“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Trabalhemos todos, pela Unificação do movimento espírita!!

O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendam.”
Allan Kardec (Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI).

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

Falar e Fazer

Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

sábado, 24 de novembro de 2012

CRIANÇAS, REEDUCANDOS E DOENTES MENTAIS


Um grupo de jovens formado por: César Cunha dos Santos, Emanuel Bragança Veloso, Guilherme Azevedo do Valle, Frank Dutt-Ross e José Carlos Alves de Freitas visitaram, no dia 11.03;1979, a cidade de Uberaba, em Minas Gerais, conseguindo entrevistar o médium Francisco Cândido Xavier, num bate-papo descontraído e informal, fazendo-lhe perguntas que tornam esta reportagem de grande importância, não só para o nosso tablóide, mas, também, para toda pessoa que procura vivenciar e aprender o Espiritismo, desde que as perguntas, sendo de uma atualidade notória, como não podia deixar de ser, trouxeram respostas edificantes e esclarecedoras. O grupo entrevistador faz parte da Juventude Espírita Abel Gomes, do Grupo Espírita André Luiz, aqui do Rio de Janeiro.
35 - MEDIUNIDADE SEM MEDO
P - Chico, você alguma vez sentiu medo de ser médium? O que você acha do médium que tem medo?
R - Não posso julgar os companheiros que sintam receio da mediunidade, porque a minha mediunidade realmente começou muito cedo, eu não tive oportunidade de sentir medo, isso para mim começou em criança em minha vida, e passou a fazer parte de minha existência atual.
36 - CRISE MUNDIAL
P - Chico você vê o desequilíbrio da Terra em termos políticos e sociais? E do Brasil?
R - Eu penso com aquela assertiva do nosso André Luiz, que é um mentor que nós todos respeitamos, se cada um de nós consertar de dentro o que está desajustado, tudo por fora estará certo.
 37 - ANO INTERNACIONAL DA CRIANÇA
P - Nós estamos no ANO INTERNACIONAL DA CRIANÇA, ANO I DA CRIANÇA BRASILEIRA, qual o seu recado para todas as pessoas que lidam com Evangelização nos Centros Espíritas, orfanatos e outras instituições?
R - Nós acreditamos que essa legenda é um convite mais acentuado a nós todos, que estamos no planeta terrestre, para que abramos os olhos para compreender a condição do Espírito que reinicia ou que inicia os seus passos na viagem da existência planetária.
Creio que nós deveríamos, com essa legenda: ANO INTERNACIONAL DA CRIANÇA, acordar o coração para o dever que nos cabe junto aos nossos pequeninos, isso especialmente quanto às nossas irmãs, as mulheres (digo isso com muito respeito) que a elas foi confiada a chave da vida, da maternidade tão sublimada quanto possível, não do ponto de vista de santificação compulsória, mas, de compromisso atendido, de respeito quanto aos deveres assumidos. Eu acho que isso poderia colocar o nosso tempo novamente em órbita. Imaginemos, por exemplo, determinada mãe muito jovem, com possibilidade de criar seu filho com a robustez necessária, que peça os serviços de uma ama para acalentar e nutrir a criança, subtraindo-se à presença da criança e fugindo ao diálogo com a criança.
Não estamos julgando ninguém, mas, creio que todos nós, aqueles que nascemos de mães extremamente pobres no mundo material, tivemos o suficiente amor para crescer bendizendo o nome de Deus, e para não perdermos, pelo menos, o nosso sentido de fé numa vida melhor, embora estejamos carregando, como sempre, muitas imperfeições; então, as nossas irmãs de hoje enriquecidas pela civilização, pelos patrimônios materiais que estão assinalando nossa vida em toda parte, que elas pudessem também fazer isso.
Sem a idéia de querer desprestigiá-las, eu acho que nós temos grande vantagem, em nos ajustando ao espírito de proteção à criança de que nós todos estamos necessitados, para não perdermos o futuro melhor, porque Deus determina e cria, mas o homem e a mulher são colaboradores de Deus.
38 - VISITA À PENITENCIÁRIA
Continuando a entrevista, o médium Francisco narrou fatos interessantes ocorridos durante uma visita que fez à Penitenciária de São Paulo.
No momento, comentava-se sobre o livro Falou e Disse, sua linguagem, colocação de recados etc..., e com aquele seu modo simples de falar, sua humildade para colocar fatos e situações, ele começou:
- Sabe que na Penitenciária de São Paulo, o livro está entrando muito? Já fui lá duas vezes, antes de ficar doente. A Diretoria da Casa pediu àqueles que quisessem ouvir a prece e a palestra, se inscrevessem - 542 se inscreveram. Eu estive com esses 542 companheiros. Foi um encontro tão agradável que tive vontade de passar férias na cadeia..Não para ficar descansando, mas pra conversar toda noite com os que pudessem conversar, mesmo na cela - porque lá têm espíritos brilhantes, maravilhosos.
P - Na cela, há espíritos maravilhosos?
R- Ali dentro da Penitenciária.
P - Na condição de preso, né?
R - De presos. Desses 542, um me disse:
- “Pois é, Chico Xavier, nós somos tratados por números. Muitos são os presos e os cárceres, então têm que colocar número, n.o 3, n.o 14, isso dá muito desgosto.” Então eu disse assim: - Meu filho, quem é de nós hoje que não é tratado por número? É número de telefone, de carro, de casa, do CEP, não sei de que, do CIC, nós ainda estamos com mais números que você. Só que agora estamos na cela ambulante e vocês estão na fixa. Eles riram muito.
Há muita gente boa presa, nós temos que compreender a situação deles...
39 - CARINHO AOS REEDUCANDOS
P - Chico, os espíritos brilhantes que estão lá dentro, têm a tarefa de ajudar a recuperar os outros que estão nessa situação, é por isso que estão lá dentro? Ou cometeram e estragaram a reencarnação?
R - Absolutamente, e a gente tem que compreender a situação deles, porque eles todos estão com o coração na flor dos olhos, mas, pedindo entendimento.
Terminada a reunião, na hora de sair da sala, eu disse ao Diretor: Eu quero sair daqui, mas, antes eu quero beijar e abraçar a todos. Ele falou para mim: - “Deus me livre. Não, senhor. Você não vai abraçar, nem beijar ninguém.” Então eu disse a ele: - Não senhor doutor, eu não viria aqui fazer prece, para depois me distanciar dos nossos irmãos. Não está certo. Haverá tempo, o senhor disse que só precisará do salão daqui a uma hora e tanto....sendo assim...eu lhe peço licença para abraçar. - “Chico, nesse salão, no outro dia, mataram um guarda de 23 anos. Afiaram a colher até virar punhal. Mataram e não se soube quem matou. Aqui tem criminosos com sentenças de 200 a 300 anos, eles podem te matar...”
- Pouco importa, vim aqui para o encontro e o senhor não me permite abraçar?
- “Então você vai fazer o seguinte: você vai abraçar através da mesa. - (Deus me livre).
- Tem que recuar esse povo que veio com você (umas 40 pessoas). Ficam só duas senhoras tomando note porque seus encontros serão rápidos e nós vamos colocar 18 baionetas armadas em cima. Se houver qualquer coisa você morre também.” Eu fiquei na frente e comecei a abraçar os 542. Eu abraçava e beijava; muitos que falavam comigo, um segredinho, podia falar assim...meio minuto. Dos 542, só um, de uns 40 anos, chegou perto de mim e ficou impassível como uma estátua. O Diretor estava ali perto de mim e eu pedi às duas senhoras que dessem a cada um, uma rosa; quando aquele chegou e ficou parado eu disse a ele: - O senhor permite que eu o abrace? - “Perfeitamente”, respondeu-me. Então eu o abracei, mas ele estava ereto.
- O senhor deixa que eu o beije? - “Pode beijar.” Eu beijei de uma lado, de outro, beijei quatro vezes, aí duas lágrimas rolaram dos olhos dele. Então ele disse: -“Muito obrigado.” E foi embora. Foi o único que ficou ereto, mas chorou...Mas todos receberam o abraço.
40 - ASSISTÊNCIA AOS DOENTES MENTAIS E ÀS CRIANÇAS
P - Eu quero aproveitar a oportunidade, embora, fugindo um pouco ao assunto de até agora abordado. Está havendo um movimento no Brasil entre pessoas ligadas à área de saúde mental, isto é, a Hospitais Psiquiátricos Espíritas, pessoas espíritas, Psicólogos, Enfermeiros, Assistentes Sociais e que, de repente, estão sentindo a necessidade de se unirem através de uma Associação, para olharem com mais cuidado para essa área de saúde mental, onde a Doutrina Espírita nos traz tantas informações importantes, mas, precisam ser adequadas à ciência - (A parte do Chico - “dosadas na transmissão...”) inclusive para atender de uma forma técnica, a fim de ser reconhecida pela ciência oficial e se possa penetrar em outros locais além dos Hospitais Espíritas, o que, muitas vezes, não conseguem. Gostaríamos de saber ser você tem alguma coisa a dizer para eles, alguma colaboração, pois conseguiram, reunir em janeiro, em Goiânia, a 1ª Associação Brasileira Espírita de Profissionais de Saúde Mental.
R - Acho que é um empreendimento dos melhores, porque eu creio que por muito generosas que sejam as nossas leis, elas não podem substituir a cooperação espontânea, do sentimento humano de confraternização. Essa legenda Espírita, rotula a Sociedade, e dá a ela um caráter essencial espírita, mas vamos esperar que outras entidades surjam com a amplitude possível, sem qualquer limitação, para que as pessoas de boa vontade possam dialogar com os nossos irmãos doentes ou semi-doentes, ou ainda ameaçados por desequilíbrio mental. Diálogos estes, que são praticados em nossas Reuniões Espíritas, porque as chamadas tarefas de Evangelização não são senão outra coisa senão diálogos na base de uma Espiritualidade Superior, buscando a criatura para um conhecimento mais elevado e para a responsabilidade de viver. Se nós pudéssemos fazer isso dentro do respeito às leis estabelecidas e sem qualquer caráter de críticas às entidades médicas ou às instruções de psicologia, e mais nitidamente materialista, sem qualquer idéia de desprestigiá-las, e com a devida humildade cristã para cooperarmos em nome da fé, com essas autoridades, em benefício de nossos irmãos doentes, isso será um empreendimento maravilhoso. Ainda há poucos dias numa palestra, disse o nosso Emmanuel: “Nós exigimos demais das nossas autoridades e as autoridades estão prontas para nos auxiliar. Elas administram as verbas do Estado, com o máximo escrúpulo e o maior carinho. Não podemos duvidar da honestidade dos homens que nos governam, conquanto as críticas que se façam a eles. Vamos pensar que o Ministro da Saúde, poderá, sem dúvida, oferecer as melhores perspectivas de assistência, mas, ele não pode vir à nossa casa nos ensinar como tomar um purgante; isso é função nossa.” O Estado de Santa Catarina, há pouco tempo, numa consulta do Governo Central da República, aos Estados, sem a solução do problema de assistência ao menor (isso devia ser recordado, agora, no ano Internacional da Criança), muitos Estados responderam com argumentos, propondo determinadas vantagens nas verbas públicas, mas, eu admirei imensamente a responsabilidade do Estado de Santa Catarina que disse assim: “O problema da criança, no Estado de Santa Catarina, é assunto da Comunidade”. Não pediu nada, achou que a Comunidade devia ter bastante amor para dar.
41 - O JOVEM DIANTE DO SEXO
P - Chico, no nosso último Estudo Doutrinário surgiu uma grande dúvida sobre a conduta que o jovem espírita deve ter sobre o sexo.
R - Eu creio que um compromisso sexual deve ser profundamente respeitado. Uma terceira pessoa em qualquer compromisso sexual é uma dificuldade a superar, porque, nós não podemos esquecer que a lesão sentimental é talvez mais importante de que uma lesão física, e, alguém que prometer amor à alguém deve se desincumbir desse compromisso com grandeza de pensamento e sem qualquer insegurança. Não compreendo a promiscuidade, mas a luta para que haja perfeitamente o relacionamento de alma para alma, com o respeito que devemos uns aos outros.
42 - VÍCIOS EM ESTUDO
P - Chico, apenas umas palavras sobre o vício.
R - Eu não entendo o vício como um problema de criminalidade, mas como um problema de desequilíbrio nosso, diante das leis da vida, isso não apenas no terreno em que o vício é mais claramente examinado. Por exemplo: se eu falo demasiadamente, eu estou viciado no verbalismo excessivo e infrutífero; se bebo café em demasia eu estou destruindo também as possibilidades de meu corpo me servir um tanto mais.
Quando falamos na palavra vício, habitualmente nos recordamos logo do sexo, sendo que do sexo herdamos a bênção do pai, da mãe, da família, do lar; entretanto, quando falamos em vício, lembramos logo de sexo e tóxico, quando o tóxico é outro problema para nossos irmãos que se enfraqueceram diante da vida, que procuraram uma fuga; não são criminosos, são criaturas carentes de mais proteção, mais amor, porque se nossos companheiros enveredaram pela estrada do tóxico, eles procuraram esquecer algo, esse algo é: eles mesmos; eles não puderam suportar a carga deles próprios. E então precisamos reformular as nossas concepções sobre vícios. Há algum tempo perguntamos ao Espírito de Emmanuel, como ele definiria um criminoso, ele disse assim:
- “O criminoso é sempre um doente, mas, se ele é culpado ele só deve receber esse nome depois de examinado por três médicos e três juízes”.
43 - ATUALIDADE DE ALLAN KARDEC
P - Você poderia nos falar alguma coisa sobre onde é maior a aceitação do Livro Espírita?
R - Eu teria dificuldade em localizar, porque vejo, em todas as parcelas da comunidade humana, criaturas que estão se interessando cada vez mais pelas realidades do Espiritismo, principalmente pelo que o Espiritismo traz de Evangelho no seu conteúdo, em reconforto, esperança de vida e de amor pela criatura humana, mas, não podemos esquecer - de todas as livrarias eminentemente espíritas ou exclusivamente espíritas. O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos tem uma saída superior a todos os livros - o que quer dizer que Allan Kardec está plenamente atualizado. Eu ainda não vi autor nenhum barrar esses dois livros de Kardec. São “best-seller” autênticos, pois já venceram mais de um século, porque não é só O Evangelho para o coração, é também O Livro dos Espíritos para o raciocínio, fazendo uma média gigantesca.
* Transcrita do jornal O Espírita Fluminense, Rua dos Inválidos, 182, Rio de Janeiro, RJ, edições de maio/junho; julho/outubro e novembro/dezembro de 1979.
Livro “Entender Conversando” Psicografia: Franciso C. Xavier Autor Espiritual:
Emmanuel
“CHICO XAVIER, QUEM É VOCÊ?”
44 - AUTOBIOGRAFIA
P - Chico Xavier, ao final deste Programa, que teve a pretensão de mostrar, se não toda, pelo menos parte de sua vida, nós lhe perguntamos: Chico Xavier, quem é você?
R - Meu caro Tharsis, embora avesso às informações autobiográficas, não posso deixar de me estender um tanto na resposta à questão que a sua bondade suscita.
Antes de tudo rogo as suas desculpas de companheiro uberabense, de distinto jornalista do nosso campo cultural, se vier a parecer pretensioso ou prolixo, o que realmente não desejo.
 
A pergunta que você me dirige não deixa de ser um tanto estranha, porque sendo eu um cidadão como qualquer outro, pertenço ao gênero humano e não me consta seja de praxe que esta ou aquela pessoa deva explicar quem venha a ser, desde que esteja sempre circulando, qual me acontece, no relacionamento comum.
 
Mas, satisfazendo a sua curiosidade simpática, devo esclarecer ao prezado amigo que sou uma pessoa como tantas outras, com muitos erros na vida e alguns poucos acertos, sempre alimentando o sincero desejo de cumprir minhas obrigações.
 
Não tenho qualquer privilégio material ou espiritual. No setor da profissão, trabalhei anos numa fábrica de tecidos, outros 4 anos num pequeno armazém, com setores anexos de cozinha e horticultura; e outros 32 anos consecutivos no Ministério da Agricultura, no qual me aposentei na condição de escriturário, somando ao todo 40 anos de trabalho profissional.
 
Em mediunidade, especialmente na psicografia, completei agora, em 8 de julho do corrente, meio século de atividades ininterruptas.
 
Psicografei até agora 150 livros, em nos referindo aos livros já publicados, que entreguei, sem qualquer remuneração, às Editoras Espíritas Cristãs, com o que reconheço estar cumprindo simplesmente um dever.
 
Materialmente, tenho atravessado longos períodos de moléstia física. Sou portador de luxação no olho esquerdo desde muitos anos e, em verdade, tenho recebido muito auxílio dos amigos espirituais nos tratamentos de saúde a que tenho me submetido, mas já passei por cinco cirurgias de grande porte, sempre pelas mãos de médicos cirurgiões humanos e amigos, submetendo-me a instruções médicas e a regimes hospitalares, como sucede a qualquer doente comum. A mediunidade não me deu imunidades contra doenças e tentações naturais na existência humana, porque ainda agora, numa ocorrência muito natural a qualquer pessoa com 67 janeiros de idade física, sou portador de um processo de angina, que me obriga a tratamento diário muito complexo.
 
Segundo você mesmo, caro amigo, pode observar, sou uma pessoa demasiadamente comum, sem pretensões a qualquer destaque, que nada fiz por merecer.
 
Devo esclarecer a você que não tenho o privilégio de viver o tempo ao meu dispor, de vez que, como acontece a qualquer pessoa que preza os compromissos, o relógio tem muita importância em minha vida, conquanto me sinta muito feliz quando possa sustentar essa ou aquela conversação com os amigos, o que para mim não é um prazer muito acessível, em virtude das muitas tarefas a que estou vinculado.
 
Para clarear, tanto quanto possível, a minha resposta à sua pergunta, esclareço que em matéria de estudos tive apenas o curso primário, na cidade de Pedro Leopoldo, onde nasci. Mas, naturalmente, ouvindo instruções e escrevendo instruções com o Espírito de Emmanuel e outros Espíritos amigos, desde 1927, é impossível que a minha inteligência, mesmo estreita quanto é, não obtivesse alguma evolução e algum aprimoramento em meio século de trabalho espiritual incessante.
 
Esclareço ainda a você que pertenço, morfologicamente, ao sexo masculino, e qual ocorre com as pessoas que sentem e pensam muito sobre as próprias responsabilidades, psicologicamente tenho os conflitos naturais, inerentes a essas mesmas pessoas, conflitos estes que procuro asserenar, tanto quanto possível, com o apoio a religião, pois não creio que possamos vencer as nossas tendências inferiores ou animalizantes sem fé em Deus, sem a prática de uma religião que nos controle os impulsos e nos eduque os sentimentos.
Passei por muitas lutas espirituais, desde tenra idade, em matéria de faculdades mediúnicas. Mas, com a Doutrina Espírita, em que Allan Kardec explica os ensinamentos de Jesus, há precisamente meio século, encontrei nas tarefas espíritas o equilíbrio possível, de que eu necessitava, para viver e conviver com os meus irmãos em humanidade e para trabalhar como qualquer cidadão que deseja ser útil à sua família e ao seu grupo social.
 
Informo ainda a você que o trabalho mediúnico foi sempre muito intenso em minha vida, e que continuo solteiro, sentindo-me feliz nessa condição.
Aproveito ainda o ensejo para dizer ao bom amigo que sou muito grato aos companheiros e autoridades que se referem, com tanta generosidade e carinho, ao meio século de serviço mediúnico que completei agora, mas esclareço a você, meu caro Tharsis, que se algum apontamento elogioso aparece aqui e ali, esse apontamento pertence ao Espírito de Emmanuel, e a outros Benfeitores Espirituais que se comunicam por meu intermédio, em minha condição simples de medianeiro espírita, e que de mim mesmo não passo de um médium muito falho em tudo, precisando sempre das preces e das vibrações de apoio das pessoas amigas, espíritas ou não espíritas, que possam fazer a caridade de orar em meu favor, para que eu possa cumprir o meu dever.
A você, meu caro amigo Tharsis, muito obrigado.
*Entrevista concedida ao jornalista e radialista Tharsis Bastos de Barros, para um Programa comemorativo dos 50 anos de atividades mediúnicas ininterruptas de Francisco C. Xavier, intitulado: “Especial com Chico Xavier”, e levado ao ar pela Rádio Sete Colinas, de Uberaba, MG, em fins de julho de 1977. A gravação, em fita, desta entrevista, chegou-nos às mãos pela gentileza da mãe do entrevistador, Sra. Wilma Sônia Yenne Bastos, residente em Uberaba.
Livro: Entender Conversando
Chico Xavier/Emmanuel
Francisco Rebouças

Brasil coração do mundo...

https://youtu.be/_a9tpJnGcbw

Homenagem a Chico Xavier

Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo

Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas

https://youtu.be/Uk7OUvyGCZU



Divaldo Franco

https://youtu.be/OVbstbRFs9M

Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...

Reencarnação é uma realidade

Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter

Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter

Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter

Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter

Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter

Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter

Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter

Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter

Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter

Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter

Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter

Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter

Glória a Kardec

Rádios Brasil

Simplesmente Espetacular!!!

Professora Amanda Gurgel

De Kardec aos dias de hoje

Muitas Vidas

Divaldo Franco

Entrevista com Divaldo Franco

Sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis, e muito mais, confira. 1ª Parte 2ª Parte

Chico Xavier

Chico Xavier (2010) trailer oficial

Página de Mensagens

Nesta página estarei lançando variadas páginas de conteúdo edificante para nosso aprendizado.

Francisco Rebouças.

1-ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

NO CAMPO FÍSICO

"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]

Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progres­so para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.

[1]
- Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.

NISTO CONHECEREMOS

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

DOUTRINAÇÕES

"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)

Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

Livro: Caminho Verdade e Vida.

Chico Xavier/Emmanuel.

FILHOS DA LUZ

FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.

(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.

Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.

Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.

Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.

Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.

Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.

Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.

Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.

Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.

Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

Vinha de Luz

Chico Xavier/André Luiz


QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel