“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Trabalhemos todos, pela Unificação do movimento espírita!!

O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendam.”
Allan Kardec (Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI).

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

Falar e Fazer

Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A voz do anjo guardião

(Médium, senhorita Huet)
Todos os homens são médiuns; todos têm um Espírito que os dirige para o bem, quando sabem escutá-lo. Agora que alguns comunicam diretamente com ele por uma mediunidade particular, que outros não ouvem senão pela voz do coração e da inteligência, pouco importa, não deixa de ser o seu Espírito familiar que os aconselha. Chama-o Espírito, razão, inteligência, é sempre uma voz que responde à vossa alma e vos diz boas palavras; somente não as compreendeis sempre. Nem todos sabem agir segundo os conselhos dessa razão, mas não essa razão que se arrasta e rasteja antes que não caminhe, essa razão que se perde no meio dos interesses materiais e grosseiros, mas essa razão que eleva o homem acima de si mesmo, que o transporta para regiões desconhecidas; chama sagrada que inspira o artista e o poeta, pensamento divino que eleva o filósofo, impulso que arrebata os indivíduos e os povos, razão que o vulgo não pode compreender, mas que aproxima o homem da divindade, mais do que nenhuma outra criatura; entendimento que sabe conduzi-lo do conhecido ao desconhecido, e fá-lo executar as coisas mais sublimes. Escutai, pois, essa voz do interior, esse bom gênio que vos fala sem cessar, e chegareis progressivamente a ouvir o vosso anjo guardião que vos estende as mãos do alto do céu. 
CHANNING

Fonte: Revista Espirita - Janeiro de 1861.

Francisco Rebouças

FELIZ 2017 !!!!

Desejo aos meus familiares e amigos um ano de 2017 repleto de alegrias e conquistas positivas.
Que Jesus possa estar ao lado de cada um amparando e iluminando suas mentes e seus corações.
Obrigado por tudo que me proporcionaram de alegrias e felicidades e que possamos continuar juntos a crescer e progredir na prática do bem e da paz, rumo a nossa iluminação espiritual.

FELIZ ANO NOVO!!!!

Para voces a prece que segue.

“Senhor Deus, pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos,
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,
Embora a miséria amarga
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará.
Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança,
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.”

Prece de Abigail – Livro Paulo e Estevão. Cap. 2
Chico Xavier/Emmanuel

Francisco Rebouças

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

No culto à prece

“E, tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam re- unidos e todos ficaram cheios de Espírito Santo.” – (A- tos, 4:31.) 

Todos lançamos em torno de nós forças criativas ou destruti- vas, agradáveis ou desagradáveis ao círculo pessoal em que nos movimentamos. 

A árvore alcança-nos com a matéria sutil das próprias emanações.

A aranha respira no centro das próprias teias. 

A abelha pode viajar intensivamente, mais não descansa a não ser nos compartimentos da própria colméia. 

Assim também o homem vive no seio das criações mentais a que dá origem. Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na ascese. 

Como pensas, viverás. Nossa vida íntima – nosso lugar. 

A fim de que não perturbemos as leis do Universo, a Natureza somente nos concede as bênçãos da vida de conformidade com as nossas concepções. 

Recolhe-te e enxergarás o limite de tudo o que te cerca. Expande-te e encontrarás o infinito de tudo o que existe. 

Para que nos elevemos, com todos os elementos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso além da oração, que pede luz, amor e verdade. 

A prece, traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho. 

Narram os Atos que, havendo os apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram cheios do Espírito Santo: iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade, engrandeceram-se- lhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a energia santificadora felicitou-lhes o espírito. 

Não olvides, pois, que o culto à prece é marcha decisiva. 

A oração renovar-te-á para a obra do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas perceber. 

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

Francisco Rebouças

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Médiuns, ouçamos Leon Dennis!

V  - Educação e função dos médiuns
Nada verdadeiramente importante se adquire sem trabalho. Uma lenta e laboriosa iniciação se impõe aos que buscam os bens superiores. Como todas as coisas, a formação e o exercício da mediunidade encontram dificuldades, bastantes vezes já assinaladas; convém insistirmos nisso, a fim de prevenir os médiuns contra as falsas interpretações, contra as causas de erro e de desânimo. Desde que, por um trabalho preparatório, as faculdades do médium adquirem certa flexibilidade, os resultados que se começam a obter são quase sempre devidos às relações estabelecidas com os elementos inferiores do mundo invisível. Uma multidão de Espíritos nos cerca, sempre ávidos de se comunicarem com os homens. Essa multidão é sobretudo composta de almas pouco adiantadas, de Espíritos levianos, algumas vezes maus, que a densidade de seus próprios fluidos conserva presos à Terra. As inteligências elevadas, animadas de nobres aspirações, revestidas de fluidos sutis, não permanecem escravizadas à nossa atmosfera depois da separação carnal: remontam mais alto, a regiões que o seu grau de adiantamento lhes indica. Daí baixam muitas vezes – é certo – para velar pelos seres que lhes são caros; imiscuem- se conosco, mas unicamente para um fim útil e em casos importantes. Donde resulta que os principiantes quase nunca obtêm senão comunicações sem valor, respostas chocarreiras, triviais, às vezes inconvenientes, que os impacientam e desanimam. Noutros casos o médium inexperto recebe, pela mesinha ou pelo lápis, xxxv ditados subscritos por nomes célebres, contendo revelações apócrifas que lhe captam a confiança e o enchem de entusiasmo. O inspirador invisível, conhecendo-lhe os lados vulneráveis, lisonjeia-lhe o amor-próprio e as opiniões, superexcita-lhe a vaidade, cumulando-o de elogios e prometendo- lhe maravilhas. Pouco a pouco o vai desviando de qualquer outra influência, de todo exame esclarecido, e o leva a se insular em seus trabalhos. É o começo de uma obsessão, de um domínio exclusivista, que pode conduzir o médium a deploráveis resultados. Esses perigos foram, desde os primórdios do Espiritismo, assinalados por Allan Kardec; todos os dias, estamos ainda vendo médiuns deixarem-se levar pelas sugestões de Espíritos embusteiros e serem vítimas de mistificações que os tornam ridículos e vêm a recair sobre a causa que eles julgam servir. Muitas decepções e dissabores seriam evitados se compreendesse que a mediunidade percorre fases sucessivas, e que, no período inicial de desenvolvimento, o médium é sobretudo assistido por Espíritos de ordem inferior, cujos fluidos, ainda impregnados de matéria, se adaptam melhor aos seus e são apropriados a esse trabalho de bosquejo, mais ou menos prolongado, a que toda faculdade está sujeita. Só mais tarde, quando a faculdade mediúnica, suficientemente desenvolvida, adquiriu a necessária maleabilidade e se tornou dúctil o instrumento, é que os Espíritos elevados podem intervir e utilizá-la para um fim moral e intelectual. O período de exercício, de trabalho preparatório, tão fértil muitas vezes em manifestações grosseiras e mistificações, é, pois, uma fase normal de desenvolvimento da mediunidade; é uma escola em que a nossa paciência e discernimento se exercitam, em que aprendemos a nos familiarizar com o modo de agir dos habitantes do Além. Nessa fase de prova e de estudo elementar, deve sempre o médium estar de sobreaviso e nunca se afastar de uma prudente reserva. Cumpre-lhe evitar cuidadosamente as questões ociosas ou interesseiras, os gracejos, tudo, em suma, que reveste caráter frívolo e atrai os Espíritos levianos. E preciso não se deixar esmorecer pela mediocridade dos primeiros resultados, pela abstenção e aparente indiferença dos nossos amigos do Espaço. Médiuns principiantes, ficai certos de que alguém vela por vós e de que a vossa perseverança é posta à prova. Quando houverdes chegado ao ponto requerido, influências mais altas baixarão a vós e hão de continuar a vossa educação psíquica. Não procureis na mediunidade um objetivo de mera curiosidade ou de simples diversão; considerai-a de preferência um dom do Céu, uma coisa sagrada, que deveis utilizar com respeito, para o bem de vossos semelhantes. Elevai o pensamento às almas generosas que trabalham no progresso da Humanidade; elas virão a vós e vos hão de amparar e proteger. Graças a elas, as dificuldades do começo, as inevitáveis decepções que experimentareis não terão desagradáveis conseqüências; servirão para vos esclarecer a razão e vos desenvolver as forças fluídicas. A boa mediunidade se forma lentamente, no estudo calmo, silencioso, recolhido, longe dos prazeres mundanos e do tumulto das paixões. Depois de um período de preparação e expectativa, o médium colhe o fruto de seus perseverantes esforços; recebe dos Espíritos elevados a consagração de suas faculdades, amadurecidas no santuário de sua alma, ao abrigo das sugestões do orgulho. Se guarda em seu coração a pureza de ato e de intenção, virá, com a assistência de seus guias, a se tornar cooperador utilíssimo na obra de regeneração que eles vêm realizando.
Terminada a primeira fase de desenvolvimento de suas faculdades, o importante para o médium é obter a proteção de um Espírito bom, adiantado, que o guie, inspire e preserve de qualquer perigo. Na maior parte das vezes é um parente, um amigo desaparecido que desempenha ao pé dele essas funções. Um pai, uma mãe, uma esposa, um filho, se adquiriram a experiência e o adiantamento necessários, podem-nos dirigir no delicado exercício da mediunidade. Mas o seu poder é proporcional ao grau de elevação a que chegaram, e nem sempre a sua ternura e solicitude bastam para nos defender das investidas dos Espíritos inferiores. Dignos de louvor são os médiuns que, por seu desinteresse e fé profunda, têm sabido atrair, como uma espécie de aliados, os Espíritos de escol, e participar de sua missão. Para fazer baixar das excelsas regiões esses Espíritos, para os decidir a mergulhar em nossa espessa atmosfera, é preciso oferecer-lhes aptidões, notáveis qualidades. Seu ardente desejo de trabalhar na regeneração do gênero humano torna, entretanto, essa intervenção muito menos rara do que se poderia imaginar. Centenas de Espíritos superiores pairam acima de nós e dirigem o movimento espiritualista, inspirando os médiuns, projetando sobre os homens de ação as vibrações de sua vontade, a fulguração do seu próprio gênio. Conheço vários grupos que possuem uma assistência dessa ordem. Pela pena, pelos lábios dos médiuns, os Espíritos-guia ditam instruções, fazem ouvir exortações; e não obstante as imperfeições do meio e as obscuridades que lhes amortecem e velam as irradiações do pensamento, é sempre um penetrante enlevo, um gozo da alma, um gratíssimo conforto saborear a beleza de seus pensamentos escritos, escutar as inflexões de sua palavra, que nos vem como longínquo e mavioso eco das regiões celestes. A descida ao nosso mundo terrestre é um ato de abnegação e um motivo de sofrimento para o Espírito elevado. Nunca seriam demasiados a nossa admiração e reconhecimento à generosidade dessas almas, que não recuam diante do contacto dos fluidos grosseiros, à semelhança dessas nobres damas, delicadas, sensitivas, que, ao impulso da caridade, penetram em lugares repugnantes, para levar socorros e consolações. Quantas vezes, em sessões de estudo, temos ouvido dizerem os nossos guias: “Quando, do seio dos Espaços, vimos até vós, tudo se restringe, se amesquinha e se vai pouco a pouco retraindo. Lá, nas alturas, possuímos meios de ação que nem podeis compreender; esses meios se enfraquecem logo que entramos em relação com o ambiente humano.” Tanto que um desses grandes Espíritos baixa ao nosso nível e se demora em nossas obscuras regiões, logo o invade uma impressão de tristeza; ele sente como que uma depressão, uma diminuição de seus poderes e percepções. Só por um constante exercício da vontade, com o auxílio das forças magnéticas hauridas no Espaço, é que se habitua ao nosso mundo e nele cumpre as missões de que é encarregado. Porque, na obra providencial, tudo se acha regulado para o ensino gradual e o progresso da Humanidade. Os Espíritos missionários e instrutores vêm revelar, por meio das faculdades mediúnicas, as verdades que o nosso grau de evolução nos permite apreender e compreender. Desenvolvem, na esfera humana, as elevadas e puras concepções da divindade e nos vão, passo a passo, conduzindo a uma compreensão mais vasta do objetivo da existência e dos humanos destinos. Não se deve esperar de tais Espíritos as provas banais, os testemunhos de identidade que tantos experimentadores exigem; mas de nossos colóquios com eles se exala uma impressão de grandeza, de elevação moral, uma irradiação de pureza, de caridade, que sobreexcederá todas as provas materiais e constituirá a melhor das demonstrações morais. Os Espíritos superiores lêem o que em nosso íntimo se passa, conhecem as nossas intenções e dão muito pouco apreço às nossas fantasias e caprichos. Para atender aos nossos chamados e prestar-nos assistência, exigem de nossa parte uma vontade firme e perseverante, uma fé elevada, um veemente desejo de nos tornarmos úteis. Reunidas essas condições, aproximam-se de nós; começa então, muitas vezes sem o sabermos, um demorado trabalho de adaptação dos seus fluidos aos nossos. São as preliminares forças de toda relação consciente. À medida que se estabelece a harmonia das vibrações, a comunicação se acentua sob formas apropriadas às aptidões do sensitivo: audição, visão, escrita, incorporação. Os Espíritos superiores, indiferentes às satisfações de opiniões materiais e interesseiras, comprazem-se ao pé dos homens que procuram no estudo um meio de aperfeiçoamento. A pureza de nossos sentimentos lhes facilita a ação e aumenta a influência. Outros Espíritos de menor categoria, por um impulso de dedicação, ligam-se a nós e nos acompanham até ao termo de nossa peregrinação terrestre. São os gênios familiares ou Espíritos protetores. Cada pessoa tem o seu. Eles nos guiam, em meio das provações, com uma paciência e uma bondade admiráveis, sem jamais se cansarem. Os médiuns devem recorrer à proteção desses amigos invisíveis, quase sempre membros adiantados de nossa família espiritual, com quem outrora vivemos neste mundo. Aceitaram a missão, tantas vezes ingrata, de velar por nós; através de nossas alegrias e aflições, de nossas quedas e reabilitações, nos encaminham para uma vida melhor, em que nos acharemos de novo reunidos para uma mesma tarefa, identificados em um mesmo amor.
Em todo ser humano existem rudimentos de mediunidade, faculdades em gérmen, que se podem desenvolver pelo exercício. Para o maior número, um longo trabalho perseverante é necessário. Em alguns, essas faculdades se revelam desde a infância, e sem esforço vêm a atingir, com os anos, um alto grau de perfeição. Representam, em tal caso, o resultado das aquisições anteriores, o fruto dos labores efetuados na Terra ou no Espaço, fruto que conosco, ao renascer, trazemos. Entre os sensitivos, muitos têm a intuição de um mundo superior, extraterrestre, em que existem, como em reserva, poderes que lhes é possível adquirir mediante íntima comunhão e elevadas aspirações, para em seguida os manifestarem sob diversas formas, apropriadas à sua natureza: adivinhação, ensinamentos, ação curativa, etc. Aplicada em tal sentido, a mediunidade torna-se uma faculdade preciosa, por meio da qual podem ser liberalizados imensos benefícios e realizadas grandes obras. À Humanidade seria facultado um poderoso elemento de renovação, se todos compreendessem que há, acima de nós, um inesgotável manancial de energia, de vida espiritual, que se pode atingir por gradativo adestramento, por constante orientação do pensamento e da vontade no sentido de assimilar as suas ondas e radiações, e com o seu auxílio desenvolver as faculdades que em nós jazem latentes. A aquisição dessas forças nos bloqueia contra o mal, nos coloca acima dos conflitos materiais e nos torna mais firmes no cumprimento do dever. Nenhum dentre os bens terrenos é comparável à posse desses dons. Sublimados a seu mais alto grau, fazem os grandes missionários, os renovadores, os grandes inspirados. Como podemos adquirir esses poderes, essas faculdades superiores? Descerrando nossa alma, pela vontade e pela prece, às influências do Alto. Do mesmo modo que abrimos as portas da nossa casa, para que nela penetrem os raios do Sol, assim também por nossos impulsos e aspirações podemos franquear aos eflúvios celestes o nosso ego interior. É aí que se manifesta a ação benéfica e salutar da prece. Pela prece humilde, breve, fervorosa, a alma se dilata e dá acesso às irradiações do divino foco. A prece, para ser eficaz, não deve ser uma recitação banal, uma fórmula decorada, senão antes uma solicitação do coração, um ato da vontade, que atrai o fluido universal, as vibrações do dinamismo divino. Ou deve ainda a alma projetar-se, exteriorizar-se por um vigoroso surto e, consoante o impulso adquirido, entrar em comunicação com os mundos etéreos. Assim, a prece rasga uma vereda fluídica pela qual sobem as almas humanas e baixam as almas superiores, de tal modo que uma íntima comunhão se estabeleça entre umas e outras, e o espírito do homem seja iluminado e fortalecido pelas centelhas e energias despedidas das celestiais esferas.
Em Espiritismo, a questão de educação e adestramento dos médiuns é capital; os bons médiuns são raros – diz-se muitas vezes – e a ciência do invisível, privada de meios de ação, só com muita lentidão vem a progredir. Quantas faculdades preciosas, todavia, não se perdem, à míngua de atenção e de cultura! Quantas mediunidades malbaratadas em frívolas experiências, ou que, utilizadas ao sabor do capricho, não atraem mais que perniciosas influências e só maus frutos produzem! Quantos médiuns, inconscientes de seu ministério e do valor do dom que lhes é outorgado, deixam inutilizadas forças capazes de contribuir para a obra de renovação! A mediunidade é uma delicada flor que, para desabrochar, necessita de acuradas precauções e assíduos cuidados. Exige o método, a paciência, as altas aspirações, os sentimentos nobres e, sobretudo, a terna solicitude do bom Espírito que a envolve em seu amor, em seus fluidos vivificantes. Quase sempre, porém, querem fazê-la produzir frutos prematuros, e desde logo ela se estiola e fana ao contacto dos Espíritos atrasados. Na antiguidade, os jovens sensitivos que revelavam aptidões especiais eram retirados do mundo, segregados de toda influência degradante, em lugares consagrados ao culto, rodeados de tudo o que lhes pudesse elevar o sentido do belo. Tais eram as vestais, as druidesas, as sibilas, etc. O mesmo acontecia nas escolas de profetas e videntes da Judéia, situadas longe do ruído das cidades. No silêncio do deserto, na paz dos alterosos cimos, melhor podiam os iniciados atrair as influências superiores e interrogar o invisível. Graças a essa educação, obtinham-se resultados que a nós nos surpreendem. Tais processos são hoje inaplicados. As exigências sociais nem sempre permitem ao médium dedicar-se, como conviria, ao cultivo de suas faculdades. Sua atenção é distraída pelas mil necessidades da vida de família, suas aspirações estorvadas pelo contacto da sociedade mais ou menos corrompida ou frívola. Muitas vezes é ele chamado a exercer suas aptidões em círculos impregnados de fluidos impuros, de inarmônicas vibrações, que reagem sobre o seu organismo tão impressionável e lhe produzem desordens e perturbações. É preciso que, ao menos, o médium, compenetrado da utilidade e grandeza de sua função, se aplique a aumentar seus conhecimentos e procure espiritualizar-se o mais possível, que se reserve horas de recolhimento e tente então, pela visão interior, alçar-se até às coisas divinas, à eterna e perfeita beleza. Quanto mais desenvolvidos forem nele o saber, a inteligência, a moralidade, mais apto se tornará para servir de intermediário às grandes almas do Espaço. Uma organização prática do Espiritismo comportará, no futuro, a criação de asilos especiais, onde os médiuns encontrarão reunidas, com os meios materiais de existência, as satisfações do coração e do espírito, as inspirações da Arte e da Natureza, tudo o que às suas faculdades pode imprimir um caráter de pureza e elevação, fazendo em torno deles reinar uma atmosfera de paz e confiança. Em tais meios, poderiam os estudos experimentais produzir muito melhores resultados que os que até agora se têm muitas vezes obtido em condições defeituosas. A intrusão dos Espíritos levianos, as tendências à fraude, os pensamentos egoísticos e os malévolos sentimentos se atenuariam pouco a pouco e terminariam por desaparecer. A mediunidade se tornaria mais regular, mais segura em suas aplicações. Não mais se havia de, com tanta freqüência, observar esse mal-estar que experimenta o sensitivo, nem ocorreriam esses períodos de suspensão das faculdades psíquicas, culminando mesmo em seu completo desaparecimento em seguida ao mau uso delas feito. Os espiritualistas de além-mar cogitam de fundar, em muitos dos grandes centros americanos, “ homes ” ou edifícios dotados de certo número de salas apropriadas aos diferentes gêneros de manifestações e munidas de aparelhos de experimentação e fiscalização. Cada sala, vindo, com o uso, a impregnar- se do magnetismo particular que convém a tais experiências, seria destinada a uma ordem especial de fenômenos: materializações, incorporações, escrita, tiptologia, etc. Um órgão, colocado no centro do edifício, propagaria a todas as suas partes, nas horas de sessão, enérgicas vibrações, a fim de estabelecer nos fluidos circulantes e no pensamento dos assistentes a unidade e harmonia tão necessárias. A música exerce, com efeito, uma soberana influência nas manifestações, facilitando-as e tornando-as mais intensas, como inúmeros experimentadores o têm reconhecido. Merecem inteira aprovação esses projetos e devemos fazer votos pela sua realização em todos os países, porque viriam, por sua natureza, uma vez realizados, a dar vigoroso impulso aos estudos psíquicos e facilitar em larga escala essa comunhão dos vivos e dos mortos, mediante a qual se afirmam tantas verdades de valor incalculável, capazes de, em sua propagação pelo mundo, renovar a Fé e a Ciência. 
O importante para o médium, dissemos mais acima, é assegurar-se uma proteção eficaz. O auxílio do Alto é sempre proporcionado para o fim a que nos propomos, aos esforços que empregamos para o merecer. Somos auxiliados, amparados, conforme a importância das missões que nos incumbem, tendo-se em vista o interesse geral. Essas missões são acompanhadas de provas, de dificuldades inevitáveis, mas sempre reguladas conforme as nossas forças e aptidões. Desempenhadas com dedicação, com abnegação, as nossas tarefas nos elevam na hierarquia das almas. Negligenciadas, esquecidas, não realizadas, nos fazem retrotrair a escala de progresso. Todas acarretam responsabilidades. Desde o pai de família que incute em seus filhinhos as noções elementares do bem, o preceptor da mocidade, o escritor moralista, até o orador que procura arrebatar as multidões às culminâncias do pensamento, cada um tem sua missão a preencher.
Não há mais nobre, mais elevado cargo que ser chamado a propagar, sob a inspiração das potências invisíveis, a verdade pelo mundo, a fazer ouvir aos homens o atenuado eco dos divinos convites, incitando-os à luz e à perfeição. Tal é o papel da alta mediunidade. Falamos de responsabilidade. É necessário insistir sobre esse ponto. Muitos médiuns procuram, no exercício de suas faculdades, satisfações de amor-próprio ou de interesse. Descuram de fazer intervir em sua obra esse sentimento grave, refletido, quase religioso, que é uma das condições de êxito. Esquecem muitas vezes que a mediunidade é um dos meios de ação pelos quais se executa o plano divino, e que ele não tem o direito de utilizá-la ao sabor de sua fantasia. Enquanto se não tiverem compenetrado os médiuns da importância de sua função e da extensão de seus deveres, haverá no exercício de suas faculdades uma fonte de abusos e de males. Os dons psíquicos, desviados de seu eminente objetivo, utilizados para fins de interesses medíocres, pessoais e fúteis, revertem contra os seus possuidores, atraindo-lhes, em lugar dos gênios tutelares, as potências malfazejas do Além. Fora das condições de elevação de pensamento, de moralidade e desinteresse, pode a mediunidade constituir-se um perigo; ao passo que tendo por fim firme propósito no bem, por suas aspirações ao ideal divino, o médium se impregna de fluidos purificados; uma atmosfera protetora se forma em torno dele, o envolve, o preserva dos erros e das ciladas do invisível. E se, por sua fé e comprovado zelo, pela pureza da alma em que nenhum cálculo interesseiro se insinue, obtém ele a assistência de um desses Espíritos de luz, depositários dos segredos do Espaço, que pairam acima de nós e projetam sobre a nossa fraqueza as suas irradiações; se esse Espírito se constitui seu protetor, seu guia, seu amigo, graças a ele sentirá o médium uma força desconhecida penetrar-lhe todo o ser, uma chama lhe iluminar a fronte. Todos quantos tomarem parte em seus trabalhos e colherem os seus resultados sentirão reanimar-se-lhes o coração e a inteligência às fulgurações dessa alma superior; um sopro de vida lhes transportará o pensamento às regiões sublimes do Infinito.
Livro: No Invisivel
Leon Dennis – Cap. V.
Francisco Rebouças


segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Estudando o Espiritismo - L.E.

Pactos

549. Algo de verdade haverá nos pactos com os maus Espíritos?

“Não, não há pactos. Há, porém, naturezas más que simpatizam com os maus Espíritos. Por exemplo: queres atormentar o teu vizinho e não sabes como hás de fazer. Chamas então por Espíritos inferiores que, como tu, só querem o mal e que, para te ajudarem, exigem que também os sirvas em seus maus desígnios. Mas, não se segue que o teu vizinho não possa livrar-se deles por meio de uma conjuração oposta e pela ação da sua vontade. Aquele que intenta praticar uma ação má, pelo simples fato de alimentar essa intenção, chama em seu auxílio maus Espíritos, aos quais fica então obrigado a servir, porque dele também precisam esses Espíritos, para o mal que queiram fazer. Nisto é que consiste o pacto.”

O fato de o homem ficar, às vezes, na dependência dos Espíritos inferiores nasce de se entregar aos maus pensamentos que estes lhe sugerem e não de estipulação quaisquer que com eles faça. O pacto, no sentido vulgar do termo, é uma alegoria representativa da simpatia existente entre um indivíduo de natureza má e Espíritos malfazejos.

550. Qual o sentido das lendas fantásticas em que figuram indivíduos que teriam vendido suas almas a Satanás para obterem certos favores?

“Todas as fábulas encerram um ensinamento e um sentido moral. O vosso erro consiste em tomá-las ao pé da letra. Isso a que te referes é uma alegoria, que se pode explicar desta maneira: aquele que chama em seu auxílio os Espíritos, para deles obter riquezas, ou qualquer outro favor, rebela-se contra a Providência; renuncia à missão que recebeu e às provas que lhe cumpre suportar neste mundo. Sofrerá na vida futura as consequências desse ato. Não quer isto dizer que sua alma fique para sempre condenada à desgraça. Mas, desde que, em lugar de se desprender da matéria, nela cada vez se enterra mais, não terá, no mundo dos Espíritos, a satisfação de que haja gozado na Terra, até que tenha resgatado a sua falta, por meio de novas provas, talvez maiores e mais penosas. Coloca-se, por amor dos gozos materiais, na dependência dos Espíritos impuros. Estabelece-se assim, tacitamente, entre estes e o delinqüente, um pacto que o leva à sua perda, mas que lhe será sempre fácil romper, se o quiser firmemente, granjeando a assistência dos bons Espíritos.”

Fonte:  O Livro dos Espíritos - FEB. 76 edição

Francisco Rebouças

sábado, 24 de dezembro de 2016

FELIZ NATAL !!!

Desejamos a todos que as comemorações Natalinas sejam marcadas por ações de amor, respeito e solidariedade.

Que a boa vontade de ser melhor alimente os nossos corações e contribua para que este  Natal se constitua num marco de renovação da esperança e da fé nas bênçãos divinas.

Que seja vivenciado com alegria, farto e repleto de fraternidade e amor.

Um Feliz Natal com Jesus em nossos pensamentos palavras e atos!

Francisco Rebouças

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Vida Feliz

XXXVI

Assume, contigo próprio, o propósito de desincumbir-te bem de todos os teus compromissos com ordem e sem pressa. 

Quem valoriza o que faz dá-lhe beleza e sentido, melhor realizando-o. 

Todo serviço é nobre, por mais insignificante seja considerado ou por mais humilde se apresente. 

O Universo e o verme, tão diferentes e antagônicos, são importantes na criação divina.

Realiza cada tarefa com respeito e prazerosamente.

Livro: Vida Feliz
Divaldo Franco/Joanna de Ângelis

Francisco Rebouças

O herdeiro do Pai

“A quem constitui herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.” – Paulo. (Hebreus, 1:2.)

Cede aos poderes humanos respeitáveis o que lhes cabe por direito lógico da vida, mas não te esqueças de dar ao Senhor o que lhe pertence. 
Esta forma conciliadora do Evangelho permanece, ainda, pal- pitante de interesse para o bem-estar do mundo. 
Não convém concentrar em organizações mutáveis do plano carnal todas as nossas esperanças e aspirações. 
O homem interior renova-se diariamente. Por isso, a ciência que lhe atende as reclamações, nos minutos que passam, não é a mesma que o servia, nas horas que se foram, e a do futuro será muito diversa daquela que o auxilia no presente. A política do pretérito deu lugar à política das lutas modernas. Ao triunfo sanguinolento dos mais fortes ao tempo da selvageria sem peias, seguiu-se a autocracia militarista. A força cedeu à autoridade, a autoridade ao direito. No setor das atividades religiosas, o esfor- ço evolutivo não tem sido menor. 
Em vista de semelhantes realidades, por que te apaixonas, com tanta veemência, por criaturas falíveis e programas transitórios?
Os homens de hoje, por mais veneráveis, são herdeiros dos homens de ontem, empenhados na luta gigantesca pela redenção de si mesmos. Poderão prometer maravilhosos reinados de abastança e paz, liberdade e harmonia, entretanto, não fugirão ao serviço de corrigenda dos erros que herdaram, não só daqueles que os antecederam, no campo dos compromissos coletivos, mas igualmente de suas próprias experiências passadas, em tenebro- sos desvios do sentimento.
A civilização de agora é sucessora das civilizações que faliram. 
As nações que se restauram aproveitam as nações que se des fizeram. 
As organizações que surgem na atualidade guardam a herança das que desapareceram na voragem da discórdia e da tirania. Examinando a fisionomia indisfarçável da verdade, como hi pertrofiar o sentimento, definindo-te, em absoluto, por instituições terrestres que carecem, acima de tudo, de teu próprio auxílio espiritual? 
Como pode a casa sem teto abrigar-te da intempérie? 
A plan- ta do arranha-céu, inteligentemente traçada no pergaminho, ainda não é a construção mantenedora da legítima segurança. 
Não existem, pois, razões que justifiquem os tormentos dos aprendizes do Cristo, angustiados pelas inquietudes políticas da hora que passa. 
Semelhante estado d'alma é simples produto de inadvertência perigosa, porque todos devemos saber que os homens falíveis não podem erguer obras infalíveis e que compete a nós outros, partidários do Mestre, a posição de trabalhadores sinceros, chamados a servir e cooperar na obra paciente e longa, mas definitiva e eterna, daquele a quem o Pai “constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo”.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

Francisco Rebouças

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

CONSULTA AOS ESPÍRITOS

CONSULTA  AOS  ESPÍRITOS     

Francisco Cândido Xavier 
Temos recebido, de várias procedências, acenadas por amigos nossos, solicitações endereçadas aos Benfeitores Espirituais a respeito da cremação. Isso tem sido objeto de muitas conversações nossas. 
Na reunião de ontem, O Livro dos Espíritos nos deu para estudo a questão 164. Nos comentários veio à tona a mesma interrogação: o que dizem os amigos desencarnados sobre a cremação ao invés do sepultamento dos mortos? No final de nossas atividades nosso caro Emmanuel escreveu sobre o assunto a página "Cremação".  
CREMAÇÃO 

Emmanuel 
De quando em quando, amigos da Terra nos inquirem com respeito aos resultados possíveis da cremação que tenhamos porventura experimentado após o afastamento do corpo denso. 

E efetivamente o assunto se reveste de significação e proveito, pelas repercussões do processo crematório no plano espiritual. 

Por muito se examine, no mundo, a presença da morte física, conferindo-se-lhe foros de igualdade em quaisquer circunstâncias, o óbito não é idêntico no caminho de todos. 

Qual ocorre no berço, quando o renascimento estabelece condições diferentes, do ponto de vista orgânico, para cada um de nós, a separação do veículo terrestre está revestida de características originais para cada indivíduo. Além da existência comum na Terra, nem todas as criaturas se observam imediatamente exoneradas da inquietação e do trauma, da ansiedade ou do apego exagerado a si próprias. 

Temos companheiros que, na desencarnação pelo fogo se liberam de improviso de qualquer conexão com os recursos que usufruíram na experiência material. Entretanto, encontramos outros, em vasta maioria, que embora a lenta desencarnação progressiva que atravessaram, se reconhecem singularmente detidos nas impressões e laços da vida material, notadamente nas primeiras cinqüenta horas que se seguem à derradeira parada cardíaca no carro fisiológico. Fácil observar, em vista disso, que o período de espera, no espaço razoável de setenta e duas horas, entre o enrijecimento do corpo físico e a cremação respectiva, é tempo valioso para a generalidade de todos aqueles que se encontram em trânsito de uma vida para outra. 

Isso é compreensível porque se muitos irmãos dispensam semelhante cuidado, desde os primeiros instantes de silêncio no cérebro, outros, aos milhares, se observam vinculados aos tecidos inertes de que já se desvencilharam, no anseio, embora vão, de revivescê-los. À face do exposto, nós, os amigos desencarnados, nada poderíamos aventar fundamentalmente contra a cremação. No entanto, entendendo que os nossos amigos - os homens da Esfera Física - ainda não dispõem de instrumento para analisar os graus de extensão e de intensidade do relacionamento entre o espírito recém-desencarnado e os resíduos sólidos que lhes pertenceram no mundo, consideramos justo que se lhes rogue o citado período de repouso, a favor dos chamados mortos, em câmara fria que lhes conserve a dignidade da forma. Depois disso o sepultamento ou a cremação nada mais representam, para a alma, que a desagregação mais lenta ou mais rápida das estruturas entretecidas em agentes físicos, das quais se libertou.

Livro: Caminhos de Volta
Chico Xavier/Espíritos Diversos
Francisco Rebouças

Os anjos guardiães

Revista Espírita, janeiro de 1859
Comunicação espontânea obtida pelo senhor L.., um dos médiuns da Sociedade.
É uma doutrina que deveria converter os mais incrédulos pelo seu encanto e pela sua doçura: a dos anjos guardiães. Pensar que se tem, junto de si, seres que vos são superiores, que estão sempre aí para vos aconselhar, vos sustentar, para vos ajudar a escalar a áspera montanha do bem, que são amigos mais seguros e mais devotados que as mais íntimas ligações que se possa contrair nesta Terra, não é uma idéia bem consoladora? Esses seres estão aí por ordem de Deus; foi ele quem os colocou junto de nós, e estão aí pelo amor dele, e cumprem, junto de nós, uma bela mas penosa missão. Sim, em qualquer parte que estejais, ele estará convosco: os calabouços, os hospitais, os lugares de deboche, a solidão, nada vos separa desse amigo que não podeis ver, mas do qual vossa alma sente os mais doces impulsos e ouve os sábios conselhos.
Por que não conheceis melhor essa verdade! Quantas vezes ele vos ajudou nos momentos de crise, quantas vezes vos salvou das mãos de maus Espíritos! Mas, no grande dia, esse anjo do bem terá, freqüentemente, a vos dizer: "Não te disse isso? E tu não o fizeste. Não te mostrei o abismo, e tu nele te precipitaste; não te fiz ouvir na consciência a voz da verdade, e não seguiste os conselhos da mentira?" Ah! questionai vossos anjos guardiães; estabelecei, entre ele e vós, essa ternura íntima que reina entre os melhores amigos. Não penseis em não lhes ocultar nada, porque são o olho de Deus, e não podeis enganá-los. Sonhai com o futuro, procurai avançar nesse caminho, vossas provas nele serão mais curtas, vossas existências mais felizes. Ide! homens de coragem; lançai longe de vós, uma vez por todas, preconceitos e dissimulações; entrai no novo caminho que se abre diante de vós; caminhai, caminhai, tendes guias, segui-os: o objetivo não pode vos faltar, porque esse objetivo é o próprio Deus.
Àqueles que pensam que é impossível a Espíritos verdadeiramente elevados se sujeitarem a uma tarefa tão laboriosa e de todos os instantes, diremos que influenciamos vossas almas estando a vários milhões de léguas de vós: para nós o espaço não é nada, e mesmo vivendo em um outro mundo, nossos espíritos conservam sua ligação com o vosso. Gozamos de qualidades que não podeis compreender, mas estejais seguros que Deus não nos impôs uma tarefa acima de nossas forças, e que não vos abandonou sozinhos na Terra, sem amigos e sem sustentação. Cada anjo guardião tem o seu protegido, sobre o qual ele vela, como um pai vela sobre seu filho; ele é feliz quando o vê seguir o bom caminho, e geme quando seus conselhos são desprezados.
Não temais nos cansar com vossas perguntas; ficai, ao contrário, em relação conosco: sereis mais fortes e mais felizes. São essas comunicações, de cada homem com seu Espírito familiar, que fazem todos os homens médiuns, médium ignorados hoje mas que se manifestarão mais tarde, e que se espalharão como um oceano sem limites para refluir a incredulidade e a ignorância. Homens instruídos, instruí; homens de talento, elevai vossos irmãos. Não sabeis que obra cumpris assim: é a do Cristo, aquela que Deus vos impôs. Por que Deus vos deu a inteligência e a ciência, se não para partilhá-las com vossos irmãos, certamente para avançá-los no caminho da alegria e da felicidade eterna.
São Luís, Santo Agostinho

Francisco Rebouças

EM VERDADE

Em verdade, ergue-se o homem da atualidade à estratosfera e prepara campo de que possa lançar-se à investigação de outros mundos, entretanto, como nunca, experimenta a necessidade de paz e consolação no plano que lhe serve de moradia. 

Em verdade, desce ao abismo oceânico e recolhe os vestígios das civilizações mortas, surpreendendo formas estranhas de existência, penetrando linhas obscuras da natureza, no entanto, sente-se incapaz de acesso aos labirintos da própria individualidade, perambulando, entre enigmas e inquietações, quase que à maneira de um mendigo de luz. 

Em verdade, relaciona os segredos do microcosmo, com a mesma facilidade com que resolve elementar problema de matemática, no entanto, ainda esbarra à frente dos ínfimos segredos da dor e da morte, com a mesma perplexidade das raças que o precederam na corrida dos milênios incessantes.  

Em verdade, vence a hanseníase e a tuberculose, determinando novos rumos à medicina que se engrandece ao toque do progresso renovador, todavia, sofre em si mesmo profundas chagas de angústia e desilusão qual se fora pobre desterrado em escuro presídio do Universo... 

Eleva-se e rebaixa-se.  

Cura e envenena-se.  

É que falta ao coração humano aquela compreensão cristã capaz de ergue-lo às culminâncias em que se lhe destaque a própria inteligência, enceguecida pela vaidade , o verme roedor da terrestre grandeza. 
  
Em tempo algum, como agora, o viajante do mundo sentiu tanta necessidade da bússola espiritual que lhe oriente os destinos.  

Em meio da abundância de recursos materiais clama por socorro, qual se a existência lhe fora deplorável cativeiro.  

É por isso que, entre os escombros da guerra e entre as ruínas do incêndio das paixões a que o orgulho lhe conduziu a civilização do presente, volve o ensinamento de Cristo, através de mil modos, concitando-nos ao soerguimento pela humildade salvadora, de vez que somente reconhecendo a nossa condição de usufrutuários do Patrimônio Divino, com iniludíveis obrigações de trabalho e fraternidade, uns à frente dos outros, é que conseguiremos a própria recuperação. A caminho do Homem Regenerado e da Terra Melhor. 

Livro: Abrigo
Chico Xavier/Espíritos Diversos

Francisco Rebouças

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

ATO DE GRATIDÃO

A minha gratidão franca e profunda 
É tudo o que te oferto, alma querida, 
No doce regozijo que me inunda, 
Por todo o amparo que me deste à vida. 

Notaste a provação em meus caminhos 
E estendeste-me as mãos ternas e generosas, 
Como quem faz do chavascal de espinhos 
Um tapete de rosas.  

Nada olvidaste para o meu alento... 
Seguindo a minha dor de cada dia, 
Trouxeste, com grandeza, à penúria que enfrento, 
Proteção e agasalho, assistência e alegria.  

Enxugaste-me o pranto da tristeza, 
Em tua própria fé que me avigora, 
Recordando em minh’alma a luz acesa, 
Quando a sombra se esvai ao contato da aurora.  

Fizeste mais... Quiseste, junto a mim, 
O júbilo constante em presença dourada, 
Com carícias de fonte e encantos de jardim 
Para quem me partilhe as fadigas da estrada.  

A fim de renovar-me o pensamento imerso 
No turbilhão de fel que tanta vez me alcança, 
Falaste-me de amor, ante as Leis do Universo, 
Elevando-me o ser às bênçãos da esperança. 

Por tudo te agradeço, alma formosa e amiga, 
Nos empeços e pedras que transponho, 
Encontro em ti o apoio que me abriga, 
A bondade em resposta às ânsias de meu sonho...  

Mas acima de tudo, a ti me entrego, 
Na extrema gratidão, por onde vou, 
Porque entendes as lutas que carrego 
E aceitaste-me a vida como eu sou.  

Livro: Caminhpos do Amor
Chico Xavier/Maria Dolores

Francisco Rebouças

PROFETAS E APÓSTOLOS

" Por isso diz também a sabedoria de Deus:Profetas e apóstolos lhes mandarei e eles Matarão uns e perseguirão outros". - Jesus ( Lucas: 11-49 )   

Profetas e apóstolos não vivem tão - somente nos círculos dos preceitos religiosos. 
Tempo virá em que o conceito da Revelação Divina abrangerá todos os departamentos das atividades úteis e generosas. 
O serviço nobre, em todos os tempos, requisita missionários da visão e apóstolos da ação. 
São eles que enriquecem os patrimônios da vida, recebem a onda de inspiração das Esferas Superiores e ambientam as idéias do Bem, plasmando-as, em seguida, através de serviços inestimáveis à coletividade. 
Entretanto, a multidão e a vulgaridade jamais entenderam semelhantes trabalhadores, no tempo adequado. 
Sejam cooperadores da religião, da ciência ou da economia, experimentam perseguições e ataques dolorosos que lhes fenecem a justa noção da soledade em que passam no mundo. 
Não lhes perdoa a superioridade, nem se lhes entende a visão ou o serviço nobre. 
Trava-se a luta. 
Às vezes, os trabalhadores são candidatos à posição de profetas ou apóstolos, porque o Homem, em todas as circunstâncias deverá a si próprio a elevação ou a decadência e, quando isso se verifica, a vulgaridade costuma vencer. 
Falha, em parte, a experiência de maior ascensão. 
Todavia, quando o profeta ou o apóstolo já se identificou à exata União com Deus, torna-se elemento de trabalho da Providência Divina. 
Constitui-se em Seu Enviado na Terra e, atropelado, esmagado, perseguido, o trabalhador fornece testemunho em si mesmo, e atinge seus fins, cedo ou tarde, atendendo com valor os Desígnos de Deus. 

Livro: Harmonização
Chico Xavier/Emmanuel

Francisco Rebouças

Estudar, analisar e meditar para compreender a lição

“Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo”. (Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.) (1)

Torna-se imprescindível, diante da exposição da verdade que os Emissários Celestes nos apresentam, que nos empenhemos em evitar as desculpas para deixar de meditar e tirar das lições diárias que nos chegam ao conhecimento, o sentido e o conteúdo salutar de cada ensinamento absorvendo as luzes necessárias para clarear o caminho que escolhemos seguir em nosso processo evolutivo. Os Espíritos Superiores nos esclarecem que Somos na Humanidade milhões e milhões de seres viajando do instinto para a inteligência, da inteligência para a razão e da razão para a angelitude.
“… que os passos do cristão, em qualquer escola religiosa, devem dirigir-se verdadeiramente ao Cristo, e que, em nosso campo doutrinário, precisamos, em verdade, do ESPIRITISMO e do ESPIRITUALISMO, mas, muito mais, de ESPIRITUALIDADE.”  (2)
É importante saber enxergar as belezas da vida como elas realmente são e o que têm de melhor para nos ofertar. Quem olha de relance para a imensidão do espaço sideral sem a devida atenção não pode ver as maravilhosas estrelas que cintilam no firmamento. Quem ouve uma orquestra sem atentar para a sutileza das melodias por ela executadas não lhe percebe as notas encantadoras.
Se não soubermos perceber as palavras inspiradas de pregadores abnegados, se não acalmarmos o coração para que o sentimento do bem nos possa clarear o pensamento, não será possível tirar um melhor proveito das mais belas lições da mensagem cristã ali exposta e do mesmo modo que chegarmos sairemos sem os verdadeiros benefícios que os ensinos nos poderiam propiciar.
Grande número dos seguidores das diversas correntes cristãs na terra vive a se queixar da dificuldade que os incapacitam de entender os ensinos da Boa Nova, afirmando-se impossibilitados de compreender a ponto de saberem aproveitar as novas revelações. Isso acontece devido à falta de atenção e maior envolvimento deles com a lição ministrada, pois continuam demorando-se longo tempo na distração e na superficialidade da vida espiritual.
Para que o Sol possa penetrar os aposentos de nossa casa é preciso que abramos as janelas para que sua luz possa penetrar no ambiente e afastar as sombras ali contidas, aclarando, arejando, aquecendo e dando vida e alegria ao ambiente doméstico. Da mesma forma, também precisamos proceder em relação ao nosso coração e nossa mente para absorvermos as bênçãos das lições do Evangelho renovador.
Urge dediquemos, desde já, algum esforço na busca do trabalho que precisamos empreender em nosso dia-a-dia, no exercício da meditação, que certamente muito nos ajudarão na concentração necessária para que nos envolvamos com determinação e boa vontade na nossa capacitação para poder, finalmente, ouvir e ver de forma a tirar os benefícios das verdades contidas nas sábias lições do Evangelho de Jesus.
Paulo de Tarso é claro na observação que nos fez sobre a importância que devemos dar aos ensinamentos cristãos quando nos disse: “Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo”, fazendo-nos crer que, se prestarmos a devida atenção aos apontamentos contidos na Boa Nova, o Senhor nos proporcionará em retribuição à nossa boa vontade e esforço, suficiente compreensão e entendimento de sua vontade sobre tudo.
Referências:(1) Segunda Epístola de Paulo a Timóteo, Cap. II. v. 7; e
(2) Xavier, Francisco Cândico, pelo espírito Emmanuel. Livro Nosso Lar, prefácio.
Francisco Rebouças

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

“Teu lar, teu tesouro”

“As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim.” — Jesus. (João, Capítulo 10, Versículo 25.)
“Teu lar, é teu pedacinho do céu na Terra”, necessário se faz entender que o templo doméstico é uma dependência do Céu na Terra, onde dentro dele encontraremos as maiores e melhores oportunidades de realizar o nosso trabalho de elevação moral, no convívio com nossos afetos da consanguinidade material. Pois é justamente aí, na sagrada e feliz oportunidade da convivência com os familiares, que a alma encontra a verdadeira oportunidade de colaboração com as esferas mais altas, desenvolvendo suas potencialidades, diante dos obstáculos que deve ultrapassar de modo a crescer e aperfeiçoar-se.
É na vida familiar que o homem pode e deve estreitar os laços da consanguinidade com aqueles que lhes representaram no passado suas aversões mais profundas, e com as quais tem necessidade de se harmonizar na nova oportunidade reencarnatória que desfruta para a qual foi convocado a trabalhar em seu próprio proveito para a conquista da felicidade que tanto almeja.
“A família consanguínea é a lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se revestem de paciência, renúncia e boa vontade.
De quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino.
Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram à esfera superior, dignamente areolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, para restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma, na jornada para os cimos da vida.
Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos…” (1)
Contamos para isso conta com o apoio, incentivo e inspiração dos amigos da Espiritualidade Superior para que nos dediquemos ao trabalho, paciente e perseverante, na difícil tarefa da relação harmoniosa com nosso próximo mais próximo a quem Jesus se referiu, aprendendo a conviver com as diferenças, trabalhando para apurar e desenvolver as qualidades mais nobres, com a vontade firme para nos harmonizarmos com a consciência cósmica que rege a nossa vida, pela Lei do Amor.
“Ser pai ou mãe é uma grande responsabilidade.
Cada criatura traz o destino que organizou para si mesma em reencarnações passadas. No entanto, ela nunca deixará de assimilar os exemplos vividos no lar pelos pais.
A primeira escola é, pois o lar, e este, por sua vez, é o resultado da conduta dos esposos que devem se esforçar para fazê-lo agradável, honrado e rico de paz.
Abençoa o teu filho com as tuas palavras e conduta, fazendo-te amigo dele em todas as situações.
Os filhos, como todos nós, somos de Deus, e prestarás conta do empréstimo que te foi concedido para educar.”  (2)
Diante dos nossos entes queridos, precisamos aprender a servir com caridade e de boa-vontade, espalhando em torno de nós a paz e a esperança em palavras e atitudes, seguindo os ensinamentos de Jesus de Nazaré, ofertando ao nosso familiar a compreensão e o amor que há de transformá-lo em alguém amigo, confiante e alegre, cumprindo nossos compromissos com a vida, participando efetivamente do processo de implantação do Evangelho em nossos Corações, construindo um porvir promissor conforme nos asseverou o Mestre e Guia de toda humanidade “a cada um segundo as suas obras”.
O Lar é a nossa abençoada oficina, onde aprimoramos as nossas qualidades morais, por isso mesmo, em nosso próprio benefício, dediquemo-nos com amor e boa vontade na disposição de aprimorá-lo, enobrecê-lo, santificá-lo, realizando com esmero os compromissos assumidos antes da nossa volta a este abençoado planeta.
Referências:1) Livro Família, Chico Xavier/ Emmanuel. Cap. Em Família; e
2) Livro Vida Feliz – Divaldo Franco/Joanna de Ângelis. Cap. LXIX.
Francisco Rebouças

domingo, 4 de dezembro de 2016

Estudando o Espiritismo - L.E.

545. Pode, alguma vez, o general ser guiado por uma espécie de dupla vista, por uma visão intuitiva, que lhe mostre de antemão o resultado de seus planos?
“Isso se dá amiúde com o homem de gênio. É o que ele chama inspiração e o que faz que obre com uma espécie de certeza. Essa inspiração lhe vem dos Espíritos que o dirigem, os quais se aproveitam das faculdades de que o vêem dotado.”

546. No tumulto dos combates, que se passa com os Espíritos dos que sucumbem?
Continuam, após a morte, a interessar-se pela batalha?
“Alguns continuam a interessar-se, outros se afastam.”
Dá-se, nos combates, o que ocorre em todos os casos de morte violenta: no primeiro momento, o Espírito fica surpreendido e como que atordoado. Julga não estar morto.
Parece-lhe que ainda toma parte na ação. Só pouco a pouco a realidade lhe surge.

547. Após a morte, os Espíritos, que como vivos se guerreavam, continuam a considerar-se inimigos e se conservam encarniçados uns contra os outros?
“Nessas ocasiões, o Espírito nunca está calmo. Pode acontecer que nos primeiros instantes depois da morte ainda odeie o seu inimigo e mesmo o persiga. Quando, porém, se lhe restabelece a serenidade nas idéias, vê que nenhum fundamento há mais para sua animosidade. Contudo, não é impossível que dela guarde vestígios mais ou menos fortes, conforme o seu caráter.”

a) - Continua a ouvir o rumor da batalha?
“Perfeitamente.”

548. O Espírito que, como espectador, assiste calmamente a um combate observa o ato de separar-se a alma do corpo? Como é que esse fenômeno se lhe apresenta à observação?
“Raras são as mortes verdadeiramente instantâneas. Na maioria dos casos, o Espírito, cujo corpo acaba de ser mortalmente ferido, não tem consciência imediata desse fato. Somente quando ele começa a reconhecer a nova condição em que se acha, é que os assistentes podem distinguí-lo, a mover-se ao lado do cadáver. Parece isso tão natural, que nenhum efeito desagradável lhe causa a vista do corpo morto. Tendo-se a vida toda concentrado no Espírito, só ele prende a atenção dos outros. É com ele que estes conversam, ou a ele é que fazem determinações.”

Fonte: O livro dos Espíritos - Feb. 76ª edição.

Francisco Rebouças

Brasil coração do mundo...

https://youtu.be/_a9tpJnGcbw

Homenagem a Chico Xavier

Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo

Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas

https://youtu.be/Uk7OUvyGCZU



Divaldo Franco

https://youtu.be/OVbstbRFs9M

Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...

Reencarnação é uma realidade

Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter

Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter

Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter

Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter

Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter

Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter

Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter

Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter

Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter

Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter

Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter

Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter

Glória a Kardec

Rádios Brasil

Simplesmente Espetacular!!!

Professora Amanda Gurgel

De Kardec aos dias de hoje

Muitas Vidas

Divaldo Franco

Entrevista com Divaldo Franco

Sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis, e muito mais, confira. 1ª Parte 2ª Parte

Chico Xavier

Chico Xavier (2010) trailer oficial

Página de Mensagens

Nesta página estarei lançando variadas páginas de conteúdo edificante para nosso aprendizado.

Francisco Rebouças.

1-ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

NO CAMPO FÍSICO

"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]

Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progres­so para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.

[1]
- Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.

NISTO CONHECEREMOS

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

DOUTRINAÇÕES

"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)

Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

Livro: Caminho Verdade e Vida.

Chico Xavier/Emmanuel.

FILHOS DA LUZ

FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.

(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.

Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.

Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.

Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.

Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.

Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.

Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.

Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.

Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.

Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

Vinha de Luz

Chico Xavier/André Luiz


QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel