domingo, 23 de março de 2025
terça-feira, 18 de março de 2025
sexta-feira, 14 de março de 2025
Árvores Humanas
O texto evangélico, ante a luz da Doutrina Espírita, não se refere aos médiuns categorizando-os por fachos ou estrelas, anjos ou santos.
Com muita propriedade, reporta-se a eles como sendo árvores frutíferas.
E sabemos, à saciedade, que as árvores produzem segundo a própria espécie.
Não vivem sem irrigação e sem adubo; entretanto, o excesso de uma e outro pode perdê-las.
Em verdade, não prescindem do cuidado e do carinho de cultivadores atentos; contudo, se obrigam a tolerar vento e chuva, canícula e tempestade.
São abençoadas por ninhos e melodias de pássaros amigos; todavia, suportam pragas que por vezes lhes carcomem as orças e pancadas de criaturas irresponsáveis que lhes furtam lascas e flores.
Registram a gratidão das almas boas que lhes recolhem o favor e a utilidade, mas aguentam o assalto de quantos lhes tomam a golpes de violência ramos e frutos.
E, conquanto estimáveis aos pomicultores, que lhes garantem a existência, são submetidas por eles mesmos à poda criteriosa e providencial, com vistas ao rendimento e melhoria da produção.
Assim também são os médiuns da Terra, postos no solo da experiência para a extensão do bem de todos. E anotemos que, semelhantes às árvores preciosas, todos eles, por muito dignos, como sucede a qualquer criatura humana, se elevam em pensamento no rumo do Céu, conservando, porém, os próprios pés nas dificuldades e deficiências do chão.
Livro: MEDIUNIDADE E SINTONIA
Francisco Cândido Xavier/Emmanuel.
sábado, 8 de março de 2025
sexta-feira, 7 de março de 2025
Estudando a Doutrina Espírita
FORMAÇÃO E PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO
-
A camada de fluidos espirituais que cerca a Terra se pode comparar às camadas
inferiores da atmosfera, mais pesadas, mais compactas, menos puras, do que as
camadas superiores. Não são homogêneos esses fluidos;
são uma mistura de moléculas de diversas qualidades, entre as quais necessariamente
se encontram. as moléculas elementares que lhes formam a base, porém mais ou
menos alteradas. Os efeitos que esses fluidos produzem estarão na razão da soma
das partes puras que eles encerram. Tal, por comparação, o álcool retificado,
ou misturado, em diferentes proporções, com água ou outras substâncias: seu
peso específico aumenta, por efeito dessa mistura, ao mesmo tempo que sua força
e sua inflamabilidade diminuem, embora no todo continue a haver álcool puro.
Os
Espíritos chamados a viver naquele meio tiram dele seus perispíritos; porém,
conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das
partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele
encarna. O Espírito produz aí, sempre por
comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo químico que atrai a si
as moléculas que a sua natureza pode assimilar.
Resulta
disso este fato capital: a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos
os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a
circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal, que, como foi
demonstrado, se forma dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade
ou a inferioridade do Espírito. Por isso, em todos, são os mesmos os efeitos
que o corpo produz, semelhantes as necessidades, ao passo que diferem em tudo o
que respeita ao perispírito.
Também
resulta que: o envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o
progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no
mesmo meio; que os Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente, em
missão, num mundo inferior, têm perispírito menos grosseiro do que o dos
indígenas desse mundo.
Fonte: A Gênese, cap. XIV, item 10.
sábado, 1 de março de 2025
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
EVANGELHO E EDUCAÇÃO
Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.
Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a religião.
Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.
Prosperava a instituição, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em lamentável pobreza.
O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.
A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se dispensava aos cavalos.
Homens de consciência enobrecia, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como animais.
Os pais podiam vender os filhos.
Era razoável cegar os vencidos e aproveita-los em serviços domésticos.
As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.
Enfermos eram sentenciados ao abandono.
As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.
Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.
Qualquer tirano desfrutava o direito do reduzir os governados à extrema penúria, sem ser incomodado por ninguém.
Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso geral.
Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como impositivo natural dos costumes.
Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.
Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para aqueles que o vergastavam a feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições espirituais.
Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes.
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.
Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular.
Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.
Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a fortaleza moral e a esperança.
Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de numerosos cativos.
Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao mundo livre.
Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos são recebidos no lar.
Nova mentalidade surge na Terra.
O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.
A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: _ “meu irmão”.
Livro: Roteiro, cap21
Chico Xavier/Emmanuel
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
sábado, 8 de fevereiro de 2025
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
Problemas do mundo
O mundo está repleto de ouro.
Ouro no solo. Ouro no mar. Ouro nos cofres.
Mas o ouro não resolve o problema da miséria.
O mundo está repleto de espaço.
Espaço nos continentes. Espaço nas cidades. Espaço nos
campos.
Mas o espaço não resolve o problema da cobiça.
O mundo está repleto de cultura.
Cultura no ensino. Cultura na técnica. Cultura na
opinião.
Mas a cultura da inteligência não resolve o problema do
egoísmo.
O mundo está repleto de teorias.
Teorias na ciência. Teorias nas escolas filosóficas.
Teorias nas religiões.
Mas as teorias não resolvem o problema do desespero.
O mundo está repleto de organizações.
Organizações administrativas. Organizações econômicas.
Organizações sociais.
Mas as organizações não resolvem o problema do crime.
Para extinguir a chaga da ignorância, que acalenta a
miséria; para dissipar a sombra da cobiça, que gera a ilusão; para exterminar o
monstro do egoísmo, que promove a guerra; para anular o verme do desespero, que
promove a loucura, e para remover o charco do crime, que carreia o infortúnio,
o único remédio eficiente é o Evangelho de Jesus no coração humano.
Sejamos, assim, valorosos, estendendo a Doutrina
Espírita que o desentranha da letra, na construção da Humanidade Nova,
irradiando a influência e a inspiração do Divino Mestre, pela emoção e pela
idéia, pela diretriz e pela conduta, pela palavra e pelo exemplo e,
parafraseando o conceito inolvidável de Allan Kardec, em torno da caridade,
proclamemos aos problemas do mundo: “Fora do Cristo não há solução.”
Bezerra de Menezes
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
terça-feira, 28 de janeiro de 2025
Estejamos certos
Porei minhas leis em seus corações e as escreverei em seus entendimentos.” - Paulo. (Hebreus, 10:16.)
As instituições humanas vivem cheias de códigos e escrituras.
Os templos permanecem repletos de pregações. Os núcleos de natureza religiosa alinham inúmeros compêndios doutrinários.
O Evangelho, entretanto, não oculta os propósitos do Senhor.
Toda a movimentação de páginas rasgáveis, portadoras de vocabulário restrito, representa fase de preparo espiritual, porque o objetivo de Jesus é inscrever os seus ensinamentos em nossos corações e inteligências.
Poderemos aderir de modo intelectual aos mais variados programas religiosos, navegarmos a pleno mar da filosofia e da cultura meramente verbalistas, com certo proveito à nossa posição individual, diante do próximo; mas, diante do Senhor, o problema fundamental de nosso espírito é a transformação para o bem, com a elevação de todos os nossos sentimentos e pensamentos.
O Mestre escreverá nas páginas vivas de nossa alma os seus estatutos divinos.
Tenhamos disso a certeza. E não estejamos menos convencidos de que, às vezes, por acréscimo de misericórdia, nos conferirá os precisos recursos para que lavemos nosso livro íntimo com a água das lágrimas, eliminando os resíduos desse trabalho com o fogo purificador do sofrimento.
Livro: Vinha de Luz, cap. 81
Chico Xavier/Emmanuel
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
sábado, 18 de janeiro de 2025
MENSAGEM DE VIGILÂNCIA
Se buscas em tua fé
Roteiros de paz e luz,
Afeiçoa a própria vida
Às instruções de Jesus.
Não vale apenas saber.
O aprendizado cristão
Reclama de todos nós
Esforço e edificação.
Palavras, prantos, discursos,
Merecem todo o respeito,
Mas são zero se lhes falta
Caminho nobre e direito.
Muitos sabem todo o texto
Que a Santa Escritura encerra,
Mas vivem segundo a carne,
Colados ao pó da terra.
Notamos por toda a parte,
Nos Templos do mundo inteiro,
Grandes lobos que se ocultam
Em fina lã de cordeiro.
Há serpes ao pé do altar
De mente escura e cruel,
Raposas que dão balidos
Gemendo com voz de mel.
Há vasos alabastrinos
Conservando essência impura.
E há venenos escondidos
Em cálices de ternura.
São almas que a sombra envolve
Em que a mentira faz centro.
Revelam flores por fora
Guardando abismos por dentro.
As teorias sem fatos
Ao povo faminto em prece
São promessas enganosas
De pão que desaparece.
Todos temos fantasias
De Caim, Judas, Pilatos,
Mas nunca seremos livres
Sem Jesus em nossos atos.
Façamos, pois, cada dia,
Bendita e nova cruzada,
Oferecendo ao Senhor
Nossa vida transformada.
Sem Cristo no pensamento,
Sem Evangelho na ação,
Jamais veremos na Terra
O dia da redenção.
quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
terça-feira, 7 de janeiro de 2025
Estudando sobre a prece!
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PRECE NO ESPIRITISMO.
Cada um é livre
para encarar as coisas à sua maneira, e nós, que reclamamos essa liberdade para
nós, não podemos recusá-la aos outros. Mas, do fato de que uma opinião seja
livre, não se segue que não se possa discuti-la, examinar-lhe o forte e o
fraco, pesar-lhe as vantagens ou os inconvenientes.
Dizemos isto a
propósito da negação da utilidade da prece, que algumas pessoas gostariam de
erigir em sistema, para dela fazer a bandeira de uma escola dissidente.
Essa opinião
pode se resumir assim:
"Deus
estabeleceu leis eternas, às quais todos os seres estão submetidos; não podemos
nada lhe pedir e não lhe temos a agradecer nenhum favor especial, portanto, é inútil
orar-lhe.
"A sorte
dos Espíritos está traçada; é, pois, inútil orar por eles. Não podem mudar a ordem
imutável das coisas, portanto, é inútil orar por eles.
"O
Espiritismo é uma ciência puramente filosófica; não só não é uma religião, mas não
deve ter nenhum caráter religioso. Toda prece dita nas reuniões tende a manter
a superstição e a beatice."
A questão da
prece foi, há muito tempo, discutida para que seja inútil repetir aqui o que se
sabe a esse respeito. Se o Espiritismo proclama-lhe a utilidade, não é por
espírito de sistema, mas porque a observação permitiu constatar-lhe a eficácia
e o modo de ação.
Desde então
que, pelas leis fluídicas, compreendemos o poder do pensamento, compreendemos
também o da prece, que é, ela mesma, um pensamento dirigido para um objetivo
determinado.
Para algumas
pessoas, a palavra prece não revela senão uma ideia de pedido; é um grave
erro. Com relação à divindade é um ato de adoração, de humildade e de submissão
ao qual não se pode recusar sem desconhecer o poder e a bondade do Criador.
Negar a prece a Deus é reconhecer Deus como um fato, mas é recusar prestar-lhe
homenagem; está ainda aí uma revolta do orgulho humano.
Com relação aos
Espíritos, que não são outros senão as almas de nossos irmãos, a prece é uma
identificação de pensamentos, um testemunho de simpatia; repeli-la, é repelir a
lembrança dos seres que nos são caros, porque essa lembrança simpática e benevolente
é em si mesma uma prece. Aliás, sabe-se que aqueles que sofrem a reclamam com
instância como um alívio às suas penas; se a pedem, é, pois, que delatem necessidade;
recusá-la é recusar o copo d'água ao infeliz que tem sede.
Além da ação
puramente moral, o Espiritismo nos mostra, na prece, um efeito de alguma sorte
material, resultante da transmissão fluídica. Sua eficácia, em certas doenças,
está constatada pela experiência, como é demonstrada pela teoria. Rejeitar a prece
é, pois, privar-se de um poderoso auxiliar para o alívio dos males corpóreos.
Vejamos agora
qual seria o resultado dessa doutrina, e se ela teria alguma chance de
prevalecer.
Todos os povos
oram, desde os selvagens aos homens civilizados; a isto são levados pelo
instinto, e é o que os distingue dos animais. Sem dúvida, oram de uma maneira
mais ou menos racional, mas, enfim, eles oram. Aqueles que, por ignorância ou presunção,
não praticam a prece, formam, no mundo, uma ínfima minoria.
A prece é,
pois, uma necessidade universal, independente das seitas e das nacionalidades.
Depois da prece, estando-se fraco, sente-se mais forte; estando-se triste, sente-se
consolado; tirar a prece é privar o homem de seu mais poderoso sustento moral na
adversidade. Pela prece ele eleva sua alma, entra em comunhão com Deus, se identifica
com o mundo espiritual, desmaterializa-se, condição essencial de sua
felicidade futura; sem a prece, seus pensamentos ficam sobre a Terra, se
prendem cada vez mais às coisas materiais; daí um atraso em seu adiantamento.
Contestando um
dogma, não se coloca em oposição senão com a seita que o professa; negando a
eficácia da prece, melindra o sentimento íntimo da quase unanimidade dos
homens. O Espiritismo deve as numerosas simpatias que encontra às aspirações do
coração, e nas quais as consolações que se haurem na prece entram com uma
grande parte. Uma seita que se fundasse sobre a negação da prece, privar-se-ia
do principal elemento de sucesso, a simpatia geral, porque em lugar de aquecer
a alma, ela a gelaria; em lugar de elevá-la, a rebaixaria. Se o Espiritismo
deve ganhar em influência, isto é, aumentando a soma das satisfações morais que
proporciona. Que todos aqueles que querem a todo preço novidade no Espiritismo,
para ligar seu nome à sua bandeira, se esforcem para dar mais do que ele;
jamais dando menos do que ele que o suplantarão. A árvore despojada de seus
frutos saborosos e nutritivos será sempre menos atraente que aquela que deles
está ornamentada. É em virtude do mesmo princípio que sempre temos dito aos
adversários do Espiritismo: O único meio de matá-lo, é dar alguma coisa de melhor,
de mais consolador, que explique mais e que satisfaça mais. E é o que ninguém ainda
fez.
Pode-se, pois,
considerar a rejeição da prece, da parte de alguns crentes nas manifestações
espíritas, como uma opinião isolada que pode reunir algumas individualidades,
mas que jamais reunirá a maioria. Seria errado que se imputasse essa doutrina
ao Espiritismo, uma vez que ele ensina positivamente o contrário.
Nas reuniões
espíritas, a prece predispõe ao recolhimento e à seriedade, condição indispensável,
como se sabe, para as comunicações sérias. Quer dizer que ele manda transformá-las
em assembleias religiosas? De nenhum modo; o sentimento religioso não é
sinônimo de protestante; deve-se mesmo evitar o que poderia dar às reuniões
esse último caráter. É nesse sentido que constantemente desaprovamos as preces
e os símbolos litúrgicos de um culto qualquer. Não é preciso esquecer que o
Espiritismo deve tender para a aproximação das diversas comunhões; já não é
raro ver nessas reuniões a confraternização dos representantes de diversos
cultos, e é porque ninguém deve se arrogar a supremacia. Que cada um em seu
particular ore como o entende, é um direito de consciência; mas numa assembleia
fundada sobre o princípio da caridade, deve-se abster de tudo o que poderia
ferir suscetibilidades, e tender a manter um antagonismo que se deve ao
contrário se esforçar em fazer desaparecer. As preces especiais ao Espiritismo
não constituem, pois, um culto distinto, desde o instante em que elas não são impostas
e cada uma está livre para dizer aquelas que lhe convém; mas elas têm a vantagem
de servir para todo mundo e de não ferir ninguém.
O mesmo
princípio de tolerância e de respeito para com as convicções alheias nos faz
dizer que toda pessoa razoável que as circunstâncias levam num templo, de um
culto do qual não partilha as crenças, deve se abster de todo sinal exterior
que poderia escandalizar os assistentes; ela deve, tem mesmo necessidade, de
sacrificar aos usos de pura forma que não podem em nada empenhar sua
consciência. Que Deus seja adorado num templo de maneira mais ou menos lógica,
isto não é um motivo para ferir aqueles que acham essa maneira boa.
O Espiritismo
dando ao homem uma certa soma de satisfações e provando um certo número de
verdades, dissemos que não poderia ser substituído senão por alguma coisa que
desse mais e provasse melhor do que ele. Vejamos se isto é possível. O que faz
a principal autoridade da Doutrina é que não há um único de seus princípios que
seja o produto de uma ideia preconcebida ou de uma opinião pessoal; todos, sem
exceção, são o resultado da observação dos fatos; foi unicamente pelos fatos
que o Espiritismo chegou a conhecer a situação e as atribuições dos Espíritos,
assim como as leis, ou melhor uma parte das leis que regem suas relações com o
mundo invisível; este é um ponto capital.
Continuando a
nos apoiar sobre a observação, fazemos filosofia experimental e não especulativa.
Para combater as teorias do Espiritismo, não basta, pois, dizer que elas são falsas,
seria preciso opor-lhes fatos dos quais estariam impossibilitadas de dar a
solução.
E neste caso
mesmo manter-se-á sempre num nível, porque seria contrário à sua essência se
obstinar numa ideia falsa, e que se esforçará sempre em preencher as lacunas
que possa apresentar, não tendo a pretensão de ter chegado ao apogeu da verdade
absoluta. Essa maneira de encarar o Espiritismo não é nova; pode-se vê-la em todos
os tempos formulada em nossas obras. Desde que o Espiritismo não se declara nem
estacionário nem imutável, ele assimilará todas as verdades que forem demonstradas,
de qualquer parte que venham, fosse da de seus antagonistas, e não permanecerá
jamais atrás do progresso real. Ele assimilará essas verdades, dizemos nós, mas
somente quando forem claramente demonstradas, e não porque agradaria
alguém de dar por elas, ou seus desejos pessoais ou os produtos de sua
imaginação.
Estabelecido
este ponto, o Espiritismo não poderia perder senão se se deixasse distanciar por
uma doutrina que daria mais do que ele; nada a temer daquelas que dariam menos
e dele fortificariam o que faz a sua força e a sua principal atração.
Se o
Espiritismo ainda não disse tudo, ele é, no entanto, uma certa soma de verdades
adquiridas pela observação e que constituem a opinião da maioria dos adeptos; e
se essas verdades passaram hoje ao estado de artigos de fé, para nos servir de
uma expressão empregada ironicamente por alguns, isto não é nem por nós, nem
por ninguém, nem mesmo por nossos Espíritos instrutores e elas foram assim
colocadas e ainda menos impostas, mas pela adesão de todo mundo, cada um
estando em condições de constatá-las.
Se, pois, uma
seita se formasse em oposição com as ideias consagradas pela experiência
e geralmente admitidas em princípio, ela não poderia conquistar as simpatias da
maioria, da qual melindraria as convicções. Sua existência efêmera se
extinguiria com o seu fundador, talvez mesmo antes, ou pelo menos com os poucos
adeptos que ela teria podido reunir. Suponhamos o Espiritismo partilhado em
dez, em vinte seitas, aquela que tiver a supremacia e mais vitalidade será
naturalmente a que dará maior soma de satisfações morais, que encherá o maior
número de vazios da alma, que será fundada sobre as provas mais positivas, e
que melhor se colocará ao uníssono com a opinião geral.
Ora, o
Espiritismo, tomando o ponto de partida de todos os seus princípios na observação
dos fatos, não pode ser derrubado por uma teoria; mantendo-se constantemente ao
nível das ideias progressivas, não poderá ser ultrapassado; apoiando-se sobre o
sentimento da maioria, ele satisfaz as aspirações da maioria; fundado sobre estas
bases, é imperecível, porque aí está a sua força.
Aí está também
a causa do insucesso das tentativas feitas para colocar-lhe obstáculos; em fato
de Espiritismo, há ideias profundamente antipáticas à opinião geral e que esta
repele instintivamente; erguer sobre essas ideias, como ponto de apoio, um edifício
ou esperanças quaisquer, é agarrar-se desastradamente a ramos partidos; eis ao que
estão reduzidos aqueles que, não tendo podido derrubar o Espiritismo pela
força, tentam derrubá-lo por si mesmo.
Fonte: Revista
Espírita - JANEIRO 1866.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
terça-feira, 31 de dezembro de 2024
FELIZ 2025!!
Desejo aos meus familiares e amigos, que 2025 seja portador de incontáveis oportunidades para a construção de uma vida feliz, repleta de saúde, paz e progresso intelectual, moral e espiritual para todos!
Onde cada dia do novo ano, seja uma dádiva divina para ser aproveitada e desfrutada com equilíbrio, lucidez e dignidade, sob as diretrizes de uma conduta reta pautada na proposta contida no Evangelho de Jesus.
Que seus exemplos e ensinamentos sejam cultivados com todo cuidado e fidelidade para que nos garantam uma colheita saudável no sustento dos nossos melhores projetos de reformar para melhor nossos pensamentos palavras e atos, dedicando mais amor a Deus e ao nosso próximo.
Fico a rogar a Deus que nos conceda a realização dos nossos nobres objetivos na vida, e que a alegria seja estampada em cada rosto, espalhando confiança e fé nas promessas de Jesus de que nenhuma de suas ovelhas se perderá, pois todos marchamos para a felicidade e a pureza espiritual.
Feliz ano novo a todos!
Francisco Rebouças.
domingo, 29 de dezembro de 2024
OPÇÃO PELA VIDA
Ao
lado desses programas de autodestruição, surgem os casos dos suicídios
psicológicos, nos quais as vítimas se enredam nas teias da depressão, da
paranoia, da psicose, da esquizofrenia, sem valor moral para enfrentar os
problemas e dificuldades que fazem parte da vida.
O
suicídio é o ato sumamente covarde de quem opta por fugir, despertando em
realidade mais vigorosa, sem outra alternativa de escapar.
A
vida não se consome na morte física e o fenômeno biológico não é a expressão
real do ser.
Como
consequência, o ex-suicida reencarnado sempre traz as matrizes do crime
perpetrado, sofrendo contínua tentação de repetir o delito, quando defrontado
por dificuldade de qualquer natureza.
A
consciência de responsabilidade e segurança não é brindada por automatismo,
antes é adquirida a esforço pessoal ingente. Essa aquisição não é lograda de um
golpe, mas no dia a dia, no hora a hora, através dos pequenos até alcançar os
grandes lances.
O
indivíduo deve optar por si mesmo, como escreveu Kierkegaard, o filósofo e
teólogo dinamarquês do século XIX.
Optar
por si mesmo significa o resultado de uma análise cuidadosa da vida e das suas
finalidades extraordinárias, representando um esforço para viver, para
descobrir-se que existe, e nada, jamais, pode destruir a sua realidade.
Descobrir-se
como se é, e aceitar-se, constitui a opção por si mesmo, trabalhando-se para
novos e futuros logros que levam ao cumprimento do seu destino de ser pensante,
facultando o discernimento de realizar as suas aspirações fundamentais, essenciais.
É
cômodo e trágico fugir psicologicamente da vida, jamais o conseguindo
realmente.
O
homem faz parte de um conjunto harmônico que constitui a Criação. A sua
inarmonia dificulta a ordem, o equilíbrio geral, que ele deve esforçar-se por
não desorganizar.
O
egoísmo, filho da imaturidade, torna-o exigente quão ingrato, levando-o à
rebeldia quando contrariado nas suas paixões infantis, o que lhe propicia as
distonias psicológicas e os primeiros pensamentos a respeito do suicídio.
Por
outro lado, aparecem indivíduos que se aferram aos objetivos que se lhes
representam como vida: amar apaixonadamente alguém, cuidar de outrem,
dedicar-se a um labor, a uma tarefa artística ou não, a um ideal ou a
abnegação, e que, concluída a motivação, negam-se a viver, matando-se emocionalmente
e sucumbindo depois...
Essas
pessoas não optaram por si mesmas. Realizam um mecanismo de transferência, sem
que hajam experimentado a beleza da vida e suas ulteriores finalidades.
Quem
se considera livre para morrer assume um compromisso com a liberdade para
viver.
A
opção por si mesmo oferece uma alta responsabilidade para com a vida, um
encanto novo para descobrir todas as belezas que estavam sombreadas pelo
pessimismo, uma liberdade em alto grau de movimentação.
O
amor se lhe expressa mais pleno, porque, amando a si mesmo, irradia este
sentimento em todas as direções e preenche todos os vazios íntimos com alegria
e realização, mediante a autodisciplina, que se lhe torna guia eficaz dos
pensamentos e atos libertadores.
Livro: Momentos de Iluminação, cap. 3
Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
sábado, 28 de dezembro de 2024
sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
É tempo de natal com Jesus!
Naturalmente que o clima do mês de dezembro é bem propício às festividades que tomam conta do espírito de todos nós, Cristãos, pela alegria que invade nossos corações nessa época.
Mesmo assim, ainda existem muitas
criaturas que sequer atentam para as suas origens e o seu real significado, que
vai muito além da cultura criada de trocar de presentes, que em muitas
comunidades supera o real motivo das comemorações natalinas, que é a chegada do
enviado de Deus para nos felicitar com a Boa Nova celeste.
O Natal do verdadeiro espírita é
aquele que comemora o nascimento de Jesus por ser ELE o
Espírito do mais alto conteúdo moral e espiritual que a Terra já recebeu. Que
veio ensinar aos homens o real significado da palavra amor.
Muito mais que ensinar, exercitou
seus fundamentos na prática, metendo mãos à obra para mostrar o caminho da
verdadeira felicidade que não depende da quantidade de valores materiais dos
quais alguém possa dispor, muito ao contrário, veio incentivar justamente o
desapego às coisas mundanas para o desenvolvimento e conquista dos bens que
facultam a elevação espiritual somente possível pela prática e vivência da
caridade.
O nascimento ocorrido na
manjedoura há dois mil e vinte e quatro anos atrás trouxe à humanidade a mais
alta esperança e a inequívoca comprovação da grandiosidade do Criador e de seu
amor, justiça e misericórdia infinitos.
Em sendo nosso Mestre e Guia,
Jesus é o exemplo de purificação máxima do Espírito. Com ele recebemos a boa
nova do Pai de que somos perfectíveis, e, após traçarmos a nossa marcha
evolutiva, chegaremos à elevação de Espíritos Puros, tal qual conquistada ao
longo das suas multimilenárias existências, conforme nos esclareceram os
Espíritos Superiores na pergunta que segue: 625. Qual o tipo mais
perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para lhe servir de guia e modelo?
“Jesus.” – (Kardec, Allan em O
Livro dos Espíritos, FEB. 76ª edição.)
Sobre a excelência desse SER,
ouçamos o que nos fala Joanna de Ângelis:
“No atual estágio da
Psicologia profunda, um estudo da personalidade de Jesus não se torna
conclusivo, por ausência de agudeza, recursos técnicos e profundidade de
entendimento da Sua respeitável Doutrina, que vem abrindo expressivos espaços
em torno da compreensão da criatura humana integral.
As fontes disponíveis para a
coleta de dados e análise profunda são as narrações evangélicas, insuficientes,
pelo referir-se aos Seus ditos e ações mediante linguagem especial, às vezes
vitimada por interpolações, deturpações, enxertos perniciosos, que lhes
descaracterizam a exatidão.
Não se encontram relatos
históricos, dados precisos, porém informações, algumas delas fragmentárias.
De todo o acervo, no entanto,
se depreende haver sido Ele incomum.
Sua energia expressava-se com
brandura.
Sua bondade manifestava-se sem
pieguismo.
Sua coragem exteriorizava-se
como valor moral que nada temia.
Seu amor abrangia todos os
seres, sem deixar-se arrastar pelos sentimentalismos banais e desequilibrados.
Sua sabedoria irradiava-se,
sem constranger os ignorantes.
Sua gentileza cativava, sem
deixar distúrbios na emoção do próximo.
Era severo, não brutal;
afável, não conivente; nobre, não orgulhoso; humilde, não verbal.
N’Ele coexistem as naturezas
psicológicas ânima e ânimus em perfeita sintonia. (…)
(…) Faltam, portanto,
parâmetros, paradigmas para penetrar o pensamento de Jesus e entender-Lhe a
vida, rica e enriquecedora, complexa e desafiadora. (…)
(…) Somente indo até Ele e
deixando-se penetrar pela Sua Realidade, poderá a Psicologia profunda entendê-lO
sem O definir, estudá-lO sem O limitar.
(Franco, Divaldo Pereira, Livro:
Desperte e seja feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, cap. O Homem Jesus.)
A celebração do Natal pelo
espírita, é o vivo exercício da caridade e do amor de Deus para conosco e com
todos, esforçando-nos para ao nosso nível de entendimento, capacidade e
possibilidade a exemplo de tudo o que O Mestre realizou, fazer brilhar a nossa luz no mundo não apenas no Natal, mas em todos os dias de nossas vidas,
como nos propôs Jesus ao resumir para nossa melhor compreensão as Leis e os
profetas em “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a
nós mesmos”. (Mateus 22:37-39).
Invistamos nisto e que Deus nos
guie e ilumine em nossos melhores propósitos!
Francisco Rebouças
Feliz Natal !
O Francisco Rebouças - Espiritista deseja a todos os estimados amigos que nos prestigiam com a amizade e confiança na divulgação da mensagem consoladora e esclarecedora da Doutrina Espírita, aqui em nosso Blog Espírita, que o o Senhor Jesus esteja em cada lar abençoando e iluminando a todos, conduzindo-os pelos caminhos do progresso moral espiritual em busca da felicidade e da paz que todos almejamos alcançar.
Que nos ajude a desenvolver a caridade e a compaixão que hão de transformar o nosso planeta em uma morada melhor.
domingo, 15 de dezembro de 2024
Entender a verdade só através do estudo
“Não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade.” – João (I João, 3:18).
Preciso se faz verificar com atenção que o “homem velho“, preso e escravizado pelos impulsos da animalidade primitiva, será sempre um repertório de insensatez.
No discurso da verdade é onde a sua atitude transpõe todos os limites do absurdo. Propaga a paz, fomentando a guerra; fala em amor, alimentando o ódio; prega a concórdia, alastrando a desunião entre as criaturas; jura sinceridade, mentindo descaradamente.
Vive cobrando dos outros atitudes que não se esforça por ofertar a ninguém, espera conseguir sem qualquer esforço a iluminação espiritual sem trabalho de elevação íntima, sem o devido cuidado e respeito com a Lei do Progresso que nos exige sacrifício e renovação.
Espera conseguir a passagem do plano inferior para o superior espiritualmente falando, gratuitamente por obra de um milagre, como se o conhecimento divino fosse prêmio à ociosidade.
- Não haverá paixões tão vivas e irresistíveis, que a vontade seja impotente para dominá-las?
“Há muitas pessoas que dizem: Quero, mas a vontade só lhes está nos lábios.
Querem, porém muito satisfeitas ficam que não seja como “querem”. Quando o homem crê que não pode vencer as suas paixões, é que seu Espírito se compraz nelas, em consequência da sua inferioridade. Compreende a sua natureza espiritual aquele que as procura reprimir.
Vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria.”
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, FEB 76ª edição.
Justo atentar para o fato de que assim como os que não trabalham no mundo da carne são indignos do pão do corpo, também os descuidados do entendimento pela elevação intelectual e moral não são dignos do pão do espírito.
O indivíduo que deseja com sinceridade modificar-se para melhor, precisa começar por desenvolver o hábito da autoanálise, buscar conhecer-se melhor para, daí por diante, identificar onde deve melhorar-se e buscar corrigir seus maus costumes e as demais ideias negativas em todos os sentidos.
Aqueles que desejarem penetrar o segredo das horas para a realização de suas mais sagradas e elevadas propostas de crescimento moral e espiritual com a execução gradual de seus projetos, necessitam de disposição para que se modifiquem perante os semelhantes, dignificando as atitudes, que lhes alimentam o espírito nos mais altos padrões de serviço no bem.
A caridade e a fraternidade profundamente sentidas e sinceramente vividas, conforme nos esclarecem os Espíritos Superiores, são as chaves para a conquista da vitória do Espírito sobre a matéria pois, sem elas, só há sombra, indiferença e treva no santuário dos nossos corações.
Francisco Rebouças
sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Estudando a Doutrina Espírita
Polêmica
espírita
Revista Espírita, novembro de 1858
Várias
vezes perguntaram-nos por que não respondemos, em nosso jornal, aos ataques de certas
folhas dirigidos contra o Espiritismo em geral, contra seus partidários, e,
algumas vezes mesmo, contra nós. Cremos que, em certos casos, o silêncio é a
melhor resposta.
Aliás,
há um gênero de polêmica do qual fizemos uma lei nos abstermos, e é aquela que
pode degenerar em personalismo;
não somente ela nos repugna, mas nos toma um tempo que podemos empregar mais
utilmente, e seria muito mais interessante para nossos leitores, que assinam
para se instruírem, e não para ouvirem diatribes, mais ou menos espirituais;
ora, uma vez iniciados nesse caminho, seria difícil dele sair, por isso
preferimos não entrar e pensamos que o Espiritismo, com isso, não pode senão
ganhar em dignidade. Não temos, até o presente, senão que nos aplaudir por
nossa moderação; dela não nos desviaremos, e não daremos jamais satisfação aos
amadores de escândalo.
Mas, há polêmica e polêmica;
e há uma diante da qual não recuaremos jamais, que é a discussão séria
dos princípios que professamos. Entretanto, aqui mesmo há uma distinção
a fazer; se não se trata senão de ataques gerais, dirigidos contra a Doutrina,
sem outro fim determinado que o de criticar, e da parte de pessoas que têm um
propósito de rejeitar tudo o que não compreendem, isso não merece que deles
se ocupe; o terreno que o Espiritismo ganha, cada dia, é uma resposta
suficientemente peremptória, e que deve provar-lhes que seus sarcasmos não
produziram grande efeito; também notamos que a sequência ininterrupta de
gracejos, dos quais os partidários da Doutrina eram objeto recentemente, se apaga
pouco a pouco; pergunta-se, quando se veem tantas pessoas eminentes adotarem essas
ideias novas, se há do que se rir; alguns não riem senão com desprezo e por
hábito, muitos outros não riem mais de tudo e esperam.
Notamos
ainda que, entre os críticos, há muitas pessoas que falam sem conhecer a coisa,
sem terem se dado ao trabalho de aprofundá-la; para responder-lhes seria
preciso, sem cessar, recomeçar as explicações mais elementares, e repetir o que
escrevemos, coisa que cremos inútil. Não ocorre o mesmo com aqueles que
estudaram, e que não compreenderam
tudo,
aqueles que querem seriamente se esclarecer, que levantam as objeções com conhecimento
de causa e de boa fé; sobre esse terreno
aceitamos a controvérsia, sem nos gabar de resolvermos todas as dificuldades, o
que seria muita presunção. A ciência espírita está no seu início, e
ainda não nos disse todos os seus segredos, por maravilhas que nos haja revelado.
Qual é a ciência que não tem ainda fatos misteriosos e inexplicados?
Confessaremos,
pois, sem nos envergonharmos, nossa insuficiência sobre todos os pontos aos
quais não nos for possível responder.
Assim, longe de repelir as objeções e as perguntas, nós as solicitamos,
contanto que não sejam ociosas e nos façam perder nosso tempo em futilidades,
porque é um meio de se esclarecer.
Aí está o que chamamos uma polêmica útil, e o será sempre quando
ocorrer entre duas pessoas sérias, que se respeitarem bastante para não se
afastarem das conveniências. Pode-se pensar diferentemente, e, com isso, não se
estimar menos. Que
procuramos nós todos, em definitivo, nessa questão tão palpitante e tão fecunda
do Espiritismo? Esclarecer-nos; nós, primeiramente, procuramos a luz, de
qualquer parte que ela venha, e, se emitimos a nossa maneira de ver, isso não é
senão uma opinião individual que não pretendemos impor a ninguém; nós a
entregamos à discussão, e estamos prontos para renunciá-la, se nos for espirita.
Kardec, Allan - Revista Espírita, novembro de 1858
sábado, 7 de dezembro de 2024
O HOMEM ANTE A VIDA
No crepúsculo da civilização em que rumamos para a alvorada de novos milênios, o homem que amadureceu o raciocínio supera as fronteiras da inteligência comum e acorda, dentro de si mesmo, com interrogativas que lhe incendeiam o coração.
Quem somos?
Donde viemos?
Onde a estação de nossos destinos?
À margem da senda em que jornadeia, surgem os escuros estilhaços dos ídolos mentirosos que adorou e, enquanto sensações de cansaço lhe assomam à alma enfermiça, o anseio da vida superior lhe agita os recessos do seu, qual braseiro vivo do ideal, sob a espessa camada de cinzas do desencanto.
Recorre à sabedoria e examina o microcosmo em que sonha.
Reconhece a estreiteza do círculo em que respira.
Observa as dimensões diminutas do Lar Cósmico em que se desenvolve.
Descobre que o Sol, sustentáculo de sua apagada residência planetária, tem um volume de 1.300.000 vezes maior que o dela.
Aprende que a Lua, insignificante satélite do seu domicílio, dista mais de 380.000 quilômetros do mundo que lhe serve de berço.
Os Planetas vizinhos evolucionam muito longe, no espaço imenso.
Dentre eles, destaca-se Marte, distante de nós cerca de 56.000.000 de quilômetros na época de sua maior aproximação.
Alongando as perquirições, além do nosso Sol, analisa outros centros de vida.
Sírius ofusca-lhe a grandeza.
Pólux, a imponente estrela do Gêmea, eclipsa-o em majestade.
Capela é 5.800 vezes maior.
Antares apresenta volume superior.
Canópus tem um brilho oitenta vezes superior ao do Sol.
Deslumbrado, apercebe-se de que não existe vácuo, de que a vida é patrimônio de gota dágua, tanto quanto é a essência dos incomensuráveis sistemas siderais, e, assombrado ante o esplendor do Universo, o homem que empreende a laboriosa tarefa do descobrimento de si mesmo volta-se para o chão a que se imanta e pede ao amor que responda à soberania cósmica, dentro da mesma nota de grandeza, todavia, o amor no ambiente em que ele vive é ainda qual milagrosa em tenro desabrochar.
Confinado ao reduzido agrupamento consanguínea a que se ajusta ou compondo a equipe de interesses passageiros a que provisoriamente se enquadra, sofre a inquietação do ciúme, da cobiça, do egoísmo, da dor. Não sabe dar sem receber, não consegue ajudar sem reclamar e, criando o choque da exigência pra os outros, recolhe dos outros os choques sempre renovados da incompreensão e da discórdia, com raras possibilidades de auxiliar e auxiliar-se.
Viu a Majestade Divina nos Céus e identifica em si mesmo a pobreza infinita da Terra.
Tem o cérebro inflamado de glória e o coração invadido de sombra.
Orgulha-se, ante os espetáculos magnificentes do Alto e padece a miséria de baixo.
Deseja comunicar aos outros quanto apreendeu e sentiu na contemplação da vida ilimitada, mas não encontra ouvidos que o entendam.
Repara que o Amor, na Terra, é ainda a alegria dos oásis fechados.
E, partindo os elos que o prendem à estreita família do mundo, o homem que desperta, para a grandeza da Criação, perambula na Terra, à maneira do viajante incompreendido e desajustado, peregrino sem pátria e sem lar, a sentir-se grão infinitesimal de poeira nos Domínios Celestiais.
Nesse homem, porém, alarga-se a acústica da alma e, embora os sofrimentos que o afligem, é sobre ele que as Inteligências Superiores estão edificando os fundamentos espirituais de Nossa Humanidade.
Livro Roteiro, cap. 1
Chico Xavier/Emmanuel.
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
sábado, 23 de novembro de 2024
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Ave Maria
Amaral Ornellas
Ave Maria!
Senhora
Do Amor que
ampara e redime,
Ai do mundo se
não fora
A vossa missão
sublime!
Cheia de graça
e bondade,
É por vós que
conhecemos
A eterna
revelação
Da vida em seus
dons supremos.
O Senhor sempre
é convosco,
Mensageira da
ternura,
Providência dos
que choram
Nas sombras da
desventura.
Bendita sois
vós,
Rainha! Estrela
da Humanidade,
Rosa mística da
fé,
Lírio puro da humildade!
Entre as
mulheres sois vós
A Mãe das mães
desvalidas,
Nossa porta de
esperança,
E Anjo de
nossas vidas!
Bendito o fruto
imortal
Da vossa missão
de luz,
Desde a paz da
Manjedoura,
Às dores, além
da Cruz.
Assim seja para
sempre,
Oh! Divina
Soberana,
Refúgio dos que
padecem
Nas dores da
luta humana.
Ave Maria!
Senhora
Do Amor que
ampara e redime,
Ai do mundo se
não fora
A vossa missão
sublime!
Livro: Parnaso
de Além-Túmulo
Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos.
Brasil coração do mundo...
Homenagem a Chico Xavier
Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo
Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas
Ouçamos Chico!
Divaldo Franco
Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...
Reencarnação é uma realidade
Divaldo no Fantástico
Ave Maria!!!
EU MAIOR
Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter
Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter
Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter
Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter
Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter
Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter
Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter
Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter
Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter
Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter
Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter
Palestra Terapia do Perdão - Cristiane Parmiter
Palestra Estrega-te a Deus - Cristiane Parmiter
Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter
Glória a Kardec
Hora de Brasília
Músicas sublimes!
Rádios Brasil
Simplesmente Espetacular!!!
Professora Amanda Gurgel
Minha lista de blogs
De Kardec aos dias de hoje
Muitas Vidas
Divaldo Franco
Entrevista com Divaldo Franco
Chico Xavier
Chico Xavier (2010) trailer oficial
Página de Mensagens
Francisco Rebouças.
1-ANTE A LIÇÃO
"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.
Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.
Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.
Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.
Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.
Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.
Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.
O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."
Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.
Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.
Chico Xavier/Emmanuel
NO CAMPO FÍSICO
"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)
Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.
A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.
A sementeira comum é símbolo perfeito.
O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.
Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.
A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.
Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.
O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.
Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.
Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.
E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]
Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progresso para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.
[1] - Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.
O TEMPO
“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)
A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.
Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.
NISTO CONHECEREMOS
"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)
Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.
DOUTRINAÇÕES
"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)
Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.
Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.
Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.
Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.
Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.
A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.
Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.
FILHOS DA LUZ
FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.
(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.
Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.
Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.
Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.
Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.
Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.
Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.
Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.
Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.
Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.
Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.
Vinha de Luz
Chico Xavier/André Luiz
QUEM LÊ, ATENDA
"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)
Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.
Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.
Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.
O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.
Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.
A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.
É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.
O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.
Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel