de um bom conteúdo, aí então dele se utilizará para sua correta divulgação.

O espírita sincero deve ter por lema: “fora da caridade não há salvação”, (2)  mas deve observar que essa máxima precisa ser devidamente compreendida para não ser interpretada ao bel prazer de quem quer que se ache tão absolutamente dono da verdade, pois a caridade não dispensa o cuidado que todos devemos ter em observar que “fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da humanidade”, (3) e que por isso mesmo, não podemos nos deixar descuidar da razão e o bom senso.

A principal caridade que podemos fazer é a nós mesmos, em primeiro lugar, estudar a mensagem cristã contida no evangelho, como nos alerta Emmanuel, seguindo Jesus através de Kardec, e efetuarmos nossa transformação moral-espiritual, para que, fundamentados no cristianismo redivivo que o Consolador nos veio trazer, possamos dar testemunhos como nos alerta o benfeitor: “seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra”, de que seguimos Jesus, como fiéis discípulos respeitáveis divulgadores da sua sublime mensagem, sem achismos ou modismos condenáveis sob todos os aspectos.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo encontramos a bela mensagem que o Espírito de Verdade nos transmitiu e que transcrevemos a seguir: “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundoNo Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram”. (...) (4)

Precisamos entender que o Cristianismo contém todas as orientações de que necessitamos para fazer crescer em nós os valores morais que dormitam em nosso íntimo, desde nossa criação, e que só o estudo sério, constante e disciplinado da doutrina espírita dar-nos-á a necessária capacidade para melhor compreender as atitudes infelizes e os defeitos do nosso próximo, ampliando nosso poder de discernir melhor para melhor agir, utilizando-nos dos recursos hauridos nos conhecimentos adquiridos nesses estudos, para vivenciar em nosso dia-a-dia as lições com que os Espíritos Superiores nos instruíram sobre a verdadeira caridade como a entendia Jesus: “Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas” (5)

É hora de tomar uma atitude de serenidade e seriedade em tudo o que pretendemos falar com relação à doutrina espírita, não mais agindo como simples repetidores do que ouvimos alguém dizer, e, sim, procurarmos falar com responsabilidade apenas do que realmente conhecermos com segurança e que esteja contido nos postulados da codificação do Espiritismo.

Fontes:

1. Estude e Viva – FEB 9ª edição, cap. 40, pelos espíritos Emmanuel/André Luiz, médiuns: Chico Xavier/Waldo Vieira.
2. O Evangelho segundo o Espiritismo, FEB 106ª edição, Cap. XV, item 10.
3. O Evangelho segundo o Espiritismo, FEB 106ª edição, frontispício.
4. O Evangelho segundo o Espiritismo, FEB 106ª edição, Cap. VI, item 5.
5. O Livro dos Espíritos, FEB, 76ª edição, pergunta 886.  

Francisco Rebouças

ANO APÓS ANO

Ninguém evolui num dia ou para um dia apenas.

Carecemos de tempo para entender o bem e praticá-lo diuturnamente, absorvendo-o em

profundidade, na alma, para o eterno futuro.

Um só pensamento bom, um só ato digno, uma só lição assimilada, não nos bastam à melhoria. Necessário repetir testemunhos de aprendizado e renovação.

A fraternidade há de avivar-nos o raciocínio, vincar-nos a memória, calejar-nos a mãos, modelar-nos a vida.

Eis porque o espírita, na experi6encia terrestre, precisa repisar atitudes, transpirar no dever e persistir no posto individual de trabalho, ano após ano, para só então se sentir realmente sintonizado com os Bons Espíritos e com os desígnios do Alto, mantidos a seu respeito.

No setor administrativo da instituição doutrinária, há de conhecer tão bem o seu mister, que nenhuma decepção não mais o surpreenda.

No estudo, há de desarticular tantas mesas, consumir tantas cadeiras e deformar tantos livros e material correspondente, sem perceber, que duvidará de semelhantes desgastes.

Na mediunidade, há de amar e compreender tanto os espíritos e os homens que qualquer incompreensão não mais lhe fará perder a paciência.

Na exemplificação da verdade, há de se familiarizar tanto com as necessidades das criaturas que penetrará os anseios do próximo, em muitas ocasiões, apenas por vê-lo.

Na assistência social, há de se inteirar tanto dos menores problemas que lhe dizem respeito, segundo as épocas do ano, as pessoas, os desfavorecidos e os sofrimentos, que se espantará ao perceber o quanto conhece de ciência mental e vida prática.

No culto do Evangelho, há de abordar tantos temas e lições, enfrentando tantos imprevistos e dificuldades, que o terá para si na condição de tarefa claramente imprescindível.

Na imprensa e na tribuna espíritas, há de se habituar tanto com o manejo e os efeitos das palavras que as cultivará e selecionará com devotamento espontâneo.

No campo das provas necessárias, há de exercitar tanto entendimento e tanta paciência diante da dor, que acabará sofrendo todas as humilhações e tribulações da romagem terrestre com o equilíbrio de quem atingiu inarredável serenidade.

Confronta o teu período de conhecimento espírita com o serviço que apresentas na existência humana.

Lógica disciplinando diretrizes, esperança enriquecendo ideais, entendimento clareando destinos, o Espiritismo faz o máximo por nós, sendo sempre o mínimo o esforço que fazemos por ele, nos empreendimentos que nos cabem em auxílio a nós mesmos, no seio da Humanidade.

Livro: Sol nas Almas, cap. 1

Waldo Vieira/André Luiz

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Estudando a doutrina Espírita

 § 5. APARIÇÕES DE PESSOAS VIVAS. BICORPOREIDADE.

32. A faculdade emancipadora da alma, e seu desligamento do corpo durante a vida, podem dar lugar a fenômenos análogos àqueles que apresentam os Espíritos desencarnados.

Enquanto o corpo está no sono, o Espírito, se transportando para diversos lugares, pode se tornar visível e aparecer sob uma forma vaporosa, seja em sonho, seja no estado de vigília; pode, igualmente, se apresentar sob a forma tangível, ou pelo menos com uma aparência de tal modo identificada com a realidade, que várias pessoas podem estar na verdade afirmando tê-lo visto, no mesmo momento, em dois pontos diferentes; ele o fora com efeito, mas de um lado só estava o seu corpo verdadeiro, e do outro não havia senão o Espírito.

De resto, esse fenômeno é muito raro, é que deu lugar à crença nos homens duplos, e que é designada sob o nome de bicorporeidade.

Por extraordinário que ele seja, não entra menos, como todos os outros, na ordem dos fenômenos naturais, uma vez que repousa sobre as propriedades do perispírito e sobre uma lei da Natureza.

Fonte: Obras Póstumas - FEB,13ª edição.

Primeira parte,  § 5.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Servir eleva e engrandece!

Quanto maior é o entendimento da Lei Divina a Alma reflete nas pequenas atividades do dia a dia o quanto é importante servir, e o quanto isso a eleva e engrandece, pois nem sempre os atos de heroísmo se referem às atitudes tomadas nas grandes calamidades públicas.

São incontáveis os exemplos de trabalhadores que com suas pequenas contribuições impulsionam o homem e a sociedade em que se movimenta em direção do bem e do progresso, através do trabalho e dos sacrifícios que nem sempre são percebidos, mas sem os quais, o caos se estabeleceria avassalador.

Muitos indivíduos possuidores de notáveis conteúdos intelectuais preferem estabelecer domínio sobre os outros através de discussões improfícuas, onde exibem seus dotes intelectuais, desperdiçando tempo que poderia ser utilizado de forma útil aplicado nas ações de relevante necessidade para o bem e o crescimento de todos.

Aquele que ainda não pode mostrar-se capaz de realizações grandiosas por falta de recursos, terá sempre à sua disposição inúmeras oportunidades de exercer a caridade nas pequenas e necessárias ações de valor inestimável para quem as recebe.

Se não pode matar a fome de todos os famintos que conhece, pode atender perfeitamente a um ou dois de tantos necessitados; se não possui dinheiro para comprar o remédio para o doente, pode socorrê-lo com sua companhia e ajuda no que for possível; não sendo possível acabar com a miséria, é sempre possível a quem desejar minorá-la.

“Sede bons e caridosos: essa a chave dos céus, chave que tendes em vossas mãos.

Toda a eterna felicidade se contém neste preceito: “Amai-vos uns aos outros.” Não pode a alma elevar-se às altas regiões espirituais, senão pelo devotamento ao próximo; somente nos arroubos da caridade encontra ela ventura e consolação. Sede bons, amparai os vossos irmãos, deixai de lado a horrenda chaga do egoísmo. Cumprido esse dever, abrir-se-vos-á o caminho da felicidade eterna. Ao demais, qual dentre vós ainda não sentiu o coração pulsar de júbilo, de íntima alegria, à narrativa de um ato de bela dedicação, de uma obra verdadeiramente caridosa? Se unicamente buscásseis a volúpia que uma ação boa proporciona, conservar-vos-íeis sempre na senda do progresso espiritual. Não vos faltam os exemplos; rara é apenas a boa-vontade. Notai que a vossa história guarda piedosa lembrança de uma multidão de homens de bem.

Não vos disse Jesus tudo o que concerne às virtudes da caridade e do amor? Por que desprezar os seus ensinamentos divinos? Por que fechar o ouvido às suas divinas palavras, o coração a todos os seus bondosos preceitos? Quisera eu que dispensassem mais interesse, mais fé às leituras evangélicas. Desprezam, porém, esse livro, consideram-no repositório de palavras ocas, uma carta fechada; deixam no esquecimento esse código admirável. Vossos males provêm todos do abandono voluntário a que votais esse resumo das leis divinas. Lede-lhe as páginas cintilantes do devotamento de Jesus, e meditai-as…” (1)

As possibilidades de ser útil e auxiliar ao próximo são infinitas e sábios são todos aqueles que aproveitam os parcos recursos de que são portadores para dividir com o seu irmão de caminhada evolutiva contribuindo para a sua felicidade. Todo aquele que se conscientiza dessa realidade, vive conforme as condições que a vida lhe apresenta, conquistando tesouros morais, que nem a ferrugem, nem os ladrões, nem as traças podem subtrair-lhe os benefícios para sua plenitude.

Francisco Rebouças

Referência:
(1) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB 112ª edição. Cap. XIII, item 12.

Brasil coração do mundo...

https://youtu.be/_a9tpJnGcbw

Homenagem a Chico Xavier

Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo

Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas

https://youtu.be/Uk7OUvyGCZU



Divaldo Franco

https://youtu.be/OVbstbRFs9M

Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...

Reencarnação é uma realidade

Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter

Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter

Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter

Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter

Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter

Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter

Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter

Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter

Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter

Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter

Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter

Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter

Glória a Kardec

Rádios Brasil

Simplesmente Espetacular!!!

Professora Amanda Gurgel

De Kardec aos dias de hoje

Muitas Vidas

Divaldo Franco

Entrevista com Divaldo Franco

Sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis, e muito mais, confira. 1ª Parte 2ª Parte

Chico Xavier

Chico Xavier (2010) trailer oficial

Página de Mensagens

Nesta página estarei lançando variadas páginas de conteúdo edificante para nosso aprendizado.

Francisco Rebouças.

1-ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

NO CAMPO FÍSICO

"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]

Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progres­so para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.

[1]
- Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.

NISTO CONHECEREMOS

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

DOUTRINAÇÕES

"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)

Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

Livro: Caminho Verdade e Vida.

Chico Xavier/Emmanuel.

FILHOS DA LUZ

FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.

(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.

Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.

Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.

Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.

Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.

Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.

Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.

Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.

Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.

Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

Vinha de Luz

Chico Xavier/André Luiz


QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel