A grande maioria dos homens encarnados em nosso planeta é portadora de sérios compromissos com a mediunidade, e por aqui aporta em mais uma oportunidade reencarnatória com vastos cursos, de preparação sobre esse tema, realizados no plano espiritual, onde adquire todos os necessários conhecimentos para a missão que lhe é determinada para seu crescimento e equilíbrio perante as Leis Divinas perfeitas e imutáveis, que nem sempre soube acatar, para a sua perfeita harmonização com a determinação de amar a Deus sobre todas as coisas, e servir a seu irmão como gostaria de ser servido por ele.
Muitas são as obras que nos falam da utilidade para nosso crescimento moral espiritual no exercício da nobre mediunidade, conforme palavras do assistente Áulus a André Luiz, que transcrevemos a seguir.
(...) “Áulus – a mediunidade é problema dos mais sugestivos na atualidade do mundo. Aproxima-se o homem terreno da Era do Espírito. Sob a luz da Religião Cósmica do Amor e da Sabedoria e, decerto, precisa de cooperação, a fim de que se lhe habilite o entendimento (...).
(...) O orientador, de feição nobre e simpática, recebera-nos, a pedido de Clarêncio, para um curso rápido de ciências mediúnicas.
Especializara-se em trabalhos dessa natureza, consagrando-lhes muitos anos de abnegação. Era, por isso, dentre as relações do Ministro, que se nos fizera patrono e condutor, um dos companheiros mais competentes no assunto.
Áulus nos acolhera com afabilidade e doçura.
Relacionando aflitivas questões da Humanidade Terrestre, pousava em nós o olhar firme e lúcido, não apenas com o interesse do irmão mais velho, mas também com a afetividade de um pai enternecido.
Hilário e eu não conseguíamos disfarçar a admiração.
Era um privilégio ouvi-lo discorrer sobre o tema que nos trazia até ali.
Aliavam-se nele substanciosa riqueza cultural e o mais entranhado patrimônio de amor, causando-nos satisfação o vê-lo reportar-se às necessidades humanas, com o carinho de enfermeiro para a alegria de ajudar e salvar.
Interessava-se pelas experimentações mediúnicas, desde 1779, quando conhecera Mesmer, em Paris, no estudo das célebres proposições lançadas a público pelo famoso magnetizador. Reencarnando no início do século passado, apreciara, de perto, as realizações de Allan Kardec, na codificação do Espiritismo, e privara com Cahagnet e Balzac, com Théophile Gautier e Victor Hugo, acabando seus dias na França, depois de vários decênios consagrados à mediunidade e ao magnetismo, nos moldes científicos da Europa. No mundo espiritual prosseguiu no mesmo rumo, observando e trabalhando em seu apostolado educativo. Dedicando-se agora à obra de espiritualização no Brasil, e isto há mais de trinta anos, comentava, otimista, as esperanças do novo campo de ação, dando-nos a conhecer a primorosa bagagem de memória e experiências de que se fazia portador.”
Como bem podemos ver Áulus de há muito se dedicava aos estudos na área da mediunidade, desde os tempos de Kardec, e, continua seu trabalho de aprimoramento até os dias de hoje, o que difere em muito de nossa atual situação de estudiosos da doutrina espírita e particularmente da mediunidade, onde não se percebe o mínimo esforço da grande maioria dos tarefeiros das atividades espirituais de nossas casas espíritas, em aprimorar as possibilidades de intercâmbio espiritual, como médium que dizem ser, no trabalho da mediunidade com Jesus.
Continuemos ouvindo agora ao Instrutor Albério que, a pedido de “Aulus, recebeu André Luiz e Hilário seu amigo para uma palestra sobre mediunidade que realizaria para aprendizes encarnados e desencarnados em vasto recinto do Minist´rio das comunicações de Nosso Lar (...).
“(...) Nossa mente é, dessarte, um núcleo de forças inteligentes, gerando plasmas sutil que, a exteriorizar-se incessantemente de nós, oferece recursos de objetividade às figuras de nossa imaginação, sob o comando de nossos próprios desígnios.
A idéia de um “ser” organizado por nosso espírito, a que o pensamento dá forma e ao qual a vontade imprime movimento e direção.
Do conjunto de nossas idéias resulta a nossa própria existência (...).
Atraímos os Espíritos que se afinam conosco, tanto quanto somos por eles atraídos; e se é verdade que cada um de nós somente pode dar conforme o que tem, é indiscutível que cada um recebe de acordo com aquilo que dá.
Achando-se a mente na base de todas as manifestações mediúnicas, quaisquer que sejam os característicos em que se expressem, é imprescindível enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais, os únicos que nos possibilitam fixar a luz que jorra para nós, das Esferas Mais Altas, através dos gênios da sabedoria e do amor que supervisionam nossas experiências.
Procederam acertadamente aqueles que compararam nosso mundo mental a um espelho.
Refletimos as imagens que nos cercam e arremessamos na direção dos outros as imagens que criamos (...).
E, em seguida, não deixa de alertar para a necessidade de estudo, e nos explica o porquê é tão importante estudar os fundamentos da mediunidade dizendo:
“Saibamos, assim, cultivar a educação, aprimorando-nos cada dia.
Médiuns somos todos nós, nas linhas de atividade em que nos situamos.
A força psíquica, nesse ou naquele teor de expressão, é peculiar a todos os seres, mas não existe aperfeiçoamento mediúnico sem acrisolamento da individualidade.
É contraproducente intensificar a movimentação da energia sem disciplinar-lhe os impulsos.
É perigoso possuir sem saber usar.
O espelho sepultado na lama não reflete o esplendor do Sol.
O lago agitado não retrata a imagem da estrela que jaz no infinito.
Elevemos nosso padrão de conhecimento pelo estudo bem conduzido e apuremos a qualidade de nossa emoção pelo exercício constante das virtudes superiores, se nos propomos recolher a mensagem das Grandes Almas.
Mediunidade não basta só por si.
É imprescindível saber que tipo de onda mental assimilamos para conhecer da qualidade de nosso trabalho e ajuizar de nossa direção”. 1
Os médiuns disciplinados e responsáveis verdadeiramente interessados em seu aprimoramento moral, dedicados ao estudo e ao trabalho de assistência aos necessitados de toda ordem que nos procuram nas casas espíritas, são conhecidos pelos instrutores espirituais e por isso mesmo são muito amparados e assistidos pelos responsáveis do plano espiritual, por integrarem os quadros de tarefeiros das organizações espirituais, conforme afirma o instrutor Conrado.
- “Integramos um quadro de auxiliares, de acordo com a organização estabelecida pelos mentores da Esfera Superior.
- Quer dizer que, numa casa como esta, há colaboradores espirituais devidamente fichados, assim como ocorre a médicos e enfermeiros num hospital terrestre comum?
- Perfeitamente. Tanto entre os homens como entre nós, que ainda nos achamos longe da perfeição espiritual, o êxito do trabalho reclama experiência, horário, segurança e responsabilidade do servidor fiel aos compromissos assumidos. A Lei não pode menosprezar as linhas da lógica (...).
Precisamos urgentemente atentar para os apontamentos com os quais os instrutores da espiritualidade nos aclaram para o devido aprimoramento de nossas possibilidades de servir na Seara do Mestre de Nazaré, e apresentarmo-nos da forma mais adequada possível, isto é, alicerçados nos fundamentos da moral e da ética, e trabalhar em nosso proveito e do nosso semelhante, atendendo ao imperativo da vida tão bem definido em nossa novel doutrina espírita quando nos afirma: “Fora da caridade não há salvação”.
Que saibamos aproveitar mais essa grande oportunidade que estamos tendo na presente encarnação, para tirar o melhor proveito dessa sublime ferramenta ao nosso inteiro dispor, para nosso aperfeiçoamento a caminho da pureza espiritual, que estamos certos de alcançar um dia.
Jesus nos guarde em sua paz, hoje e sempre.
Bibliografia:
1) Xavier, Francisco Cândido. Livro: Nos domínios da mediunidade, pelo espírito André Luiz - FEB, 23ª edição, Cap. 1.
2) Idem, Idem, Cap. 17.
Francisco Rebouças.