“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Trabalhemos todos, pela Unificação do movimento espírita!!

O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendam.”
Allan Kardec (Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI).

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

Falar e Fazer

Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Solidariedade

Enquanto disponhas de tempo e recurso, cultiva a solidariedade.

És um ser social e necessitas da convivência com teu próximo, a fim de colimares as metas para as quais renasceste.

A solidariedade é um dos instrumentos mais valiosos para o êxito do tentame.

Torna-te útil, sê gentil, esparze a bondade, e, em compensação jamais te encontrarás a sós.

Livro: Vida Feliz
Divaldo Pereira Franco
Pelo espírito: Joanna de Angelis.

Franciso Rebouças

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Para se obter auxílio

É através do estudo sério da doutrina espírita, que ficamos conhecendo a verdadeira razão para entender, por que motivo, ninguém deve se habilitar a receber auxílio sem a mesma presteza em prestá-lo a quem dele se faça necessitado. Encontramos nas importantes e variadas obras da codificação, e ainda em inúmeras outras de elevado cunho moral doutrinário à nossa inteira disposição, informações preciosas de como tudo acontece á nossa volta, isto é, como tudo se fundamenta nas palavras do Mestre de Nazaré quando nos afirmou “a cada um segundo as suas obras”.

Ficamos sabendo por exemplo, que precisamos proceder nossa imediata e constante renovação moral, nas esferas física, mental e espiritual, alicerçada nos padrões do bem, através do auxílio ao nosso próximo pela desinteressada prática da caridade em favor do necessitado seja ele quem for, compreendendo que com esse comportamento estaremos nos beneficiando também, pela conquista da simpatia dos abnegados trabalhadores da paz a serviço de Jesus, que por sua vez nos estenderão mãos amigas, nas horas em que formos os verdadeiros necessitados, e, sem essa ajuda, nossos caminhos evolutivos nos surgiriam muito mais complicados e difíceis de ser transitados.

Precisamos entender em definitivo que todo o mal por nós praticado, conscientemente provoca inevitavelmente de algum modo lesão em nossa consciência, e se fará fazer sentir em forma de distúrbio em nosso organismo fisiológico mais cedo ou mais tarde. Em qualquer parte do universo em que nos situarmos, estaremos submetidos à mesma Lei de amor e justiça, e como espíritos em processo evolutivo em busca da perfeição relativa a que estamos destinados, precisamos nos associar aos promotores do bem e da paz no universo infinito, unindo nossos parcos recursos aos inúmeros colocados ao nosso inteiro dispor pela Soberana sabedoria do Universo.

O estudo dos postulados espíritas, muito nos ajudarão a clarear a razão, e nos assistirão no esforço individual esclarecendo-nos de que forma melhor poderemos contribuir para o perfeito equilíbrio dos princípios superiores elaborados por Deus para o modo de viver de cada individualidade, fazendo-nos entender que a justiça sendo instituição divina, começa exatamente em nós mesmos, e que, a evolução para a perfeição é uma viagem longa e difícil, onde o bem nos faculta passagens menos complicadas, e o mal nos interdita certos trechos da mesma estrada, o que nos obriga a paradas obrigatórias ou a contornos longos e acidentados.

Dessa forma, como espíritas que nos dizemos ser, busquemos nos ensinos dos Espíritos Superiores, contidos na codificação de nossa doutrina os necessários recursos para que melhor possamos nos apresentar ao Divino Amigo de todos nós, Jesus de Nazaré, para por nossa vez contribuir de forma positiva na tarefa que ELE confiou a cada um de nós, na construção de uma sociedade mais humana, decente e cristã, conforme segue:

Os bons espíritas

“Bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, o Espiritismo leva aos resultados acima expostos, que caracterizam o verdadeiro espírita, como o cristão verdadeiro, pois que um o mesmo é que outro. O Espiritismo não institui nenhuma nova moral; apenas facilita aos homens a inteligência e a prática da do Cristo, facultando fé inabalável e esclarecida aos que duvidam ou vacilam.

Muitos, entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as conseqüências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si mesmos. A que atribuir isso? A alguma falta de clareza da Doutrina? Não, pois que ela não contém alegorias nem figuras que possam dar lugar a falsas interpretações. A clareza e da sua essência mesma e é donde lhe vem toda a força, porque a faz ir direito à inteligência. Nada tem de misteriosa e seus iniciados não se acham de posse de qualquer segredo, oculto ao vulgo.

Será então necessária, para compreendê-la, uma inteligência fora do comum? Não, tanto que há homens de notória capacidade que não a compreendem, ao passo que inteligências vulgares, moços mesmo, apenas saídos da adolescência, lhes apreendem, com admirável precisão, os mais delicados matizes. Provém isso de que a parte por assim dizer material da ciência somente requer olhos que observem, enquanto a parte essencial exige um certo grau de sensibilidade, a que se pode chamar maturidade do senso moral, maturidade que independe da idade e do grau de instrução, porque é peculiar ao desenvolvimento, em sentido especial, do Espírito encamado.

Nalguns, ainda muito tenazes são os laços da matéria para permitirem que o Espírito se desprenda das coisas da Terra; a névoa que os envolve tira-lhes a visão do infinito, donde resulta não romperem facilmente com os seus pendores nem com seus hábitos, não percebendo haja qualquer coisa melhor do que aquilo de que são dotados. Têm a crença nos Espíritos como um simples fato, mas que nada ou bem pouco lhes modifica as tendências instintivas. Numa palavra: não divisam mais do que um raio de luz, insuficiente a guiá-los e a lhes facultar uma vigorosa aspiração, capaz de lhes sobrepujar as inclinações. Atêm-se mais aos fenômenos do que a moral, que se lhes afigura cediça e monótona. Pedem aos Espíritos que incessantemente os iniciem em novos mistérios, sem procurar saber se já se tornaram dignos de penetrar Os arcanos do Criador. Esses são os espíritas imperfeitos, alguns dos quais ficam a meio caminho ou se afastam de seus irmãos em crença, porque recuam ante a obrigação de se reformarem, ou então guardam as suas simpatias para os que lhes compartilham das fraquezas ou das prevenções. Contudo, a aceitação do princípio da doutrina é um primeiro passo que lhes tornará mais fácil o segundo, noutra existência.

Aquele que pode ser, com razão, qualificado de espírita verdadeiro e sincero, se acha em grau superior de adiantamento moral. O Espírito, que nele domina de modo mais completo a matéria, dá-lhe uma percepção mais clara do futuro; os princípios da Doutrina lhe fazem vibrar fibras que nos outros se conservam inertes. Em suma: é tocado no coração, pelo que inabalável se lhe torna a fé. Um é qual músico que alguns acordes bastam para comover, ao passo que outro apenas ouve sons. Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Enquanto um se contenta com o seu horizonte limitado, outro, que apreende alguma coisa de melhor, se esforça por desligar-se dele e sempre o consegue, se tem firme a vontade” ¹

1) E.S.E. Cap. XVII, Sede Perfeitos, item 4.


Muita Paz,

Francisco Rebouças.

Parábola dos Talentos

O Senhor age como um homem que, tendo de fazer longa viagem fora do seu país, chamou seus servidores e lhes entregou seus bens. — Depois de dar cinco talentos a um, dois a outro e um a outro, a cada um segundo a sua capacidade, partiu imediatamente. — Então, o que recebeu cinco talentos foi-se, negociou com aquele dinheiro e ganhou cinco outros. — O que recebera dois ganhou, do mesmo modo, outros tantos. Mas o que recebera um cavou um buraco na terra e aí escondeu o dinheiro de seu amo.
— Passado longo tempo, o amo daqueles servidores voltou e os chamou a contas.
— Veio o que recebera cinco talentos e lhe apresentou outros cinco, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; aqui estão, além desses, mais cinco que ganhei. — Respondeu-lhe o amo: Servidor bom e fiel; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor.
— O que recebera dois talentos apresentou-se a seu turno e lhe disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; aqui estão, além desses, dois outros que ganhei. — O amo lhe respondeu: Bom e fiel servidor; pois que foste fiel em pouca coisa, confiar-te-ei muitas outras; compartilha da alegria do teu senhor.
— Veio em seguida o que recebeu apenas um talento e disse: Senhor, sei que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e colhes de onde nada puseste; — por isso, como te temia, escondi o teu talento na terra; aqui o tens: restituo o que te pertence. — O homem, porém, lhe respondeu: Servidor mau e preguiçoso; se sabias que ceifo onde não semeei e que colho onde nada pus, — devias pôr o meu dinheiro nas mãos dos banqueiros, a fim de que, regressando, eu retirasse com juros o que me pertence.
— Tirem-lhe, pois, o talento que está com ele e dêem-no ao que tem dez talentos; — porquanto, dar-se-á a todos os que já têm e esses ficarão cumulados de bens; quanto àquele que nada tem, tirar-se-lhe-á mesmo o que pareça ter; e seja esse servidor inútil lançado nas trevas exteriores, onde haverá prantos e ranger de dentes. (S.Mateus, Cap. XXV, vv. 14 a 30)

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XVI, item 6.
Francisco Rebouças.

sábado, 18 de outubro de 2008

O doce mas, equivocado aceitar!

É muito fácil de encontrar na seara espírita, inúmeros companheiros que discordam das formas como alguns outros confrades demonstram sua contrariedade em relação às diversificadas maneiras como são executados os trabalhos mediúnicos em grande parte do movimento espírita no Brasil, por criaturas que se dizem seguidores da doutrina dos Espíritos. Não concordam com o veemente tom de reprovação, que segundo eles, são justificados por quem assim procede com a desculpa que agem em defesa da fidelidade doutrinária.
Afirmam, que na doutrina espírita, e nas mensagens de Jesus, existem diversas páginas que sugerem outros caminhos para se encontrar a melhor maneira de desfazer as divergências existentes nos procedimentos das atividades mediúnicas, com as quais se poderiam corrigir os equívocos, dizendo: “as sombras só se dissipam com a luz”, e, estabelecer polêmicas inúteis, não leva esclarecimento a ninguém, demonstra simplesmente excesso de personalismo.
Até aqui, citamos algumas de suas afirmativas, seus pensamentos, mas que em verdade não encontram abrigo em nosso modesto ponto de vista. Primeiro porque, esses “compreensivos bonzinhos”, se esquecem de citar também as inúmeras páginas e ensinamentos que se encontram na Doutrina que contrariam esse procedimento de tudo aceitar sem argumentar com fundamentos doutrinários alicerçados na Codificação e nas obras auxiliares que nos aclaram bem para a responsabilidade de não compactuar com erros a título de “ser bonzinhos”, compreensivos, superiores etc., em entendimento e moralidade, pois sabemos não ser.
Os defensores da fidelidade doutrinária, devem sim, com argumentos convincentes e, de forma educada publicarem em todos os órgãos da mídia possíveis, “não suas fantasias doutrinárias”, mas a mensagem fidedigna como os espíritos Superiores no-la passaram, pois, quem assim procede, não me parece estar fazendo uso de personalismo e sim, atendendo ao apelo dos Nobres Emissários Celestes que nos afirmam: "Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea". Livro dos Médiuns, Cap. XX - Item 230.
Só entendemos que alguém pode ser esclarecido, nessa matéria, se conhecer verdadeiramente os postulados da doutrina espírita, e, enquanto nós não nos decidirmos por deixar de ser bonzinhos, para não causar polêmicas inúteis, segundo eles, a doutrina espírita estará cada dia mais distante de sua pureza doutrinária, como se constata diariamente, pois, já se encontra em muitos casos, bastante distorcida principalmente na área da mediunidade.
Pensamos que já basta o que fizeram com o Cristianismo, que teve que ser trazido novamente ao nosso conhecimento por Jesus e seus prepostos, pois, foi totalmente desfigurado, o que é preciso não se permita acontecer com o Consolador Prometido.
Jesus, a título de bondade, jamais deixou de desfazer equívocos por onde passou, classificou de hipócrita todo aquele que usava de verniz no verbo, mas, estava impregnado de interesses escusos ou covardia nos refolhos da alma. O esclarecimento deve ser ministrado sim, de forma efetiva e imediata, pois bem sabemos que são chegados os tempos, e também porque temos para orientação os ensinos dos Espíritos Superiores que indagados sobre o assunto, assim responderam ao codificador nas questões que seguem, do Livro dos Espíritos e no Evangelho segundo o espiritismo.
798. O Espiritismo se tornará crença comum, ou ficará sendo partilhado, como crença, apenas por algumas pessoas?
“Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na Natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse, do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor-próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos (...)”
932. Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
“Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.” ¹
(...) Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
"Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! Nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.) Cap. VI, item 5. ²
Temos consciência de que erros, todos nós cometemos, que não somos perfeitos para julgar quem quer que seja, mas, os equívocos doutrinários detectados, estes sim, precisam se constituir objeto de esclarecimentos, e, de preferência, de forma a servir a todos que possam ter a mesma compreensão distorcida da legítima mensagem espírita, nas exposições de caráter público, sem citar nome de ninguém é claro, mas sim, o erro verificado, pois, entendemos que a verdade representada pela mensagem pura da doutrina espírita, muito nos ajuda sim, para um perfeito entendimento de como realizar os trabalhos da mediunidade com Jesus.
Não haverá máscara de intenções, senão naquele que o fizer movido por outros sentimentos dos quais fizemos referência anteriormente, o que não é o nosso caso, graças a Deus, pois, não somos movidos senão pelo desejo sincero de ver o Espiritismo interpretado da forma mais fiel ao contido na codificação espírita, e não será esta ou aquela opinião contrária que nos fará desistir desse nosso objetivo. Preferimos errar pela ação do que errar pela omissão, simplesmente para parecermos bonzinhos o que nunca nos consideramos, nem desejamos ser.

Bibliografia:

1) Kardec Allan, O Livro dos Espíritos, FEB 76ª edição.

2) Kardec Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, FEB – 112ª edição - Cap. VI, item 4.

Grifos, nossos.

Francisco Rebouças

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Sábia indagação do Apóstolo!

Disse-lhes: - Recebestes vós o Espírito Santo quando crestes?. - (ATOS: 19:2).

Ainda hoje essa pergunta continua a ecoar em todas as direções, e em todas as correntes do cristianismo na face da Terra.O homem, habituado às conveniências dos costumes a que se adaptou e conserva em seu mundo íntimo há milênios, crê e descrê com a maior facilidade, isto é, acredita agora para duvidar daqui há pouco.
Isso por que, tenta vivenciar na aparência os ensinamentos do Evangelho de Jesus, simplesmente para se tornar agradável em suas relações em sociedade, mas, como não possui alicerçado em seu interior esse conteúdo, e não tendo desenvolvido em si os valores encontrados unicamente na verdadeira fé, não consegue lograr êxito, e vive a se contradizer em palavras e atos.
Quase sempre, sua crença está na dependência de alcançar o alívio para a sua dificuldade, no campo da saúde física ou na obtenção de vantagens materiais, assim é, que quando enfermo após receber o socorro da caridade na resolução do problema que o aflige no momento, se declara doravante, seguidor da Boa Nova, guiando-se simplesmente pelas impressões do alívio físico que sente.
Mas, logo depois, todavia, na presença de novas dificuldades e desafios que surgirem em seu caminho, ressurgirá tão insatisfeito e tão desesperado quanto outrora, esquecido dos benefícios que alcançou antes e da fé que se dizia possuidor. Nas trilhas dos seguidores do Espiritismo não são diferentes tais situações, ao contrário, são também muito freqüentes.
Grande é o número dos companheiros que se afirmam pessoas de fé, por haverem recebido alguma mensagem dando notícias da sobrevivência de algum parente desencarnado, ou ainda por terem se livrado de alguma enfermidade ou porque obtiveram solução satisfatória para certos problemas da luta material; contudo, passado esse momento, amanhã diante dos novos problemas que por certo surgirão na vida de todos nós, estarão novamente duvidando dos amigos espirituais, dos médiuns respeitáveis e até mesmo da doutrina espírita.
Por essa razão, a interrogação do Apóstolo Paulo de Tarso, continua perfeitamente atualizada, ainda precisamos meditar bastante para saber respondê-la com certeza, que espécie de cristão estamos sendo e como estamos crendo na orientação de Jesus?
Estamos fazendo bom uso de tudo o que já sabemos de seus ensinos, em proveito de nossa melhoria e do nosso próximo, como criaturas humanas e irmãs que somos, criadas para a glória e a perfeição? Ou ainda nos mantemos aprisionados e escravizados pela ignorância do homem velho que sempre nos dominou?
Enquanto não nos decidirmos por abrigar no espírito as bênçãos das virtudes que dormitam em nosso Ser profundo, à espera de nossa atitude e boa vontade, no trabalho para desenvolvê-las, na construção da reforma íntima que precisamos urgentemente empreender, para progredir e crescer, moral e espiritualmente, nos renovando em Cristo, a nossa fé não passará de frágil candeia, suscetível de apagar-se ao primeiro golpe de vento.
E só há uma maneira correta de proceder em busca dessa transformação, que só se dará pelo desenvolvimento da fé raciocinada, através do estudo sério e aprofundado da doutrina espírita, como nos convoca o Espírito de Verdade no E.S.E. Cap. 6 item 5, “Espíritas! amai-vos, este o este o primeiro ensinamento, instruí-vos este o segundo”. O Espírito de Verdade (Paris, 1860). ¹
Bibliografia:
1) Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, item 5.
Francisco Rebouças

domingo, 12 de outubro de 2008

A Fundação da UMEN

O feliz advento de fundação desse nosso Oásis espiritual!

A UMEN - União da Mocidade Espírita de Niterói -, foi fundada em 19 de fevereiro de 1948, por um grupo de jovens que buscava criar um novo espaço espírita na cidade. Este grupo havia sido convidado para ir a Friburgo participar de um Encontro de Mocidades Espíritas. No caminho, dentro de um ônibus, alguns jovens comentam que estavam indo para um Encontro, mas eles não representavam nenhuma Casa espírita. Neste Momento, um dos jovens, Olympio da Silva Campos, fala que deveriam criar um grupo espírita e sugere o nome “União da Mocidade Espírita de Niterói”, sendo prontamente apoiado por todos, ficando este momento como o marco inicial da fundação desta casa tão querida.Ao retornarem a Niterói, procuraram o Dr. Carlos Imbassahy, eminente espírita e advogado, pai de um dos jovens que estava no grupo inicial, Carlos de Brito Imbassahy, que apoiou o ideal do grupo e ajudou nos trâmites legais.


Como não havia uma sede, estes jovens procuraram a FEERJ, Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, que ofereceu um espaço em sua sede para o início das atividades. Legalizada em assembléia com data 19 de fevereiro de 1948, que contou com a presença de Olympio da Silva Campos, Orlando França Sobreira de Sampaio, Jorge Nunes Bernardo, Carlos de Brito Imbassahy, Marise Rosa de Lima, Carlos Alberto Botelho, Norberto Herdy Boechat, Stela Souto Câmara, Sebastião Augusto Carneiro, Alexandre Araújo, Góis Neto, Olavo Alves da Silva, Maria Imbassahy, Carlos Imbassahy e Hélcio Costa Coelho. Nessa primeira assembléia, definiu-se como missão da UMEN ser uma instituição de estudos e propaganda do Espiritismo.


No dia 29 de fevereiro, foi discutida a participação da UMEN no Primeiro Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil, ocasião em que também foram escolhidos como Patrono da casa Thomaz de Aquino (ex-Presidente da Federação Espírita do Estado do RJ) e como primeiro Mentor Sebastião Augusto Carneiro, incansável pioneiro do Espiritismo no país.

Entre as primeiras atividades da UMEN lembramos as palestras em prol da Fraternidade proferidas nas reuniões domingueiras, visitas a instituições espíritas e espiritualistas, a representantes das igrejas Católica e Presibiteriana e a lares de freqüentadores de nossa instituição. Participamos, ainda, da organização da Primeira Semana de Confraternização das Sociedades Espíritas de Niterói, evento depois estendido a instituições da vizinha São Gonçalo. No final de março de 1948, constituiu-se uma comissão para estudo e elaboração dos Estatutos da UMEN.

Fundadores
Abílio Valentino de Miranda
Alberto de Souza Rocha
Alexandre de Araujo Góis
Arnaldo Fortes
Balbina Ferreira
Carlos Alberto Botelho
Carlos de Brito Imbassahy
Carlos Imbassahy
Diva Rosa Gomes
Erondina Silva
Hélcio Costa Coelho
João Herdy Boechat
Jorge Nunes
Jorge Nunes Bernardo
Maria de Brito Imbassahy
Maria Stela Fernandes
Marilda Peçanha Rocha
Maryse Rosa de Lima
Nilton Lopes
Norberto Herdy Boechat
Olavo Alves da Silva
Olympio da Silva Campos
Orlando França Sobreira de Sampaio
Ricardo Augusto de Azeredo Viana
Sebastião Augusto Carneiro
Stela Souto Câmara

26 jovens
Alguns destes jovens acima não estavam no lançamento inicial da UMEN, mas foram considerados sócios fundadores por terem se juntado ao grupo ainda no início, segundo informações da Sra. Balbina Ferreira, 1ª Secretária da UMEN.

Sede Provisória
Em seus primeiros anos, a UMEN utilizou as instalações da Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1964. O sonho de uma sede própria nasceu com a fundação da própria instituição, sendo estabelecido, já em seus primeiros balancetes, um fundo de reserva para aquisição de um terreno e construção de um edifício. Em julho de 56 foi designada uma Comissão Pró-Construção da Sede Própria. Embora os fundos levantados até então ainda fossem insuficientes, a procura por um terreno para abrigar a futura sede continuou, sendo o escolhido o que abriga a UMEN até hoje, na rua Princesa Isabel. A escritura de compra foi lavrada em 25 de agosto de 1959, e logo em seguida promovemos campanhas intensivas para levantamento de fundos e materiais. Finalmente, em 16 de julho de 1960 era colocada a pedra fundamental, e em 18 de abril de 1964 a sede foi oficialmente inaugurada, ocasião em que foi promovida a Festa do Livro Espírita.

A Sede própria
Em seus primeiros anos, a UMEN utilizou as instalações da Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1964. O sonho de uma sede própria nasceu com a fundação da própria instituição, sendo estabelecido, já em seus primeiros balancetes, um fundo de reserva para aquisição de um terreno e construção da sede.
1959 – Compra do terreno. Escritura passada em 25 de agosto.
1960 – Início da obra em 01 de julho. No dia 16/07, sábado, já com alguns pilares concretados, foi realizada uma cerimônia no terreno para o lançamento da Pedra Fundamental. Com cerca de 200 pessoas presentes, houve a colocação da Pedra fundamental pela Sra. Adelina Boechat e discursos de alguns umenistas.
1964 – Inauguração da sede no dia 18 de abril.

Verbas para a obra
Almoços, lanches fraternos e rifas foram realizados em prol da construção da sede própria. A UMEN contou ainda com doação de jóias, dinheiro e de dois terrenos em Maricá, cuja venda foi revertida em verbas para a obra. Realizou-se, ainda, a Campanha das 10 Prestações - em que Umenistas buscaram pessoas que contribuíssem com 10 prestações de CR$ 500.00, salientando que qualquer um poderia participar com quantias menores - e com a Campanha do Tijolo – para a qual foi feito um selo com o valor de CR$ 10,00, vendido para ajudar a construção.

Muitos companheiros ajudaram fisicamente na obra, carregando tijolos e pedras para dentro do terreno, também fazendo a terraplanagem.

Chico Xavier na UMEN
Em 1973, por indicação da UMEN à Câmara dos Deputados, Chico Xavier foi agraciado com o título de “Cidadão Fluminense”. Chico esteve em Niterói, aproveitando a ocasião para visitar a UMEN.





















Fonte: http://www.umen.org.br/

Francisco Rebouças.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

VANSAN NA UMEN

Nesta quinta-feira, dia 09/10/2008, a UMEN – União da Mocidade Espírita de Niterói, viveu uma noite bem diferente. Tivemos a alegria de receber para a palestra da noite um convidado muito especial, Vansan que chegou acompanhado de sua esposa.

Natural de Mogi das Cruzes – SP (Brasil), onde reside. É músico profissional com 17 cds gravados e um dvd. Vansan, apresenta-se como músico nos grandes clubes de São Paulo e outras capitais, feiras e exposições. Dirige e apresenta o programa de televisão “Vansan, Voz & Violão “ pela tv a cabo em Mogi das Cruzes – SP.

É formado em Comunicação Social e Artes e pós-graduado pela Universidade de Mogi das Cruzes. Vansan é espírita e trabalha como médium no Centro Espírita Caminho da Luz, em Mogi das Cruzes - SP. Faz parte da Equipe da Pomada Vovô Pedro do Guarujá - SP.

Realiza palestras utilizando a música, pelo Brasil e até no exterior. Na sua palestra intitulada "Terapia Musical do amor”, utiliza como material doutrinário os ensinamentos da Doutrina Espírita, extraídos do Evangelho Segundo o Espiritismo, das obras de André Luiz e Emmanuel e da sua própria vivência na doutrina, que são ilustrados com músicas ricas em conteúdo e melodia, que levam os presentes a uma profunda reflexão sobre a importância da vida e das pessoas.

Consegue com seu empenho e entusiasmo fazer com que seus assistentes elevem o padrão vibratório através da música, deixando aflorar os sentimentos de paz e harmonia possibilitando um verdadeiro tratamento espiritual que representa para ele o maior objetivo a ser alcançado por seu trabalho realizado com muito amor e carinho conforme suas próprias palavras.

Todos os que lá estiveram se declaram muito emocionados e felizes com o que viram, e nós que tivemos a felicidade de conduzi-lo à nossa casa, queremos agradecer ao casal muito simpático e dizer do fundo do nosso coração “muito obrigado Vansan”, esperamos ter as alegrias desse dia renovadas no ano que vem em mais uma oportunidade de revê-los para mais um banquete de luz espiritual como o desta inesquecível noite de festa e aprendizado.

Grande abraço,
Francisco Rebouças.

ESTREVISTAS

ENTREVISTA ORIGINAL CONCEDIDA POR BEZERRA DE MENEZES A REVISTA “REFORMADOR”, ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DA FEB, EM 15 DE OUTUBRO DE 1892.
Acompanhe então esse diálogo com Bezerra de Menezes, que nos faz conhecer um pouco mais do homem por trás de sua grande obra.

QUE ORIENTAÇÃO RELIGIOSA O SENHOR HERDOU DÓ BERÇO FAMILIAR?
Nasci e criei-me, até os 18 anos, no seio de uma família tradicionalmente católica, que levava a sua crença até a aceitação de um absurdo, por mais repugnante' que fosse, imposto à fé passiva dos crentes, pela Igreja romana.

QUAIS ENSINAMENTOS RECEBIDOS DA RELIGIÃO CATÓLICA O SENHOR GUARDA?
Aprendi aquela doutrina e acostumei-me às suas práticas, mas empiricamente, sem procurar a razão da minha crença. Dois pontos, entretanto, me apareciam luminosos no meio daquela névoa, eram: a existência da alma, responsável por Suas obras; e a de Deus, criador da alma e de tudo o que existe. Ao demais, eu consi­derava sagrado tudo o que meus pais me ensinavam a crer e a praticar: a religião católica, apostólica, romana.

QUANDO O SENHOR AFASTOU-SE DAS PRÁTICAS CATÓLICAS?
Aos 19 mos, e naquela disposição de es­pírito, deixei a casa paterna para vir fazer meus estudos na capital do Império Rio de Janeiro na época, onde vivi, mesmo ao tempo de estudante, sem ter a quem prestar obediência. Continuei na crença e práticas religiosas que eu trouxe do berço, mas na convivência com meus colegas, em sua maior parte livres-pensadores - ateus-, comecei batendo-me com eles e acabei con­corde com eles, parecendo-me eminente não ter a gente que prestar contas de seus atos.

E ESSA MUDANÇA FOI DIFÍCIL?

Não foi difícil, pela razão de minha crença católica não ser firmada em fé raciocinada.
Mas, apesar disso, a mudança não foi ra­dical, porque nunca pude banir de todo a crença em Deus e na alma, Houve enfim uma perturbação e dela nasceu a dúvida. Fiquei mais cético do que cristão, e cristão somente devido aqueles dois pontos (a exis­tência da alma e de Deus). Em todo caso, deixei de ser católico e via os meus dois pontos luminosos por entre as nuvens.

APÓS ESSA MUDANÇA DE PENSA­MENTOS, EM ALGUM MOMENTO O SENHOR RETORNOUÀS PRÁTICAS CATÓLICAS?
Casei-me com Uma moça católica, a quem amava de coração. Sempre res­peitei suas crenças, guardando, no seio da minha alma, a descrença. No fim de quatro anos, fui subitamente batido pelo tufão da maior adversidade que me podia sobrevir: minha mulher foi-me roubada pela morte, deixando-me dois filhinhos, um de três anos e outro de um. Aquele fato produziu-me um abalo físico e moral de prostrar-me. Sempre gostei de escrever, mas inutilmente tentava fazê-lo, porque no fim de poucas linhas, tédio mortal apoderava-se de mim. O mesmo acontecia em relação à leitura. Abria um e outro livro sobre ciência, literatura, O que quer que fosse, mas não tolerava a leitura de uma página sequer. Um dia meu companheiro de consultório trouxe-me um exemplar da Bíblia do padre Pereira de Figueiredo, entremeada de figuras finíssimas.

E QUAL FOI ASUA REAÇÃO?
Tomei o livro não para ler - pois já não tentava semelhante exercício -, mas para ver as figuras, com verdadeira curiosidade infantil. Passei todas em revista, mas, no fim, senti desejo de ler aquele livro que encerrava minhas perdidas crenças, e era uma vergonha, para um homem de letras, dizer que nunca o lera. Comecei, pois, e esqueci-me a ler o belo livro, até perder a condução para minha casa. Depois disso, sentia prazer em pensar que voltaria a lê-lo! Eu mesmo fiquei surpreendido com o que se passava em mim! Li toda a Bíblia e, quanto mais lia, mais vontade tinha de continuar, sentindo doce conso­lação com aquela leitura. Quando acabei, sentia a necessidade de crer, não dessa crença imposta pela fé, mas da crença firmada na razão e na consciência. Onde descobrir-Ihe a fonte? Atirei-me à leitura dos livros sagrados, corri ardor, com sede, nas sempre havia uma falha ao que meu espírito reclamava.

E COMO TEVE CONTATO COM AS PRIMEIRAS NOTÍCIAS SOBRE O ES­PIRITISMO?
Começaram a aparecer as primeiras notas espíritas no Rio de Janeiro, mas eu repelia semelhante Doutrina sem conhecê-la nem de leve! Somente porque temia que ela perturbasse a paz que me trouxera ao espírito a minha volta à religião de meus maiores, embora com restrições.

QUANDO ACONTECEU SEU VERDA­DEIRO CONTATO COM A DOUTRINA ESPÍRITA?
Um colega (Joaquim Carlos Travassos) ten­do traduzido O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, presenteou-me com um exemplar, que aceitei, por cortesia. Deu-me na cidade e eu morava na Tijuca, à uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, não tendo distração para a longa e fastidiosa viagem, disse comigo: "Ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto, e, depois, é ridículo confessar-me ignorante de uma filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu espírito, e, entretanto, tudo aquilo era novo para mim! Dava-se em mim o que acontece, muitas vezes, a quem muito lê, e que um dia encontra uma obra onde depara com idéias que já leu, mas não sabe em que autor. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se acha em O Livro dos Espíritos, mas com certeza nunca tinha lido nenhuma obra espírita. Portanto, era-me impossível descobrir onde e quando me fora dado o conhecimento de semelhantes idéias! Preocupei-me seriamente com esse fato que me era maravilhoso. Dizia a mim mesmo: Parece que eu era espírita inconsciente, ou, como se diz vulgarmente, de nascença, e que todas essas vacilações que sentia meu espírito eram marchas e contramarchas que ele fazia, por descobrir o que lhe era conhecido e, porventura, obrigado a isto.

A LEITURA DE O LIVRO DOS ESPÍRI­TOS FOI SUFICIENTE PARA FIRMAR SUA CRENÇA NO ESPIRITISMO?
Apesar de convencido da verdade do Espi­ritismo, nunca tinha assistido a qualquer trabalho experimental, confirmativo se­quer da comunicação dos Espíritos. Tendo sido atacado de dispepsia (mal-estar na parte superior do abdômen ou no peito, causando gases, sensação de estar cheio e uma dor corrosiva no estômago), que me reduziu a um estado desesperador. A medicina oficial não me proporcionou o menor alívio, apesar de ter recorrido aos primeiros médicos desta capital. Depois de um tratamento de cinco anos, resolvi recorrer a um médium receitista, de quem muito se falava, o senhor João Gonçalves do Nascimento.

O SENHOR ACREDITAVA QUE O TRATAMENTO MEDIÚNICO PODERIA LHE CURAR?
Não acreditava nem deixava de acreditar na medicina medianímica. Confesso que propendia mais para a crença de que o tal médium era um especulador. Em de­sespero de causa, porém, eu recorreria a ele, mesmo que soubesse ser um curan­deiro. Tentava um recurso desesperado, e fazia uma experiência sobre a mediu­nidade receitista. Era preciso, porém, visto que se tratava de uma experiência, que eu tomasse todas as cautelas, para que ela me pudesse dar uma convicção fundada. Combinei com o doutor Maia de Lacerda, completamente desconhecido do tal médium, que ele fizesse pessoalmente a consulta, aconselhei-lhe que prestasse atenção ao trabalho do médium enquanto este escrevesse, e pedisse-lhe o papel logo que acabasse de escrever, porque bem podia ter ele (o médium) um médico hábil, por detrás do reposteiro, que lhe arranjasse aquelas peças.

O QUE O MÉDIUM DISSE A RESPEITO DE SUA ENFERMIDADE?
Lacerda fez como lhe recomendei. Trouxe-­me o que o médium escreveu a meu respeito. Tomei o papel que dizia: O teu órgão, meu amigo (era o Espírito que falava ao médium), não é suficiente para satisfazer este consulente, atenta às circunstâncias de sua elevada posição social (eu era membro da Câmara dos Deputados), e principalmente de sua proficiência médica. Entretanto, como não dispomos de outro, faremos com ele o mais que pudermos. E seguia-se uma descrição minuciosa de meus sofrimentos e suas causas determinantes, tão exatos aqueles, quanto perfeitamente fisiológicas estas. Não posso descrever o abalo que me produziu este fato estupendo! Segui o tratamento espírita, e o que os mestres da ciência não conseguiram em cinco anos, Nascimento obteve em três meses. Duran­te esse período, não estava completamente curado, mas estava forte, comia e dormia perfeitamente bem, era um homem válido, em vez de um enfermo. Continuei, com toda a confiança, aquele tratamento, e, em menos de um ano, achei-me bem.

ALÉM DESSE FATO, ALGUM OUTRO CONTRIBUIU PARA CONSOLIDAR SUA CRENÇA NA DOUTRINA DOS ESPÍRITOS?
Logo após esse fato, minha segunda mu­lher foi condenada como tuberculosa por importantes médicos. Consultei o médium Nascimento, com as precisas cautelas, para ele não saber de quem se tratava: Enganam-se os médicos que diagnosti­caram tuberculose (quem lhe disse que os médicos haviam feito tal diagnóstico?). Seu sofrimento é puramente uterino, e, se for convenientemente tratada, será cura­da. Se os médicos soubessem a relação que existe entre o útero, o coração e o pulmão esquerdo, não cometeriam erros como esse. Sujeitei a minha doente, que já tinha febres, suores e todos os sinais da doença em grau avançado, ao tratamento espírita. Em poucos meses, tudo aquilo desapareceu, e já são decorridos dez anos, durante os quais ela tem tido e criado quatro filhos, sem mais sentir nenhum incômodo nos pulmões.

QUE FATO DE SUA EXPERIÊNCIA PESSOAL MAIS O IMPRESSIONOU NO ESPIRITISMO?
Nada me impressionou mais do que ver um homem, sem conhecimentos médicos e até sem instrução regular, discorrer sobre moléstias, com proficiência ana­tômica e fisiológica, sem titubear, como bem poucos médicos o podem fazer. Mais do que isto, porém, é, para impressionar, ver dizer de um indivíduo, que não se co­nhece, que não se examina, de quem não se sabe senão que ele se chama Pedro ou Paulo e tem tantos anos de idade, dizer". em tais condições, que sofre de tais moléstias, com tais e tais complicações, por tais e tais causas, e confirmar o diagnós­tico pelo resultado eficaz do tratamento aplicado naquele sentido.

AS SUAS OPINIÕES RELIGIOSAS FO­RAM ALTERADAS MEDIANTE ESSES EPISÓDIOS. ACARRETARAM PARA O SENHOR ALGUMA MUDANÇA FÍSICA OU MORAL?

Não senti nenhuma influência física, porém, moralmente, sou outro homem. Minha alma encontrou finalmente onde pousar, tendo deixado os espaços agitados pelo vendaval da descrença, da dúvida, do ceticismo, que devasta, que esteriliza, que calcina, se assim me posso exprimir, recordando as torturas de quem sente a necessidade de crer, mas não encontra onde assentar sua crença. E não encontra­va onde assentar minha crença, porque o ensino de Jesus - que uma força intrínse­ca, uma disposição psíquica me levaram a procurar; como o navegante perdido na vastidão dos mares procura o norte - era­ me oferecido sob um aspecto impossível de acomodar-se com um sentimento ínti­mo, instrutivo, exato, que me desse a razão e a consciência de ali estar a verdade, mas a verdade não é aquilo.

APÓS CONHECER O ESPIRITISMO, QUAL SUA OPINIÃO SOBRE A IGREJA?

Ah! A Igreja romana! A Igreja romana I O Cristianismo nunca terá tão formidável inimigo! O materialismo nunca terá aliado tão prestimoso!
COMO O SENHOR AVALIA SUA TRANSIÇÁO DO CATOLICISMO PARA O ESPIRITISMO?
Posso dizer o 'meu' credo espírita, com aplauso de minha consciência, e não por força de uma autoridade que se arroga o direito de impor a fé. Nestas condições, tendo encontrado a linfa que me saciou a sede de crer, posso ser mais o que era antes? A moral cristã, iluminada pelos inefáveis princípios do Espiritismo, não pode deixar de modificar, para melhor, quem a cultiva não somente por dever, mas também e principalmente por nela ter encontrado a paz do espírito! Não me posso julgar, sem incorrer em orgulho ou falsa modéstia, mas posso assegurar que já compreendo os meus deveres para com Deus, para com os meus semelhantes, de um modo diverso, acentuadamente mais elevado, que antes de ser espírita. É lícito dizer que as novas opiniões acarretaram para mim sensível modificação moral. E, para confirmá-Io, basta consignar este fato: antes de ser espírita, só o pensar em perder um filho fazia-me mentalmente blasfemar, punha-me louco. Depois de ser espírita, tendo perdido quatro filhos adorados, depois de criados, louvava e agradecia ao Pai de amor, provando, por aquele modo, minha obediência a seus sacrossantos decretos.


Francisco Rebouças

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Tirando dúvidas sobre mediunidade

Continue estudando conosco, o Livro DIRETRIZES DE SEGURANÇA. Questões 30 a 40.
SEGUNDA PARTE
GRUPO MEDIÚNICO
30 -O que é um grupo mediúnico e qual o número adequado de pessoas que deve constituí-lo?

Divaldo - Entendemos por grupo mediúnico a associação de pessoas que têm conhecimento da Doutrina Espírita e que pretendem dedicar-se ao estudo da fenomenologia medianímica e, simultaneamente, praticar a excelente lição do próprio Espiritismo, que é a caridade.
O número de pessoas oscila de acordo com as possibilidades dos que dirigem o grupo. Ideal é que este seja constituído de elementos, como diz Allan Kardec1, simpáticos entre si, que persigam objetivos superiores, que desejem instruir-se e que estejam dispostos ao ministério do serviço contínuo; entretanto, merece considerar que todo grupo de experiências mediúnicas fundamentado num número excessivo de membros está relativamente fadado ao fracasso. Os espíritos prescrevem um número em torno de 15 (quinze), no máximo 20 (vinte), ou não inferior a 6 (seis), para que haja a equipe dos que funcionarão na mediunidade, propriamente chamada, bem como a equipe dos que atenderão no socorro dos passes e através da mediunidade de doutrinação, e, ao mesmo tempo, o grupo dos que poderão atender como assessores para qualquer outra cooperação necessária.

1 KARDEC, Allan. O livro dos médiuns, capítulo 29º, item 331, 53ª edição, FEB, Brasilia-DF, 1986.

31 -Qual o objetivo de uma sessão mediúnica?

Divaldo - É acima de tudo uma oportunidade de o indivíduo auto-reformar-se; de fazer silêncio para escutar as lições dos espíritos que nos vêm, depois da morte, chorando e sofrendo, sendo este um meio de evitar que caiamos em seus erros. É também esquecer a ilusão de que nós estejamos ajudando os espíritos, uma vez que eles podem passar sem nós. No mundo dos espíritos, as Entidades Superiores promovem trabalhos de esclarecimento e de socorro em seu favor; nós, entretanto, necessitamos deles, mesmo dos sofredores, porque são a lição de advertência em nosso caminho, convidando-nos ao equilíbrio e à serenidade. Assim, vemos que a ajuda é recíproca:
O médium é alguém que se situa entre os dois hemisférios da vida. O membro de um labor de socorro medianímico é alguém que deve estar sempre às ordens dos Espíritos Superiores para os misteres elevados.
À hora da reunião, devem-se manter, além das atitudes sociais do equilíbrio, a serenidade, um estado de paz interior compatível com as necessidades do processo de sintonia, sem o que, quaisquer tentames neste campo redundarão inócuos, senão negativos.
Depois da reunião é necessário manter-se o mesmo ambiente agradável, porque, à hora em que cessam os labores da incorporação, ou da psicografia, o fenômeno objetivo externo, em si, não cessam os trabalhos mediúnicos no mundo espiritual. Quando um paciente sai da sala cirúrgica, o pós-operatório é tão importante quanto a própria cirurgia. Por isso, o paciente fica carinhosamente assistido por enfermeiros vigilantes que estão a postos para atendê-lo em qualquer necessidade que venha a ocorrer.
Quando termina a lide mediúnica, ali vai encerrada, momentaneamente a tarefa dos encarnados, a fim de recomeçá-la, logo mais, no instante em que ele penetre a esfera do sono, para prosseguir sob outro aspecto ajudando os que ficaram de ser atendidos e não puderam, por uma ou outra razão. Então, convém que, ao terminar a reunião mediúnica seja mantida a psicosfera agradável em que as conversas sejam edificantes. Pode-se e deve-se fazer uma análise do trabalho realizado, um estudo, um cotejo no campo das comunicações e depois uma verificação da produtividade; tudo isto em clima salutar de fraternidade objetivando dirimir futuras inquietações e problemas Outros.

32 -Como se devem Portar os médiuns e os demais membros de um grupo, antes e depois do trabalho mediúnico?

Divaldo - Como verdadeiros cristãos.
Devem manter a probidade, o respeito a si mesmos e ao seu próximo; ter uma vida, quanto possível, sadia, sabendo que o exercício mediúnico não deve ser emparedado nas dimensões de apenas uma hora de relógio, reservada a tal mister.

33 -Os participantes de uma sessão mediúnica devem fazer algum tipo de preparo íntimo durante o dia, antes mesmo do início da reunião?

Divaldo - O espírita deve fazer um preparo normal, porque é um dever que lhe compete, uma vez que nunca sabe a hora em que será convocado ao retorno à consciência livre.
O espírita que freqüenta o labor mediúnico, além de espírita, é peça importante no mecanismo de ação dos espíritos na direção da Terra. Ele deve fazer uma preparação, não somente nos dias da reunião, mas sempre, porque tal preparação seria insuficiente e ineficaz, já que ninguém muda de hábitos, apenas por alterar sua atitude momentânea.
Nos trabalhos mediúnicos, são exigíveis hábitos mentais de comportamento moral enobrecido, e estes não podem ser improvisados. Então, os membros de uma sessão mediúnica são pessoas que devem estar normalmente vigilantes todos os dias e, em especial, nos reservados ao labor, para que se poupem às incursões dos espíritos levianos e adversários do Bem, que, nesse dia, tentarão prejudicar a colaboração e perturbar-lhes o estado interior, levando distúrbios ao trabalho geral, que é o que eles objetivam destruir. Então, nesse dia, a vigilância deve ser maior:
orar,ler uma página salutar, meditar nela, reflexionar, evitar atitudes da chamada reação e cultivar as da ação, pensar antes de agir, espairecer e se, eventual-mente, for colhido pela tempestade da ira, pela tentação do revide, que às vezes nos chega, manter a atitude recomendada pelo Evangelho de Jesus.

34 -Uma sessão mediúnica espírita deve ser sempre iniciada com uma Prece, e logo Passar-se à leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo? Agindo sempre assim, não se estará criando um ritualismo?

Divaldo - Pode-se estar criando um hábito não um ritual, porque aí não chega a ser um dever inadiável:
Nós, por nossa vez, fazemos ao revés. Lemos uma boa página de esclarecimento comentamos e fazemos a prece posteriormente depois do que a reunião tem início.

35 -Alguns grupos mediúnicos exigem a manifestação dos Mentores Espirituais para declararem iniciados os trabalhos. É isto necessário?

Divaldo - Exigir a manifestação do Mentor é inverter a ordem do trabalho. Quem somos nós para exigir alguma coisa dos Mentores? Quando o trabalho está realmente dirigido, são os Mentores que, espontaneamente, quando convém, se apressam em dar instruções iniciais, objetivando maior aproveitamento da própria experiência mediúnica.
Ocorre que, se condicionar o início do trabalho a incorporações dos chamados Espíritos
guias, criár-se-á um estado de animismo nos médiuns que, enquanto não ouçam as palavras sacramentais, não se sentirão inclinados a uma boa receptividade. Isso é criação nossa, não é da Doutrina Espírita.

36 -Há necessidade de se abrir um trabalho mediúnico usando expressões como: aberto com a chave de paz e amor, aberto com a proteção da corrente do Himalaia ou outras do gênero?

Divaldo - Pessoalmente, não utilizamos nenhuma fórmula, porque, na Doutrina Espírita, não existem chavões, rituais, palavras cabalísticas.
Normalmente, dizemos que os trabalhos estão iniciados como sendo uma advertência para as pessoas saberem que já estamos em condições de entrar em sintonia. Penso mesmo que seja desnecessário dizer que a sessão está aberta ou iniciada. Feita a prece, evocada a proteção divina, automaticamente está iniciado o labor. Desse modo, acrescentar quaisquer palavras que façam relembrar mantras, condicionamentos, é conspirar contra a pureza doutrinária criando certas manifestações circunstanciais, que somente cultivam a ignorância e a superstição.

37 -Por que acontece, às vezes, nas sessões mediúnicas, não haver nenhuma manifestação? O que determina ou impede as manifestações?

Divaldo - O baixo padrão vibratório reinante no ambiente. A sintonia psíquica dos membros da reunião responde pelos resultados da mesma.


38 -E a justificativa que é dada às vezes de que, durante estes trabalhos, a movimentação dos espíritos utiliza os fluidos dos encarnados presentes Para realização de tarefas somente no campo espiritual?

Divaldo - Para que eles realizem as tarefas no campo, espiritual, não necessitam da nossa presença Retiram os fluidos em outras circunstâncias.
É que quando ocorre a queda do padrão vibratório, e como os espíritos SãO trabalhadores, eles aproveitam o tempo da nossa ociosidade para produzirem
Então, diante de um possível dano que poderia ser grave, eles diminuem as conseqüências realizan do trabalhos espirituais, conquanto os homens não Sintonizemos Com eles.

39 -Seria justo, então, se encerrasse a reunião depois de alguns minutos, desde que não se obtenha comunicação nenhuma?

Divaldo - Não, porque esta é uma forma de disciplinar os membros da sessão a terem responsabilidade e prepararem-se para o trabalho, que assumem espontaneamente.

40 -Como deve Proceder o dirigente das sessões mediúnicas Para alcançar os objetivos superiores do trabalho?

Raul - A fim de atingir a meta proposta pelos Dirigentes Espirituais das sessões, será de bom alvitre que o dirigente encarnado atenda a tarefa com a máxima seriedade, considerando-a como o seu encontro mais íntimo com a Espiritualidade.
Na condição de condutor encarnado do cometimento mediúnico, deverá preparar-se para filtrar as inspirações do Invisível Superior, por meio das indispensáveis disciplinas do caráter, de uma vida enobrecida pelo cumprimento do dever, pela renúncia aos vícios de todos os tipos, que enodoam tanto seu psiquismo quanto seu organismo físico.
Será de grande valia para o dirigente, quanto para aqueles que se candidatam a tal direção de trabalhos mediúnicos, o gosto por estudar as obras literárias do Espiritismo, assim como o hábito das meditações em redor do que haja lido, facilitando a identificação das diversas ocorrências que poderão se dar nas sessões, como permitindo interferências indispensáveis nessas ocasiões, com conhecimento de causa.
O fenômeno do animismo quanto o das mistificações, somente às custas de muita reflexão em torno de muito estudo, e amadurecimento, com o conseqüente conhecimento do ser humano, poderão ser identificados satisfatoriamente.
Livro: Diretrizes de Segurança
Divaldo P. Franco0 José Raul teixeira.
Francisco Rebouças

sábado, 4 de outubro de 2008

Estudando o Evangelho

Provas voluntárias. O verdadeiro cilício

Perguntais se é licito ao homem abrandar suas próprias provas. Essa questão eqüivale a esta outra: É lícito, àquele que se afoga, cuidar de salvar-se? Àquele em quem um espinho entrou, retirá-lo? Ao que está doente, chamar o médico? As provas têm por fim exercitar a inteligência, tanto quanto a paciência e a resignação. Pode dar-se que um homem nasça em posição penosa e difícil, precisamente para se ver obrigado a procurar meios de vencer as dificuldades. O mérito consiste em sofrer, sem murmurar, as conseqüências dos males que lhe não seja possível evitar, em perseverar na luta, em se não desesperar, se não é bem-sucedido; nunca, porém, numa negligência que seria mais preguiça do que virtude.
Essa questão dá lugar naturalmente a outra. Pois, se Jesus disse: “Bem-aventurados os aflitos”, haverá mérito em procurar, alguém, aflições que lhe agravem as provas, por meio de sofrimentos voluntários? A isso responderei muito positivamente: sim, há grande mérito quando os sofrimentos e as privações objetivam o bem do próximo, porquanto é a caridade pelo sacrifício; não, quando os sofrimentos e as privações somente objetivam o bem daquele que a si mesmo as inflige, porque aí só há egoísmo por fanatismo.
Grande distinção cumpre aqui se faça: pelo que vos respeita pessoalmente, contentai-vos com as provas que Deus vos manda e não lhes aumenteis o volume, já de si por vezes tão pesado; aceitá-las sem queixumes e com fé, eis tudo o que de vós exige ele. Não enfraqueçais o vosso corpo com privações inúteis e macerações sem objetivo, pois que necessitais de todas as vossas forças para cumprirdes a vossa missão de trabalhar na Terra. Torturar e martirizar voluntariamente o vosso corpo é contravir a lei de Deus, que vos dá meios de o sustentar e fortalecer. Enfraquece-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio. Usai, mas não abuseis, tal a lei. O abuso das melhores coisas tem a sua punição nas inevitáveis conseqüências que acarreta.
Muito diverso é o que ocorre, quando o homem impõe a si próprio sofrimentos para o alívio do seu próximo. Se suportardes o frio e a fome para aquecer e alimentar alguém que precise ser aquecido e alimentado e se o vosso corpo disso se ressente, fazeis um sacrifício que Deus abençoa. Vós que deixais os vossos aposentos perfumados para irdes à mansarda infecta levar a consolação; vós que sujais as mãos delicadas pensando chagas; vós que vos privais do sono para velar à cabeceira de um doente que apenas é vosso irmão em Deus; vós, enfim, que despendeis a vossa saúde na prática das boas obras, tendes em tudo isso o vosso cilício, verdadeiro e abençoado cilício, visto que os gozos do mundo não vos secaram o coração, que não adormecestes no seio das volúpias enervantes da riqueza, antes vos constituístes anjos consoladores dos pobres deserdados.
Vós, porém, que vos retirais do mundo, para lhe evitar as seduções e viver no insulamento, que utilidade tendes na Terra? Onde a vossa coragem nas provações, uma vez que fugis à luta e desertais do combate? Se quereis um cilício, aplicai-o às vossas almas e não aos vossos corpos; mortificai o vosso Espírito e não a vossa carne; fustigai o vosso orgulho, recebei sem murmurar as humilhações; flagiciai o vosso amor-próprio; enrijai-vos contra a dor da injúria e da calúnia, mais pungente do que a dor física. Aí tendes o verdadeiro cilício cujas feridas vos serão contadas, porque atestarão a vossa coragem e a vossa submissão à vontade de Deus. - Um anjo guardião. (Paris, 1863.)

Fonte:
O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 26.
Francisco Rebouças

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Segurança

"Sabendo que a tribulação produz fortaleza." - Paulo. (ROMANOS, 5:3.)

Ninguém conseguirá conquistar a segurança, sem se dispor a enfrentar e vencer as tempestades do caminho de quem planeja alcançar a elevação espiritual.

Não vale o simples desejo de crescimento sem o devido esforço em conquistá-lo, pois, as rogativas do indivíduo, sem o suor do trabalho árduo na construção de dias melhores, em aproveitamento das sublimes oportunidades do testemunho comum a qualquer mortal, não encontram resposta.

É comum o indivíduo, esquivar-se com desculpas de variada ordem, justificando sua fuga das provas que a vida lhe impõe como exigência para alcançar os altos patamares conquistados por todos aqueles que se dispuseram ao testemunho dos sacrifícios em direção ao equilíbrio do Ser com as Leis que regem seus destinos na Terra.

Despreparado para o desafio a enfrentar, acredita-se perseguido e esquecido pelos Espíritos Superiores e até mesmo por Deus, entrando em profundo estado de desânimo e descrença, entregando-se ao desequilíbrio e caindo nos despenhadeiros dos vícios, dos crimes da miséria e da desgraça em processos obsessivos de conseqüências imprevisíveis.

Não aceitam a idéia de que a tempestade é passageira e possui certas funções regeneradoras e educativas que é imprescindível não menosprezar, e que ao contrário, precisa saber tirar delas as melhores lições que lhes servirão de experiências proveitosas para o porvir.

Somente à medida que vai se esclarecendo em busca da verdade, é que se convencerá e buscará se credenciar a compreender melhor os benefícios que os obstáculos e sofrimentos vencidos em sua jornada representarão em forma de lições preciosos que o indivíduo consciente não mais esquecerá. Como alcançar a sublimação sem a bênção das experiências da estrada percorrida? Como resolver e prover os recursos impostos ao ser imortal pelas necessidades? Todos temos deveres para conosco, para com Deus e para com a vida.

“O dever é o mais belo laurel da razão; descende desta como de sua mãe o filho. O homem tem de amar o dever, não porque preserve de males a vida, males aos quais a Humanidade não pode subtrair-se, mas porque confere à alma o vigor necessário ao seu desenvolvimento.
O dever cresce e irradia sob mais elevada forma, em cada um dos estágios superiores
da Humanidade. Jamais cessa a obrigação moral da criatura para com Deus. Tem esta de refletir as virtudes do Eterno, que não aceita esboços imperfeitos, porque quer que a beleza da sua obra resplandeça a seus próprios olhos. - Lázaro. (Paris, 1863.)” ¹

As dificuldades e lutas impostas ao Ser em busca da perfeição e da felicidade, são as exigências solicitadas a todos que desejarem seguir os caminhos traçados pelo Cristo para a implantação do Evangelho no coração dos seres humanos, colaborando dessa forma para a concretização dos mais sagrados objetivos da vida.

Bibliografia:
1) Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – FEB,106ª edição, Cap. XVII, item 7


Francisco Rebouças.

Brasil coração do mundo...

https://youtu.be/_a9tpJnGcbw

Homenagem a Chico Xavier

Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo

Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas

https://youtu.be/Uk7OUvyGCZU



Divaldo Franco

https://youtu.be/OVbstbRFs9M

Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...

Reencarnação é uma realidade

Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter

Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter

Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter

Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter

Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter

Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter

Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter

Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter

Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter

Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter

Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter

Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter

Glória a Kardec

Rádios Brasil

Simplesmente Espetacular!!!

Professora Amanda Gurgel

De Kardec aos dias de hoje

Muitas Vidas

Divaldo Franco

Entrevista com Divaldo Franco

Sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis, e muito mais, confira. 1ª Parte 2ª Parte

Chico Xavier

Chico Xavier (2010) trailer oficial

Página de Mensagens

Nesta página estarei lançando variadas páginas de conteúdo edificante para nosso aprendizado.

Francisco Rebouças.

1-ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

NO CAMPO FÍSICO

"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]

Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progres­so para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.

[1]
- Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.

NISTO CONHECEREMOS

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

DOUTRINAÇÕES

"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)

Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

Livro: Caminho Verdade e Vida.

Chico Xavier/Emmanuel.

FILHOS DA LUZ

FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.

(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.

Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.

Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.

Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.

Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.

Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.

Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.

Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.

Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.

Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

Vinha de Luz

Chico Xavier/André Luiz


QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel