“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Trabalhemos todos, pela Unificação do movimento espírita!!

O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendam.”
Allan Kardec (Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI).

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

Falar e Fazer

Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

SERMÕES CONTRA O ESPIRITISMO.

Uma carta de Lyon, datada de 7 de dezembro de 1862, contém a passagem seguinte, que uma testemunha ocular e auricular nos confirmou de viva voz:
"Tivemos aqui o bispo do Texas, da América, que pregou, terça-feira última, 2 de dezembro, às oito horas da noite, na igreja Saint-Nizier, diante de um auditório de quase duas mil pessoas, entre as quais se encontravam um grande número de Espíritas. Ai! não parecia muito instruído na nossa doutrina; pode-se julgá-lo por este curto resumo:
"Os Espíritas não admitem o inferno nem as preces nas igrejas, eles se fecham em seus quartos e ali oram, Deus sabe que preces!... Não há senão duas categorias de Espíritos:
os perfeitos e os ladrões; os assassinos e os canalhas... Venho da América, onde esses infames começaram; pois bem! posso vos assegurar que, há dois anos, não se ocupa mais de tudo nesse país. Foi-me dito que aqui, nesta cidade de Lyon, tão renomada pela sua piedade, havia muitos Espíritas; isso não pode ser; não o creio. Estou bem seguro, caros irmãos e caras irmãs, que não há entre vós um único médium, nem uma única médium, porque, vede, os Espíritas não admitem nem o casamento, nem o batismo, e todos os Espíritas são separados de suas mulheres, etc., etc..."
"Estas várias frases podem dar uma ideia do resto. O que teria dito o orador se soubesse que quase um quarto de seus ouvintes era composto de Espíritas? Quanto à sua eloquência, não posso dizer senão uma coisa, é que, por momentos, ela parecia do frenesi; ele parecia perder o fio de suas idéias e não sabia o que queria dizer; se eu não temesse servir-me de um termo irreverente, diria que ele patinhava. Creio verdadeiramente que era impelido por alguns Espíritos a dizer todos esses absurdos, e de maneira tal que, vos asseguro, não se estaria em dúvida de estar num lugar santo; também todo mundo ria. Alguns de seus partidários foram os primeiros a julgar do efeito que produzira o sermão, mas não deveram estar muito satisfeitos, porque, uma vez fora, cada um tratou de rir e de dizer seu pensamento; vários mesmo de seus amigos deploravam os desvios aos quais se entregou, e compreendiam que o objetivo fora completamente errado. Com efeito, não poderia fazer melhor para recrutar adeptos, e foi o que aconteceu durante a sessão.
Uma senhora, que se achava ao lado de um muito bom Espírita de meu conhecimento, disse-lhe: "Mas o que é, pois, esse Espiritismo e esses médiuns, dos quais se fala tanto, e contra os quais esses senhores estão tão furiosos?" A coisa tendo-lhe sido explicada:
Oh! disse ela, chegando em minha casa, vou conseguir os livros e tentarei escrever."
"Posso vos assegurar que se os Espíritas são tão numerosos em Lyon, é graças alguns sermões do gênero desse. Lembrai-vos que, há três anos, quando não se contava aqui senão algumas centenas de Espíritas, eu vos escrevi, em conseqüência de uma pregação colérica contra a Doutrina, e que produziu um excelente efeito: "Ainda alguns sermões como este, e em um ano o número de adeptos será decuplicado.". Pois bem! hoje está decuplicado, graças também aos ignóbeis e mentirosos ataques de alguns órgãos da imprensa. Todo o mundo, até o simples operário que, sob suas vestes grosseiras, tem mais bom senso do que se crê, diz que não se ataca com tanto furor senão uma coisa que para isso valha a pena, é porque se quis ver por si mesmo, e quando se reconheceu a falsidade de certas afirmações, que denotavam ignorância e malevolência, a crítica perdeu todo o crédito, e, em lugar de afastar do Espiritismo, ela conquistou partidários. Ocorrerá o mesmo, muito esperamos, como sermão do monsenhor do Texas, cuja maior imperícia foi dizer que "todos os Espíritas estão separados de suas mulheres," quando temos aqui, sob nossos olhos, numerosos exemplos de lares outrora divididos, e onde o Espiritismo levou à união e à concórdia. Cada um diz naturalmente que, uma vez que os adversários do Espiritismo lhe atribuem ensinos e resultados cuja falsidade está demonstrada pelos fatos e pela leitura dos livros que dizem tudo ao contrário, nada prova a verdade das outras críticas. Creio que se os Espíritas lioneses não temessem faltar com o respeito ao monsenhor do Texas, ter-lhe-iam votado um requerimento de agradecimentos. Mas o Espiritismo nos torna caridosos, mesmo para com os nossos inimigos."
Uma outra carta, de uma testemunha ocular, contém a passagem seguinte:
"O orador de Saint-Nizier partiu desse dado de que o Espiritismo tivera seu tempo nos Estados Unidos, e que não se falava dele há dois anos. Era, pois, segundo ele, um assunto da moda; esses fenômenos eram sem consistência, e não valiam a pena serem estudados; tinha procurado ver e não vira nada. No entanto, mostrava a nova doutrina como atentatória aos laços de família, à propriedade, à constituição da sociedade, e denunciando-a como tal às autoridades competentes.
"Os adversários se prendiam a um efeito mais surpreendente, e não a uma simples negação representada de maneira bastante ridícula; porque não ignoram o que se passa na cidade, a marcha do progresso e a natureza das manifestações. Também a questão retornou, domingo dia 14, em Saint-Jean, e esta vez um pouco melhor tratada.
"O orador de Saint-Nizier negara os fenômenos; o de Saint-Jean reconheceu-os, afirmou-os: "Ouvem-se, disse ele, golpes nas paredes; no ar, vozes misteriosas; se tem, realmente, relações com os Espíritos, mas quais Espíritos? Podem não ser bons, porque os bons são dóceis e submissos às ordens de Deus, que proibiu a própria evocação dos Espíritos; portanto, aqueles que vêm não podem ser senão maus."
"Contaram-se bem três mil pessoas em Saint-Jean; entre elas, trezentas pelo menos irão à descoberta.
"O que contribuirá, certamente, para fazer refletirem as pessoas honestas ou inteligentes que compõem o auditório, são as afirmações singulares do orador, - digo singulares por polidez. - "O Espiritismo, disse ele, vem destruir a família, aviltar a mulher, pregar o suicídio, o adultério e o abortamento, preconizar o comunismo, dissolver a sociedade."
Depois convidou os paroquia-nos que, por acaso, tivessem livros espíritas a levá-los a esses senhores que os queimariam, como São Paulo fez a respeito das obras heréticas.
"Não sei se esses senhores encontrarão muitas pessoas bastante zelosas para irem esgotar, o dinheiro à mão, as lojas de nossas livrarias. Alguns Espíritas estavam furiosos;
a maioria se alegrava, porque compreendiam que era uma boa coisa.
"Assim, do alto do segundo púlpito da França vem de se proclamar que os fenômenos espíritas são verdadeiros; toda questão se reduz, pois, em saber se são bons ou maus Espíritos, e se não é senão aos maus que Deus permite vir."
O orador de Saint-Jean afirma que não pode ser senão os maus; e eis um outro que modifica um pouco a solução. Escrevem-nos de Angoulême que, quinta-feira, 5 de dezembro último, um pregador assim se exprimiu em seu sermão: "Sabíamos iodos que se podiam evocar os Espíritos, e isso há muito tempo; mas só a Igreja pode fazê-lo; não é permitido aos outros homens tentarem corresponder-se com eles por meios físicos; para mim, é uma heresia." O efeito produzido foi todo contrário ao que se esperava."
É, pois, muito evidente que os bons e os maus podem se comunicar, porque se só os maus tivessem esse poder, não é provável que a Igreja se reservasse o privilégio de chamá-los.
Duvidamos que dois sermões, pregados em Bordeaux em outubro último, tenham servido melhor à causa de nossos antagonistas. Eis a análise que deles foi feita por um ouvinte; os Espíritas puderam ver se, sob esse disfarce, reconhecem sua doutrina, e se os argumentos que se lhes opõem são de natureza a abalar sua fé. Quanto a nós, repetimos o que dissemos alhures: Enquanto não se atacar o Espiritismo com melhores armas, nada se tem a temer.
"Lamentarei sempre, disse o narrador, não ter ouvido o primeiro desses sermões, que ocorreu na capela Margaux, a 15 de outubro último, se minhas informações estão certas. Segundo o que testemunhas dignas de fé me reportaram, a tese desenvolvida foi esta:
"Os Espíritos podem se comunicar aos homens. Os bons se comunicam só na Igreja.
Todos aqueles que se manifestam fora da Igreja são maus, porque fora da Igreja não há salvação. - Os médiuns são infelizes que fizeram pacto com o diabo e dele, ao preço de sua alma, que lhe venderam, recebem manifestações de todas as espécies, fossem elas extraordinárias para não dizer miraculosas." - Silêncio sobre outras citações mais estranhas ainda; eu mesmo não as tendo entendido, temeria exagerá-las.
"No domingo seguinte, 19 de outubro, tive a felicidade de assistir ao segundo sermão.
Informei-me quanto ao nome do pregador; foi-me respondido que era o Padre Lapeyre, da companhia de Jesus.
"O Padre Lapeyere fez a crítica de O Livro dos Espíritos, e, certamente, seria preciso uma extraordinária dose de boa vontade para reconhecer essa admirável obra nas teorias desprovidas de bom senso que o pregador pretendia ali ter encontrado. Limitar-me-ei a vos mostrar os pontos que me feriram mais, preferindo ficar abaixo da verdade antes que atribuir ao nosso adversário o que não teria dito, ou o que eu teria mal compreendido.
"Segundo o Padre Lapeyre, "O Livro dos Espíritos prega o comunismo, a partilha dos bens, o divórcio, a igualdade entre todos os homens e, sobretudo, entre o homem e a mulher, a igualdade entre o homem e seu Deus, porque o homem, levado por esse orgulho que os anjos perderam, não aspira a nada menos do que se tornar semelhante a Jesus Cristo; ele arrasta os homens ao materialismo e aos prazeres sensuais, porque o trabalho de aperfeiçoamento pode se fazer sem o concurso de Deus, apesar dele mesmo, pelo efeito dessa força que quer que tudo se aperfeiçoe gradualmente; ele preconiza a metempsicose, essa loucura dos Antigos, etc."
"Passando em seguida à rapidez com a qual as idéias novas se propagam, constata com pavor quanto o diabo que as ditou é hábil e velhaco, quanto soube habituar com arte, de maneira a fazê-los vibrar com força nos corações pervertidos das crianças deste século
de incredulidade e de heresia. "Este século, exclama, ama tanto a liberdade! e se lhe vêm oferecer o livre exame, o livre arbítrio, a liberdade de consciência! Este século gosta tanto da igualdade! e se lhe mostra o homem à altura de Deus! Gosta tanto de luz! e com traço de pena se rasga o véu que esconde os santos mistérios!"
"Depois atacou a questão das penas eternas, e fez sobre esse assunto, palpitante de emoções, magníficos movimentos oratórios: "Crê-lo-íeis, meus muito caros irmãos; acreditaríes até onde foi a impudência desses filósofos novos, que crêem fazer desabar sob o peso dos sofismas a santa religião do Cristo! Pois bem, os infelizes! dizem que não há inferno! dizem que não há purgatório! Para eles não mais de relações benditas que ligam os vivos às almas daqueles que perderam!. Não mais o santo sacrifício da missa! E por que celebrá-la? essas almas não se purificam por si mesmas e sem trabalho nenhum, pela eficácia dessa força irresistível que, sem cessar, as atrai para a perfeição?
"Sabeis quais são as autoridades que vêm proclamar essas doutrinas ímpias, marcadas na fronte com o sinal inapagável desse inferno que quereriam aniquilar? Ah! meus irmãos, essas são as mais sólidas colunas da Igreja: os São Paulo, os São Agostinho, os São Luís, os São Vicente de Paulo, os Bossuet, os Fénelon, os Lamennais, e todos esses homens de elite, santos homens que, durante sua vida, combateram para o estabelecimento das verdades inabaláveis, sobre as quais a Igreja construiu seus fundamentos, e que vem declarar hoje que seu Espírito, liberto da matéria, estando mais clarividente, perceberam que suas opiniões eram errôneas, e que é tudo ao contrário que é preciso crer."
"O pregador, passando em seguida à pergunta que o autor da Carta de um católico dirige a um Espírito para saber se, praticando o Espiritismo, ele é herético, acrescenta:
"Eis a resposta, meus irmãos; ela é curiosa, e o que é mais curioso ainda, o que nos mostra a maneira, a mais evidente, que o diabo, apesar de suas velhacarias e sua habilidade, deixa sempre perceber seu verdadeiro caráter, foi o próprio nome do Espírito que deu essa resposta; eu vos dizia há pouco."
"Segue a citação dessa resposta, que termina assim: "Estás de acordo com a Igreja sobre todas as verdades que te fortalecem no bem, que aumenta em tua alma o amor de Deus e o devotamento aos teus irmãos? Sim; pois bem! tu és católico." Depois acrescenta:
"Marcai... Zenon L. Zenon! um filósofo grego, um pagão, um idolatra que, do fundo do inferno onde queima há vinte séculos, vem nos dizer que se pode ser católico e não crer nesse inferno que o tortura, e que espera todos aqueles que, como ele, não morrerem humildes e submissos no regaço da santa Igreja... Mas, insensatos e cegos que sois! com toda a vossa filosofia, não teríeis senão essa prova, essa única prova de que a doutrina que proclamais emana do demônio, que ela seria mil vezes suficiente!"
"Depois de longos desenvolvimentos sobre essa questão e sobre o privilégio exclusivo que a Igreja tem de expulsar os demônios, ajunta:
"Pobres insensatos, que vos divertis falando aos Espíritos e pretendeis exercer sobre eles alguma influência! Não temeis, pois, que, como aquele de que fala São Lucas, esses Espíritos batedores, barulhentos, - e são bem nomeados, meus muito caros irmãos, - não vos pergunte também: E vós, quem sois? Quem sois para vir nos perturbar? Crede-vos submeter-nos impunemente aos vossos caprichos sacrílegos? e que, agarrando as cadeiras e mesas que fazeis girar, não se apoderem de vós, como se apoderaram dos filhos de Sceva, e não vos maltratem de tal modo que não sejais forçados a fugir nus e feridos, e reconhecendo, mas muito tarde, toda abominação que há em jogar assim com os mortos.
"Diante desses fatos tão patentes, e que falam tão alto, que nos resta a fazer? Que temos a dizer? Ah! meus caros irmãos! Guardai-vos com cuidado do contágio! Repeli com horror todas as tentativas que os maus não deixarão de fazer depois de vos arrastar com eles ao abismo! Mas, ah!, já é muito tarde para fazer tais recomendações; o mal já fez rápidos progressos. Esses livros infames, ditados pelo príncipe das trevas, a fim de atrair em seu reino uma multidão de pobres ignorantes, estão de tal modo esparramados que se, como outrora em Éfeso, se calculasse o preço dos que circulam em Bordeaux, ultrapassar-se-ia, disto estou seguro, a soma enorme de cinqüenta mil moedas de prata (170000 francos de nossa moeda; chamada de uma citação feita em outra parte de seu sermão); e não estaria admirado que, entre os numerosos fiéis que me escutam, haja alguns deles que já se deixaram arrastar ao lê-los. Àqueles não podemos dizer senão isto:
Depressa! aproximai-vos do tribunal da penitência; depressa! vinde abrir vossos corações aos vossos guias espirituais. Cheios de doçura e de bondade, e seguindo em todos os pontos o magnânimo exemplo de São Paulo, nos apressaremos em vos dar a absolvição; Mas, como ele, não vo-la daremos senão com a condição expressa de nos trazer esses livros de magia que fizeram vos perder. E desses livros, muito caros irmãos, o que faremos deles? sim, que faremos deles? Como São Paulo, deles faremos uma grande pilha na praça pública, e, como ele, nós mesmos lhes colocaremos o fogo."
Não faremos senão uma curta observação sobre esse sermão, é que o autor se enganou da data, e que talvez, novo Epimênides, dormiu depois de quatorze séculos. Um outro fato que disso ressalta é a constatação do rápido desenvolvimento do Espiritismo.
Os adversários de uma outra escola o constatam também com desespero, tanto é grande seu amor pela razão humana. Lê-se no Moniteur de Ia Moselle, de 7 de novembro de 1862: "O Espiritismo faz perigosos progressos. Invade o grande, o pequeno, o médio e o
semi-mundo. Magistrados, médicos, pessoas sérias dão também nesse erro." Achamos essa afirmação repetida na maioria das críticas atuais; é que, em presença de um fato tão patente, seria preciso vir do fundo do Texas para adiantar, diante de um auditório, onde se encontram mais de mil espíritas, que há dois anos dele não se ocupa mais. Então, por que tanta cólera se o Espiritismo está morto e enterrado? O P. Lapeyere, ao menos não se ilude; seu próprio medo lhe exagera a extensão do pretenso mal, uma vez que avalia numa cifra fabulosa o valor dos livros espíritas esparramados em Bordeaux somente; em todos os casos, é reconhecer um grande poder à ideia. O que quer que seja, em presença de todas essas afirmações, ninguém nos taxará de exagero, quando falamos dos rápidos progressos da Doutrina; que uns os atribuem ao poder do diabo, lutando com vantagem contra Deus, os outros a um acesso de loucura que invadiu todas as classes da sociedade, de tal sorte que o círculo das pessoas sensatas vai todos os dias se restringindo, e logo não terá mais lugar senão para alguns indivíduos; que uns e os outros deplorem esse estado de coisa, cada um do seu ponto de vista, e se perguntem: "Onde vamos? grande Deus!" lhes é permitido; disso não ressalta menos esse fato de que o Espiritismo passa por cima de todas as barreiras que se lhe opõem; portanto, se é uma loucura, logo não haverá mais do que loucos sobre a Terra: conhece-se o provérbio; se é obra do diabo, logo não haverá mais do que condenados, e se aqueles que falam em nome de Deus não podem detê-lo, é que o diabo é mais forte do que Deus. Os Espíritas são mais respeitosos do que isso para com a Divindade; não admitem que haja um ser podendo lutar com ela de poder a poder, e sobretudo se impor sobre ela; de outro modo os papéis estariam mudados, e o diabo tornar-se-ia o verdadeiro senhor do Universo. Os Espíritas dizem que Deus sendo soberano sem partilha, nada chega no mundo sem a sua permissão; portanto, se o Espiritismo se difunde com a rapidez do relâmpago, o que quer que se faça para detê-lo, é preciso nisso ver um efeito da vontade de Deus; ora, sendo Deus soberanamente justo e bom, não pode querer a perda de suas criaturas, nem fazê-las tentar, com a certeza, em virtude de sua presciência, que elas sucumbirão, para precipitá-las nos tormentos eternos. Hoje, o dilema está colocado; está submetido à consciência de todos; o futuro se encarrega da conclusão.
Se fazemos essas citações, é para mostrar a que argumentos os adversários do Espiritismo se reduziram para atacá-lo; com efeito, é preciso estar muito desprovido de boas razões para recorrer a uma calúnia como aquela que o representa pregando a desunião da família, o adultério, o abortamento, o comunismo, o transtorno da ordem social. Temos necessidade de refutar semelhantes afirmações? Não, porque basta remeter ao estudo da Doutrina, à leitura do que ela ensina, e é o que se faz de todos os lados. Quem poderá crer que pregamos o comunismo depois das instruções que demos sobre esse assunto no discurso reportado in extenso na narração de nossa viagem em 1862? Quem poderá ver uma excitação à anarquia nas palavras seguintes que se encontram na mesma brochura, página 58: "Em todo estado de causa, os Espíritas devem ser os primeiros a dar o exemplo da submissão às leis, nos casos em que para isso forem chamados."
Adiantar semelhantes coisas num país longínquo, onde o Espiritismo seria desconhecido, onde não houvesse nenhum meio de controle, isso poderia produzir algum efeito; mas afirmá-lo do alto do púlpito, no meio de uma população espírita que lhe dá, incessantemente, um desmentido para suas informações e seu exemplo, por imperícia, e não se pode impedi-lo de dizer que é preciso estar preso de singular vertigem para se iludir a esse ponto, e não compreender que, falar assim, é servir à causa do Espiritismo.
Estar-se-ia errado, no entanto, crendo que é a opinião de todos os membros do clero; ocorre muito, ao contrário, que não a partilham, e disso conhecemos um bom número que deplora esses desvios, mais nocivos à religião do que à Doutrina Espírita. Essas são, pois, opiniões individuais que não podem fazer lei; e o que prova que são apreciações pessoais é a contradição que existe entre eles. Assim, ao passo que um declara que todos os Espíritos que se manifestam são necessariamente maus, uma vez que desobedecem a Deus comunicando-se, um outro reconhece que há bons e maus, que só os bons vão à Igreja, s os maus ao vulgo. Um acusa o Espiritismo de aviltar a mulher, um outro o reprova por elevá-la ao nível dos direitos do homem; um pretende que ele "arrasta os homens ao materialismo e aos prazeres sensuais;" e um outro, o Sr. cura Marouzeau, reconhece que ele destrói o materialismo.
O Sr. abade Marouzeau, em sua brochura, assim se exprime: 'Verdadeiramente, ao ouvir os partidários das comunicações de além-túmulo, isso seria um preconceito da parte do clero de combater quando mesmo o Espiritismo. Por que, pois, supor aos padres tão pouco de inteligência e de bom senso, uma teimosia estúpida? Por que crer que a Igreja que, em todos os tempos, deu tantas provas de prudência, de sabedoria e de alta inteligência, para discernir o verdadeiro do falso, seja hoje incapaz de compreender o interesse de seus filhos? Por que condená-la sem ouvi-la? Se ela se recusa a reconhecer vossa bandeira, é que vosso estandarte não é o seu; tem as cores que lhe são essencialmente hostis; é que ao lado do bem que fazeis, combatendo o horrendo materialismo, ela vê um
perigo real para as almas e a sociedade." E em outra parte: "Concluamos de tudo isso que o Espiritismo deve se limitar a combater o materialismo, a dar ao homem provas palpáveis de sua imortalidade por meio das manifestações de além-túmulo bem constatadas."
De tudo isto ressalta um fato capital, é que todos esses senhores estão de acordo sobre a realidade das manifestações', somente cada um a aprecia à sua maneira. Negá-las,  com efeito, seria negar a verdade das Escrituras, e os próprios fatos sobre os quais se apoiam a maioria dos dogmas. Quanto à maneira de encarar a coisa, pode-se, desde o presente, constatar em que sentido se faz a unidade e se pronuncia a opinião pública, que tem também seu veto. Disso resulta ainda um outro fato, é que a Doutrina Espírita comove profundamente as massas; ao passo que uns nela vêem um fantasma apavorante, outros nela vêem o anjo da consolação e da liberdade, e uma nova era de progresso moral para a Humanidade.
Uma vez que citamos a brochura do Sr. abade Marouzeau, perguntar-se-nos-á, talvez, porque ainda não a respondemos, uma vez que nos era pessoalmente dirigida. Disso se pôde ver o motivo na narração de nossa viagem, a propósito das refutações. Quando tratamos uma questão, o fazemos do ponto de vista geral, abstração das pessoas que não são, aos nossos olhos, senão individualidades se apagando diante das questões de princípios. Falaremos do Sr. Marouzeau oportunamente, assim como de alguns outros, quando examinarmos o. conjunto das objeções; para isso era útil esperar que, cada um tivesse dito sua palavra, grande ou pequena, - viram-se acima algumas delas bastante grossas, - para apreciar a força da oposição. Respostas especiais e individuais teriam sido prematuras e, sem cessar, a recomeçar. A brochura do Sr. Marouzeau foi um tiro de fuzil; nós lhe pedimos perdão por colocá-lo na condição dos simples atiradores, mas a sua modéstia cristã com isso não se ofenderá. Prevenido de um levante geral, nos pareceu conveniente deixar descarregar todas as armas, mesmo a grossa artilharia que, como se vê, vem de dar, a fim de julgar sua importância; ora, até o presente, não temos a nos lamentar dos vazios que ela fez em nossas fileiras, uma vez que, ao contrário, seus tiros ricochetearam contra ela. De um outro lado não era menos útil deixar a situação se desenhar, e se convirá que, há dois anos, o estado das coisas, longe de imperar para nós, cada dia vem nos emprestar uma nova força. Responderemos, pois, quando julgarmos oportuno; até o presente não houve tempo perdido, uma vez que ganhamos terreno sem cessar, sem isso, e que nossos adversários, eles mesmos, se encarregam de tornar, nossa tarefa mais fácil. Não temos, pois, senão que deixá-los fazer.
Fonte: Re vista Espírita, Fevereiro de 1863

Brasil coração do mundo...

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Homenagem a Chico Xavier

Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo

Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas

https://youtu.be/Uk7OUvyGCZU



Divaldo Franco

https://youtu.be/OVbstbRFs9M

Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...

Reencarnação é uma realidade

Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter

Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter

Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter

Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter

Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter

Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter

Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter

Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter

Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter

Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter

Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter

Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter

Glória a Kardec

Rádios Brasil

Simplesmente Espetacular!!!

Professora Amanda Gurgel

De Kardec aos dias de hoje

Muitas Vidas

Divaldo Franco

Entrevista com Divaldo Franco

Sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis, e muito mais, confira. 1ª Parte 2ª Parte

Chico Xavier

Chico Xavier (2010) trailer oficial

Página de Mensagens

Nesta página estarei lançando variadas páginas de conteúdo edificante para nosso aprendizado.

Francisco Rebouças.

1-ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

NO CAMPO FÍSICO

"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]

Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progres­so para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.

[1]
- Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.

NISTO CONHECEREMOS

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

DOUTRINAÇÕES

"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)

Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

Livro: Caminho Verdade e Vida.

Chico Xavier/Emmanuel.

FILHOS DA LUZ

FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.

(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.

Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.

Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.

Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.

Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.

Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.

Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.

Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.

Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.

Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

Vinha de Luz

Chico Xavier/André Luiz


QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel