Meus irmãos, Jesus nos
inspire guie e guarde em sua paz!
Estamos presenciando os
mais variados e preocupantes acontecimentos em nosso movimento espírita em todo
o Planeta. Desde o aparecimento do espiritismo temos informações esclarecedoras
da influência do mundo espiritual sobre o físico, e vice versa, mas em nenhuma
oportunidade se evidenciou de forma tão austera, tão ousada, tão intensa. Vejamos
sobre essa influência o que nos falam os Espíritos Superiores de forma muito
clara:
459. Influem os
Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
“Muito
mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que vos
dirigem.”
460. De par com os
pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos sejam sugeridos?
“Vossa
alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que, frequentemente, muitos
pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto, não raro, contrários
uns dos outros. Pois bem! No conjunto deles, estão sempre de mistura os vossos
com os nossos. Daí a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas
ideias a se combaterem.” (1)
O que se constata na
realidade dos dias da atualidade, é que a falta de prudência e bom senso até
mesmo de alguns confrades que já haviam conquistado certo “status” de espíritas confiáveis, começam a nos desapontar,
deixando bem claro que os espíritos ignorantes e perversos, estão executando um
plano que tem se mostrado eficaz, e que pede cuidado e atenção de todos nós
espíritas.
Observa-se que até
mesmo esses confrades admirados e às vezes até idolatrados por muitos em nosso
movimento espírita, começam a dá sinais de que estão em pleno processo de
influenciação das forças inferiores e em muitos dos casos pode-se facilmente notar
essa mudança de direcionamento em suas
convicções, aceitando e defendendo ideias
e opiniões que anteriormente recusavam sem se darem conta, que são sugeridas
por essas mentes adoentadas e infelizes que as espalham e que têm encontrado
campo de aceitação na invigilância de muitos incautos que se deixam arrastar
pelos achismos e modismos inoportunos e inconvenientes que avançam rápida
e desordenadamente em nosso movimento, onde encontram campo fértil para a
sintonia com essas correntes desequilibradas estimuladoras da vaidade a ponto
de se considerarem capazes de dar a palavra final sobre os temas
propostos.
Assuntos
polêmicos estão sendo trazidos à tona e incentivados por
essas mentes inteligentes se levarmos em conta a astúcia com que segurem
tais temas, e ao mesmo tempo desinteligentes no sentido de que fomentar o mal
lhes acarretará o peso das responsabilidades pelos efeitos danosos que causar ao
seu próximo, e mais cedo ou mais tarde, terão que resgatar em dolorosas
situações, pois “a cada um segundo suas
obras” (2) conforme nos afirmou Jesus de Nazaré nosso Mestre e Guia.
Antes esses espíritos
se ocupavam na sua grande maioria em assediar os encarnados de má índole, de
más intenções etc., mas como são chegados os dias finais da separação
definitiva do joio e do trigo,
conforme consta das escrituras, estão em desespero, por sentirem que seus dias
estão contados, também por não se adequaram às sublimes determinações das Leis
Divinas, e sabedores de que serão conduzidos a mundos de conformidade
com suas tendências inferiores, estão agora assediando os espíritas que já se
decidiram por seguir os convites do cristo através da mensagem espírita, isto
porque, nenhum de nós está imune a esse contato pernicioso, porque também
trazemos registros de nossa inferioridade.
Alguns instigadores
dessas polêmicas, intermediários
dessas mentes desequilibradas do mundo espiritual, elegem alguém com
reconhecido conceito em nosso movimento espírita, pessoa essa que é
considerada por muitos, como entendido no assunto, autoridade no que diz sobre
a doutrina etc., como se ninguém mais pudesse contestar suas ideias, suas
opiniões, esquecidos do que a codificação espírita nos esclarece justamente o
contrário conforme segue: “Se a Doutrina Espírita fosse de concepção
puramente humana, não ofereceria por penhor senão as luzes daquele que a
houvesse concebido. Ora, ninguém, neste mundo, poderia alimentar
fundadamente a pretensão de possuir, com exclusividade, a verdade absoluta.”
(3).
Temas delicados como exemplo,
se alguém é a reencarnação de algum personagem do passado, a não existência
de colônias espirituais, entre inúmeros outros, são trazidos para a arena
dos debatedores, que se deleitam em mostrar seus conhecimentos fundamentados no
“convivi
muito com ele e ele me confidenciou”, ”fulano que era amigo dele me falou”,
“ele me disse em conversa particular" ou sobre as colônias: “isso
não passa de criações da mente”, “nada existe além da matéria física” etc.
Tudo devidamente fundamentado no famoso e infalível, achismo, sem embasamento
nas obras da codificação ou nas subsidiárias de reconhecido cunho doutrinário,
o que para eles não tem tanta importância.
Chegam mesmo a dispor
de médiuns, que partidários dessa mesma corrente de pensamentos, não deixam de participar
com suas “incontestáveis” contribuições sobre os referidos assuntos,
recebendo até mesmo os Espíritos daqueles que enquanto encarnados
defendiam justamente o contrário dos argumentos que estão agora “voltando para
desmentir” tudo que antes disseram.
Só falta chegar a hora
do próprio Kardec também entrar na onda e vir desmentir tudo o que codificou...
No
Capítulo XVI do Livro dos Médiuns item 186, podemos ler o alerta seguinte:
“Laboraria,
pois, em erro quem, simplesmente por ter ao seu alcance um bom médium, ainda
mesmo com a maior facilidade para escrever, entendesse de querer obter por ele
boas comunicações de todos os gêneros. A primeira condição é, não há contestar,
certificar-se a pessoa da fonte donde elas promanam, isto é, das qualidades do
Espírito que as transmite; porém, não é menos necessário ter em vista as
qualidades do instrumento oferecido ao Espírito. Cumpre, portanto, se estude a
natureza do médium, como se estuda a do Espírito, porquanto são esses os dois
elementos essenciais para a obtenção de um resultado satisfatório. Um terceiro
existe, que desempenha papel igualmente importante: é a intenção, o pensamento
íntimo, o sentimento mais ou menos louvável de quem interroga. Isto facilmente
se concebe. Para que uma comunicação seja boa, preciso é que proceda de um Espírito
bom; para que esse bom Espírito a POSSA transmitir indispensável lhe é um bom
instrumento; para que QUEIRA transmiti-la, necessário se faz que o fim visado
lhe convenha. O Espírito, que lê o
pensamento, julga se a questão que lhe propõem merece resposta séria e se a
pessoa que lha dirige é digna de recebe-la. A não ser assim, não perde seu
tempo em lançar boas sementes em cima de pedras e é quando os Espíritos
levianos e zombeteiros entram em ação, porque, pouco lhes importando a verdade,
não a encaram de muito perto e se mostram geralmente pouco escrupulosos, quer
quanto aos fins, quer quanto aos meios”... (4)
Afirmam eles em defesa
dessas comunicações, que esses médiuns são pessoas de reputação incontestável,
e por essa razão tudo o que recebem do mundo espiritual é aceito como uma
verdade que deve ser levada em conta sem contestação, o que não combina com o
contido no Cap. XX, item 9 do Livro dos Médiuns conforme segue:
9ª
Qual o médium que se poderia qualifica r de perfeito?
"Perfeito, ah! bem
sabes que a perfeição não existe na Terra, sem o que não estaríeis nela. Dize,
portanto, bom médium e já é muito, por isso que eles são raros.
Médium perfeito seria
aquele contra o qual os maus Espíritos jamais ousassem, uma tentativa de
enganá-lo. O melhor é aquele que,
simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido o menos enganado." (5)
É hora
de calma e reflexão para não entrarmos em discussões frenéticas que pouco ou
nenhum proveito propiciaria para a nossa proposta de espíritas seguidores do
Mestre de Nazaré, que entende ser a
reforma moral e o combate às nossas más tendências os nossos objetivos maiores
na vida, e sigamos a sugestão do Espírito Emmanuel pela psicografia de
Chico Xavier quando nos diz:
“Num painel de conflitos em que sejamos
chamados a testemunhos de fé e compreensão, não nos será lícito esquecer que
tanto somos filhos de Deus quanto aqueles que se fazem instrumentos de nossas
dificuldades.
Aqueles que se nos erguem à frente na condição de
adversários gratuitos, avançam em nossos próprios caminhos, frequentemente
invocando a proteção de Deus tanto quanto a invocamos.
E os outros que se transformam em perseguidores são outros
tantos irmãos nossos, de pensamento
enfermo e rumo inadequado, a requisitarem apoio de urgência pelos fardos de
tribulações que carregam às vezes muito mais pesados que os nossos”. (6)
Em outra linda mensagem
o Benfeitor nos diz:
“O
apóstolo da Codificação não desconhecia o elevado mandato relativamente aos
princípios que compilava e, por isso mesmo, desde a primeira hora, preocupou-se
com os impositivos morais de que a
Nova Revelação se
reveste, tendo salientado
que as consequências do Espiritismo
se resumem em
melhorar o homem e, por
conseguinte, torná-lo menos infeliz,
pela prática da mais pura moral evangélica.
Sabemos
que a retorta não sublima o caráter e que a discussão filosófica nada tem que
ver com caridade e justiça. Com todo o nosso respeito, pois, pela filosofia que
indaga e pela ciência que esclarece, reconheceremos sempre no Espiritismo o
Evangelho do Senhor, redivivo e atuante, para instalar com Jesus a Religião Cósmica
do Amor Universal e da Divina Sabedoria sobre a Terra.
Espíritos
desencarnados aos milhões e em todos os graus de inteligência enxameiam o
mundo, requisitando, tanto quanto os encarnados, o concurso da educação.
Não
podemos, por isso, acompanhar os que fazem de nossa Redentora Doutrina mera
tribuna discutidora ou simples caçada a demonstrações de sobrevivência, apenas
para a realização de torneios literários ou para longos cavacos de gabinete e
anedotas de salão, sem qualquer consequência espiritual para o caminho que lhes
é próprio.
Estudemos,
assim, as lições do Divino Mestre e aprendamo-las na prática de cada dia.
A
morte a todos nos reunirá para a compreensão da verdadeira vida... E, sabendo que a justiça definir-nos-á
segundo as nossas obras, abracemos a Codificação Kardequiana,
prosseguindo para a frente, com Jesus e por Jesus”.
EMMANUEL
- Pedro Leopoldo, 11 de fevereiro de 1956. - (8)
Cabe-nos dessa forma,
seguir nossa trajetória evolutiva observando os ditames da Lei Divina que prescreve a nossa obrigação de amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a nós mesmos, sabendo que Deus está no comando de tudo, e
que marchamos como seus filhos para o encontro da Pureza e da Felicidade
relativa que ELE nos reservou por
destino final como filhos muito amados que todos somos.
Enquanto trabalhamos em
nosso aperfeiçoamento, sigamos os ensinos dos espíritos Superiores em mais
estes belos ensinamentos contidos na questão 1019 do Livro dos espíritos
conforme segue.
“Predita
foi a transformação da Humanidade e vos avizinhais do momento em que se dará,
momento cuja chegada apressam todos os homens que auxiliam o progresso. Essa
transformação se verificará por meio da encarnação de Espíritos melhores, que
constituirão na Terra uma geração nova...”
“
...Todos vós, homens de fé e de boa-vontade, trabalhai, portanto, com ânimo e
zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que
houverdes semeado”. (9)
Bibliografia:
1 - Kardec, Allan. O
Livro dos Espíritos – FEB. 76ª edição.
2
- Epístola de Paulo, (Romanos, 2:6).
3- Kardec, Allan. O
Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB 112ª edição, Introdução II, Autoridade da
Doutrina Espírita.
4- Kardec, Allan. O
Livro dos Médiuns. FEB. 86ª edição. Cap. XVI, item 186
5- Kardec, Allan. O
Livro dos Espíritos – FEB. 76ª edição.
6 – Xavier, Francisco
Cândido e Pires Herculano, Livro: Na Hora do Testemunho, Editora Paideia Ltda.
7- Kardec, Allan. O
Livro dos Espíritos – FEB. 76ª edição.
8- Xavier, Francisco
Cândido, pelo Espírito Emmanuel, Livro: Fonte Viva, FEB, 1ª edição especial –
Com Jesus e por Jesus.
9- Kardec, Allan. O
Livro dos Espíritos – FEB. 76ª edição.
Francisco Rebouças