“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Trabalhemos todos, pela Unificação do movimento espírita!!

O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendam.”
Allan Kardec (Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI).

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

Falar e Fazer

Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Estudando o Espiritismo

Caros amigos, espiritismo é estudo, por essa razão estamos trazendo mais este interessante diálogo de Allan Kardec com o Crítico, para nosso aprendizado. Estude conosco!
Primeiro Diálogo - O Crítico
Visitante. Eu vos direi, senhor, que minha razão se recusa a admitir a realidade dos fenômenos estranhos atribuídos aos Espíritos e que, disso estou persuadido, não existem senão na imaginação. Todavia, diante da evidência, seria preciso se inclinar, e é o que farei se eu puder ter provas incontestáveis. Venho, pois, solicitar de vossa bondade a permissão para assistir somente a uma ou duas experiências, para não ser indiscreto, a fim de me convencer, se for possível.

Allan Kardec. Desde o instante, senhor, que vossa razão se recusa a admitir o que nós consideramos fatos comprovados, é que vós a credes superior à de todas as pessoas que não compartilham de vossa opinião.
Eu não duvido do vosso mérito e não teria a pretensão de colocar a minha inteligência acima da vossa. Admiti, pois, que eu me engano, uma vez que é a razão que vos fala, e que esteja dito tudo.
Visitante . Todavia, se vós chegásseis a me convencer, eu que sou conhecido como um antagonista das vossas idéias, isso seria um milagre eminentemente favorável à vossa causa.

A.K. - Eu o lamento, senhor, mas não tenho o dom dos milagres.
Pensais que uma ou duas sessões bastarão para vos convencer? Isso seria, com efeito, um verdadeiro prodígio. Foi-me necessário mais de um ano de trabalho para eu mesmo estar convencido, o que vos prova que, se o sou, não o foi por leviandade. Aliás, senhor, eu não dou sessões e parece que vos enganastes sobre o objetivo de nossas reuniões, já que nós não fazemos experiências para satisfazer à curiosidade de quem quer que seja.

Visitante. Não desejais, pois, fazer prosélitos?
A.K. - Por que eu desejaria fazer de vós um prosélito se vós mesmo isso não o desejais? Eu não forço nenhuma convicção. Quando encontro pessoas sinceramente desejosas de se instruírem e que me dão a honra de solicitar-me esclarecimentos, é para mim um prazer, e um dever, responder-lhes no limite dos meus conhecimentos. Quanto aos antagonistas que, como vós, têm convicções firmadas, eu não faço uma tentativa para os desviar, já que encontro bastante pessoas bem dispostas, sem perder meu tempo com as que não o são. A convicção virá, cedo ou tarde, pela força das coisas, e os mais incrédulos serão arrastados pela torrente. Alguns partidários a mais, ou a menos, no momento, não pesam na balança. Por isso, não vereis jamais zangar-me para conduzir às nossas idéias aqueles que têm tão boas razões como vós para delas se distanciarem.

Visitante. - Haveria, entretanto, no meu convencimento mais interesse do que vós o credes. Quereis me permitir explicar-me com franqueza e me prometer não vos ofender com minhas palavras? São minhas idéias sobre o assunto e não sobre a pessoa à qual me dirijo; posso respeitar a pessoa sem partilhar sua opinião.

A.K. - O Espiritismo me ensinou a dar pouco valor às mesquinhas suscetibilidades do amor próprio, e a não me ofender com palavras. Se vossas palavras saírem dos limites da urbanidade e das conveniências, concluirei, com isso, que sois um homem mal educado, eis tudo. Quanto a mim, prefiro deixar aos outros os erros, ao invés de os partilhar. Vedes, só por isso, que o Espiritismo serve para alguma coisa.
Eu vos disse, senhor, não me empenho de nenhum modo em vos fazer partilhar minha opinião; respeito a vossa, se ela é sincera, como desejo que se respeite a minha. Uma vez que tratais o Espiritismo como um sonho quimérico, vindo para mim, dizíeis a vós mesmo: eu vou ver um louco. Confessai-o, francamente, isso não me melindrará. Todos os espíritas são loucos, é coisa convencionada. Pois bem, senhor, uma vez que olhais isso como uma doença mental, sentiria escrúpulo em vô-la comunicar, e eu me espanto que com um tal pensamento vós procureis adquirir uma convicção que vos colocará entre os loucos. Se estais antecipadamente persuadido de não poder ser convencido, vossa tentativa é inútil, porque não tem por objetivo senão a curiosidade.Abreviemos, pois, eu vos rogo, porque eu não teria tempo a perder em conversas sem objetivo.

Visitante. - Podemos nos enganar, iludir-nos, sem por isso ser louco.

A.K. - Falai claramente: dizeis, como tantos outros, que é um capricho que tem seu tempo; mas convireis que um capricho que em alguns anos ganhou milhões de partidários em todos os países, que conta com sábios de todas as ordens, que se propaga de preferência nas classes esclarecidas, é uma singular mania que merece algum exame.

Visitante. - Eu tenho minhas idéias sobre esse assunto, é verdade. Elas, porém, não são tão absolutas que eu não consinta sacrificá-las à evidência. Eu vos disse, pois, senhor, que tendes um certo interesse em me convencer. Eu vos confessarei que devo publicar um livro onde me proponho demonstrar ex-professo (sic) o que eu vejo como um erro, e como esse livro deve ter um grande alcance e atacar vivamente os Espíritos, se eu chegar a ser convencido, não o publicarei.

A.K. - Eu ficaria desolado, senhor, por vos privar do benefício de um livro que deve ter um grande alcance. Eu não tenho, de resto, nenhum interesse em vos impedir de fazê-lo, mas lhe desejo, ao contrário, uma grande popularidade, já que isso nos servirá de prospectos e de anúncios. Quando uma coisa é atacada, isso desperta a atenção; há muitas pessoas que querem ver os prós e os contras, e a crítica a faz conhecida daqueles mesmos que dela não sonhavam. É assim que a publicidade, freqüentemente, sem o querer, aproveita àqueles aos quais se quer prejudicar. A questão dos Espíritos, aliás, é tão palpitante de interesse e ela espicaça a curiosidade a um tal ponto, que basta mencioná-la à atenção para dar o desejo de aprofundá-la. ¹

(1) Depois deste diálogo, escrito em 1859, a experiência veio demonstrar largamente a justeza desta proposição.
Visitante. - Então, segundo vós, a crítica não serve para nada, a opinião pública não conta para nada?

A. K. - Eu não considero a crítica como a expressão da opinião pública, mas como uma opinião individual que pode se enganar. Lede a História e vereis quantas obras-primas foram criticadas quando apareceram, o que não as impediu de permanecerem obras-primas. Quando uma coisa é má, todos os elogios possíveis não a tornarão boa. Se o Espiritismo é um erro, ele cairá por si mesmo; se é uma verdade, todas as diatribes não farão dele uma mentira. Vosso livro será uma apreciação pessoal sob o vosso ponto de vista; a verdadeira opinião pública julgará se é correta. Por isso, quererão ver e se, mais tarde, for reconhecido que vos enganastes, vosso livro será ridículo como aquele que se publicou recentemente contra a teoria da circulação do sangue, da vacina, etc.

Mas esqueci que vós deveis tratar a questão ex-professo, o que quer dizer que a haveis estudado sob todas as faces, que haveis visto tudo o que se poder ver, tudo o que se escreveu sobre a matéria, analisado e comparado as diversas opiniões; que vos encontrastes nas melhores condições para observar por vós mesmo; que vós lhe consagrastes vossas vigílias, durante anos; em uma palavra, que não negligenciastes em nada para atingir a constatação da verdade. Eu devo crer que assim o é, se sois um homem sério, porque só aquele que fez tudo isso, tem o direito de dizer que fala com conhecimento de causa.

Que pensaríeis de um homem que se erigisse em censor de uma obra literária sem conhecer literatura? De um quadro sem ter estudado pintura? É de uma lógica elementar que o crítico deva conhecer, não superficialmente, mas a fundo, aquilo de que fala, sem o que sua opinião não tem valor. Para combater um cálculo, é preciso opor-lhe outro cálculo mas, para isso, é preciso saber calcular. O crítico não deve se limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que ele justifique sua opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os próprios princípios da arte ou da ciência. Como poderá fazê-lo se ignora esses princípios? Poderíeis apreciar as qualidades ou os defeitos de uma máquina se vós não conheceis a mecânica? Não, pois bem! vosso julgamento sobre o Espiritismo, que não conheceis, não teria mais valor do que o que faríeis sobre essa máquina. Seríeis a cada instante preso em flagrante delito de ignorância, porque aqueles que o estudaram, verão, conseqüentemente, que estais fora da questão; de onde se concluirá ou que não sois um homem sério ou que não sois de boa fé; em um e outro caso vos exporeis a receber desmentidos pouco lisonjeiros para vosso amor-próprio.

Visitante. - É precisamente para evitar esse escolho que vim vos pedir permissão para assistir a algumas experiências.

A.K. - E pensais que isso vos bastaria para falar do Espiritismo exprofesso?

Mas como poderíeis compreender essas experiências, e com mais forte razão julgá-las, se não haveis estudado os princípios que lhes servem de base? Como poderíeis apreciar o resultado, satisfatório ou não, de experiências metalúrgicas, por exemplo, se não conheceis a fundo a metalurgia? Permiti-me dizer-vos, senhor, que vosso projeto é absolutamente como se, não sabendo nem matemática, nem astronomia, fosseis dizer a um desses senhores do Observatório: Senhor, eu quero escrever um livro sobre astronomia, e além disso provar que vosso sistema é falso; mas como disso eu não sei nem a primeira palavra, deixai-me olhar uma ou duas vezes através de vossas lunetas. Isso me bastará para conhecê-la tanto quanto vós.

Não é senão por extensão que a palavra criticar é sinônimo de censurar.
Em seu significado próprio, e segundo sua etmologia, ela significa julgar, apreciar. A crítica pode, pois, ser aproveitada ou desaproveitada. Fazer crítica de um livro não é necessariamente condená-lo. Aquele que empreende essa tarefa deve fazê-la sem idéias preconcebidas. Mas, se antes de abrir o livro já o condenou em seu pensamento, seu exame não pode ser imparcial.

Tal é o caso da maioria daqueles que têm falado do Espiritismo. Apenas sobre o nome formaram uma opinião e fizeram como um juiz que pronunciou uma sentença sem se dar ao trabalho de examinar o processo. Disso resultou que seu julgamento ficou sem razão e, ao invés de persuadir, provocou riso. Quanto àqueles que estudaram seriamente a questão, a maioria mudou de opinião e mais de um adversário dela tornou-se partidário, quando viu que se tratava de coisa diversa daquela em que ele acreditava.

Visitante. Falais do exame dos livros em geral. Credes que seja materialmente possível a um jornalista, ler e estudar todos os que lhe passam pelas mãos, sobretudo quando se trata de teorias novas que lhe seria preciso aprofundar e verificar? Igualmente exigirias de um impressor que lesse todas as obras que saem das suas impressoras.

A.K. - A um raciocínio tão judicioso eu não tenho nada a responder, senão que, quando não se tem tempo de fazer conscientemente uma coisa, não se deve envolver-se com ela, e que é melhor não fazer senão uma coisa bem, do que fazer dez mal.
Visitante. - Não creais, senhor, que minha opinião esteja formada levianamente. Eu vi mesas girarem e baterem; pessoas que estavam supostamente escrevendo sob a influência de Espíritos; mas eu estou convencido de que havia charlatanismo.

A.K. - Quanto pagastes para ver isso?

Visitante. - Nada, seguramente.

A.K. - Então eis charlatães de uma espécie singular, e que vão reabilitar a palavra. Até o presente não se viu ainda charlatães desinteressados. Se algum brincalhão maldoso quis se divertir uma vez por acaso, seguese que as outras pessoas sejam cúmplices da fraude? Aliás, com que objetivo se tornariam cúmplices de uma mistificação? Para divertir a sociedade, direis. Eu aceito que uma vez alguém se preste a um gracejo; mas quando um gracejo dura meses e anos, é, eu creio, o mistificador que está mistificado. É provável que, pelo único prazer de fazer crer em uma coisa que se sabe ser falsa, espera-se aborrecidamente horas inteiras sobre uma mesa? O prazer não valeria o trabalho.

Antes de concluir pela fraude é preciso primeiro se perguntar qual interesse se pode ter em enganar; ora, concordareis que há posições que excluem toda suspeita de fraude; pessoas das quais só o caráter é uma garantia de probidade.

Outra coisa seria se se tratasse de uma especulação, porque a atração do lucro é uma péssima conselheira. Mas, admitindo-se mesmo que, neste último caso, um fato de manobra fraudulenta seja positivamente constatado, isso não provaria nada contra a realidade do princípio, já que se pode abusar de tudo. Do fato de que há pessoas que vendem vinhos adulterados, não se segue daí que não haveria vinho puro. O Espiritismo não é mais responsável pelos que abusam desse nome e o exploram, do que a ciência médica não o é pelos charlatães que vendem suas drogas, nem a religião pelos sacerdotes que abusam do seu ministério.

O Espiritismo, pela sua novidade e pela sua própria natureza, devia prestar-se a abuso; mas ele dá os meios de os reconhecer, definindo claramente seu verdadeiro caráter e recusando qualquer solidariedade com aqueles que o exploram ou o desviam de seu objetivo exclusivamente moral para fazer dele um ofício, um instrumento de adivinhação ou de procuras fúteis.

Desde que o próprio Espiritismo traça os limites nos quais ele se contém, precisa o que ele diz e o que não diz, o que ele pode e o que não pode, o que está ou não está em suas atribuições, o que ele aceita e o que repudia, o erro está naqueles que, não se dando ao trabalho de o estudar, julgam-no sobre as aparências; que, porque encontram saltimbancos usando o nome de Espíritas, para atrair os que passam, dirão gravemente: Eis o que é o Espiritismo. Sobre o que, em definitivo, recai o ridículo? Não é sobre o saltimbanco que faz o seu trabalho, nem sobre o Espiritismo cuja doutrina escrita desmente semelhantes assertivas, mas sobre os críticos convictos de falarem daquilo que não sabem, ou de alterarem conscientemente a verdade. Aqueles que atribuem ao Espiritismo o que está contra sua própria essência, o fazem, ou por ignorância ou deliberadamente. No primeiro caso é por leviandade, no segundo é por má fé. Neste último caso, eles se assemelham a certos historiadores que alteram os fatos históricos no
interesse de um partido ou de uma opinião. Um partido se desacredita sempre pelo emprego de semelhantes meios, e falta ao seu objetivo.

Notai bem, senhor, que eu não pretendo que a crítica deva necessariamente aprovar nossas idéias, mesmo depois de as ter estudado; não censuramos de modo algum aqueles que não pensam como nós. O que é evidente para nós, pode não o ser para todo o mundo. Cada um julga as coisas pelo seu ponto de vista, e do fato mais positivo todo o mundo não tira as mesmas conseqüências. Se um pintor, por exemplo, coloca em seu quadro um cavalo branco, qualquer um
poderá dizer que esse cavalo faz um mau efeito e que um preto conviria melhor: mas seu erro será dizer que o cavalo é branco se ele é preto. É o que faz a maioria dos nossos adversários.

Em resumo, senhor, cada um é perfeitamente livre para aprovar ou criticar os princípios do Espiritismo, para deduzir deles tais conseqüências boas ou más, como lhe agrade, mas a consciência impõe um dever a todo crítico sério de não dizer ao contrário do que é; ora, por isso, a primeira condição é de não falar daquilo que não se sabe.

Visitante. - Retornemos, eu vos peço, às mesas moventes e falantes. Não poderia ocorrer que elas estivessem preparadas?
A.K. - É sempre a questão da boa fé à qual já respondi. Quando a fraude estiver provada eu vô-la entrego; se vós assinalardes fatos confirmados de fraude, de charlatanismo, de exploração, ou de abuso de confiança, eu os entrego à vossa fustigação, vos declarando de antemão que não lhes tomarei a defesa, porque, o Espiritismo sério é o primeiro a repudiá-los, e mencionar os abusos é ajudar a preveni-los e prestarlhe serviço. Mas generalizar essas acusações, derramar sobre uma
massa de pessoas honradas a reprovação que merecem alguns indivíduos isolados, é um abuso de um outro gênero: o da calúnia.

Admitindo, como vós o dizeis, que as mesas estivessem preparadas, seria preciso um mecanismo bem engenhoso para fazer executar movimentos e ruídos tão variados. Como não se conhece, ainda, o nome do hábil fabricante que as confecciona? No entanto, ele deveria ter uma enorme celebridade, uma vez que seus aparelhos estão espalhados nas cinco partes do mundo. É preciso convir, também, que seu procedimento é bem sutil, uma vez que se pode adaptar à primeira mesa encontrada, sem nenhum sinal exterior. Por que desde Tertuliano que, ele também, falou das mesas girantes e falantes, até o presente ninguém pôde ver o mecanismo, nem descrevê-lo?

Visitante. - Eis o que vos engana. Um célebre cirurgião reconheceu que certas pessoas podem, pela contração de um músculo da perna, produzir um ruído parecido com o que vós atribuís à mesa, de onde ele concluiu que vossos médiuns se divertem às custas da credulidade.

A.K. - Então, se é um estalido do músculo, não é a mesa que está preparada. Uma vez que cada um explica essa pretendida fraude à sua maneira, isso é prova, a mais evidente, de que nem uns nem outros conhecem a verdadeira causa.

Eu respeito a ciência desse sábio cirurgião, somente que surgem algumas dificuldades na aplicação dos fatos que ele assinala às mesas falantes. A primeira, que é singular que essa faculdade, até o presente excepcional, e olhada como um caso patológico, tenha de repente se tornado tão comum. A segunda, que é preciso ter uma bem robusta vontade de mistificar para fazer estalar seu músculo durante duas ou três horas seguidas, quando isso não produz nada além da fadiga e da dor. A terceira é que não entendo como esse músculo se corresponde com as portas e paredes nas quais as pancadas se fazem ouvir. A quarta, enfim, que é preciso a esse músculo estalante uma propriedade bem maravilhosa, para fazer mover uma pesada mesa, levantá-la, abri-la, fechá-la, mantê-la suspensa sem ponto de apoio e, finalmente, quebrá-la na queda. Não se desconfiava que esse músculo tivesse tanta virtude.
(Revista Espírita, junho de 1859, página 141: O músculo estalador).

O célebre cirurgião do qual falastes, estudou o fenômeno da tiptologia naqueles que o produzem? Não; ele constatou um efeito fisiológico anormal entre alguns indivíduos que jamais se ocuparam com as mesas batedoras, tendo uma certa analogia com aquele que se produz nas mesas, e, sem um exame mais amplo, concluiu, com toda a autoridade da sua ciência, que todos aqueles que fazem as mesas falarem devem ter a propriedade de fazer estalar seu músculo curto peroneiro, e que não são senão enganadores, sejam eles príncipes ou operários, façam-se pagar ou não. Ao menos estudou o fenômeno da tiptologia em todas as suas fases?

Verificou se, com a ajuda desse estalido muscular, poder-se-ia produzir todos os efeitos tiptológicos? Nada mais, sem isso estaria convencido da insuficiência do seu processo; o que não impediu de proclamar sua descoberta em pleno Instituto. Não há aqui, para um sábio, um julgamento bem sério? O que restou dele hoje? Eu vos confesso que, se tivesse que sofrer uma intervenção cirúrgica, hesitaria muito em me confiar a esse profissional, porque temeria que ele não julgasse meu mal com mais perspicácia.

Uma vez que esse julgamento é de umas das autoridades sobre as quais pareceis dever vos apoiar para abrir uma brecha no Espiritismo, isso me tranqüiliza completamente sobre a força dos outros argumentos que apresentareis, se vós não os tomardes de fontes mais autênticas.
Visitante. - Todavia, vedes que a moda das mesas girantes já passou; durante um tempo foi um furor, hoje, dela não se ocupam mais. Por que isso, se é uma coisa séria?

A.K. - Porque das mesas girantes saiu uma coisa mais séria ainda; delas saiu toda uma ciência, toda uma doutrina filosófica, muito mais interessante para os homens que refletem. Quando estes não tinham mais nada para aprender vendo rodar uma mesa, dela não se ocuparam mais. Para as pessoas fúteis que não se aprofundam em nada, era um passatempo, um brinquedo e o tiveram bastante; essas pessoas não são consideradas em ciência. O período de curiosidade teve seu tempo: o da observação lhe sucedeu. O Espiritismo, então, entrou para o domínio das pessoas sérias, que não se divertem com ele, mas que se instruem. Também as pessoas que fazem dele uma coisa séria não se prestam para nenhuma experiência de curiosidade, e menos ainda para aqueles que nela viriam com pensamentos hostis. Como elas próprias não se divertem, não procuram divertir os outros; e eu sou desse número.

Visitante. - Não há, todavia, senão a experiência para convencer, mesmo não tendo, no início, senão um objetivo de curiosidade. Se vós não operais senão em presença de pessoas convencidas, permiti-me dizer-vos que pregais aos convertidos.

A.K. - Uma coisa é estar convencido, outra é estar disposto a e se convencer. É a estes últimos que eu me dirijo, e não àqueles que crêem humilhar sua razão vindo escutar aquilo que chamam de fantasia. Com estes eu me preocupo o menos possível. Quanto àqueles que dizem ter o desejo sincero de se esclarecer, a melhor maneira de o provar é mostrando perseverança. Se os conhece por outros sinais além do desejo de ver uma ou duas experiências: estes querem trabalhar seriamente.

A convicção não se forma senão com o tempo, por uma contínua observação feita com um cuidado particular. Os fenômenos espíritas diferem essencialmente daqueles que se apresentam nas ciências exatas: eles não se produzem à vontade. É preciso compreendê-los quando ocorrem. É vendo-os muito e por longo tempo, que se descobre uma multidão de provas que escapam ao primeiro olhar, sobretudo, quando não se está familiarizado com as condições nas quais eles podem se produzir, e ainda mais quando se leva um espírito de prevenção. Para o observador assíduo e refletido, as provas são bastante: para ele uma palavra, um fato aparentemente insignificante, pode ser um sinal de luz, uma confirmação. Para o observador superficial e de passagem, para o simples curioso, elas nada são. Eis porque eu não me presto para experiências sem resultado provável.

Visitante. - Mas, enfim, é preciso um começo para tudo. O iniciante, que é uma tábula rasa, que não viu nada, mas que quer se esclarecer, como pode fazê-lo se vós, para isso, não lhe dais os meios?

A.K. - Eu faço uma grande diferença entre o incrédulo por ignorância e o incrédulo sistemático. Quando vejo em alguém disposições favoráveis, nada me custa esclarecê-lo. Mas há pessoas em que o desejo de se instruir não é senão uma aparência: com estes perde-se tempo, porque se eles não encontram imediatamente o que têm o ar de procurar, e que talvez os descontentariam encontrar, o pouco que vêem é insuficiente para destruir suas prevenções. É inútil lhes fornecer oportunidade porque elas a julgam mal e a fazem objeto de zombaria.

Àquele que deseja se instruir, direi: "Não se pode fazer um curso de Espiritismo experimental como se faz um curso de física ou de química, já que não se é jamais senhor para produzir os fenômenos à vontade, e que as inteligências que lhes são agentes, frustram freqüentemente todas as nossas previsões. O que vós poderíeis ver acidentalmente, não apresentando nenhuma continuidade, nenhuma ligação necessária, seria pouco inteligível para vós. Instruí-vos, primeiro, pela teoria; lede e meditai os livros que tratam dessa ciência; ali aprendereis seus princípios, encontrareis a descrição de todos os fenômenos, compreendereis sua possibilidade pela explicação que é dada, e pela narração de uma multidão de fatos espontâneos, dos quais podeis ter sido testemunhas sem o saber e que vos tornarão à memória. Vós vos edificareis sobre todas as dificuldades que podem se apresentar e formareis, assim, uma primeira convicção moral. Então, quando se apresentarem as circunstâncias de ver e de operar por vós mesmos, compreendereis, qualquer que seja a ordem pela qual os fatos se apresentem, porque nada vos será estranho."

Eis, senhor, o que aconselho a quem diz querer se instruir, e, pela sua resposta, é fácil de se ver se tem outra coisa além da curiosidade.
Livro: O Que é o Espiritismo.
FEB, 30ª edição.
Francisco Rebouças

Brasil coração do mundo...

https://youtu.be/_a9tpJnGcbw

Homenagem a Chico Xavier

Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo

Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas

https://youtu.be/Uk7OUvyGCZU



Divaldo Franco

https://youtu.be/OVbstbRFs9M

Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...

Reencarnação é uma realidade

Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter

Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter

Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter

Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter

Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter

Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter

Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter

Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter

Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter

Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter

Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter

Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter

Glória a Kardec

Rádios Brasil

Simplesmente Espetacular!!!

Professora Amanda Gurgel

De Kardec aos dias de hoje

Muitas Vidas

Divaldo Franco

Entrevista com Divaldo Franco

Sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis, e muito mais, confira. 1ª Parte 2ª Parte

Chico Xavier

Chico Xavier (2010) trailer oficial

Página de Mensagens

Nesta página estarei lançando variadas páginas de conteúdo edificante para nosso aprendizado.

Francisco Rebouças.

1-ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

NO CAMPO FÍSICO

"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]

Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progres­so para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.

[1]
- Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.

NISTO CONHECEREMOS

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

DOUTRINAÇÕES

"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)

Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

Livro: Caminho Verdade e Vida.

Chico Xavier/Emmanuel.

FILHOS DA LUZ

FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.

(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.

Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.

Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.

Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.

Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.

Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.

Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.

Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.

Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.

Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

Vinha de Luz

Chico Xavier/André Luiz


QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel